Estudo da demanda de saúde mental em Centro de Saúde da Família em Caucaia, Ceará, Brasil

Autores

  • André Luís Bezerra Tavares Universidade Federal do Ceará (UFC).
  • Adriano Rodrigues de Souza Universidade de Fortaleza (UNIFOR).
  • Ricardo José Soares Pontes Universidade Federal do Ceará (UFC).

DOI:

https://doi.org/10.5712/rbmfc8(26)492

Palavras-chave:

Saúde Mental, Epidemiologia, Atenção Primária à Saúde

Resumo

Objetivo: Identificar a taxa de atendimentos a usuários com queixas de saúde mental em Centro de Saúde da Família, em Caucaia, CE, Brasil, de maio de 2011 a dezembro de 2011. Métodos: Estudo transversal descritivo, de abordagem quantitativa. Para coleta de dados foram aplicados SRQ-20 e formulário estruturado (idade, sexo, classificação, diagnóstico, uso de medicação e acompanhamento em outros serviços de saúde). Os dados foram analisados através de números absolutos e percentuais. Resultados: Verificou-se taxa de atendimentos médicos relacionados à saúde mental de 19,48% (579) entre os realizados (2.972). Desses, 19,5% (113) apresentavam transtorno mental leve a moderado, 34,7% (201), transtorno mental grave, e 43% (249), sofrimento psíquico. Conclusões: Constatou-se alta prevalência de transtornos mentais e sofrimento psíquico no serviço de saúde pesquisado. Torna-se necessária a implementação de ações de saúde mental na Estratégia Saúde da Família, com articulações intersetoriais e que contribuam para facilitar o acesso de usuários ao serviço de saúde, possibilitando reabilitação psicossocial.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

André Luís Bezerra Tavares, Universidade Federal do Ceará (UFC).

Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Ceará (2007), tendo realizado graduação sandwich (CAPES/DAAD) em Berlim, Alemanha (Charité/Humboldt Universität - 2006). Especialista em Práticas Clínicas em Saúde da Família pela Escola de Saúde Pública do Ceará (2009). Mestre em Saúde Pública pela Universidade Federal do Ceará (2012). Titulado pela SBMFC (2012).

Adriano Rodrigues de Souza, Universidade de Fortaleza (UNIFOR).

Doutorando em Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Ceará, mestre em Enfermagem pela Universidade Federal do Ceará, atualmente é professor do curso de graduação em Enfermagem da Universidade de Fortaleza (UNIFOR) e assessor técnico da Coordenação do Colegiado em Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza.

Ricardo José Soares Pontes, Universidade Federal do Ceará (UFC).

Médico sanitarista, epidemiologista e Professor Associado do Departamento de Saúde Comunitária, Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará. Graduou-se em Medicina (1979) pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP. Especializou-se em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública-USP (1980). Fez Residência em Medicina Preventiva e Social, pelo Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto-USP (1980-1982). Foi médico sanitarista de carreira da Secretaria de Saúde de São Paulo, quando gerenciou, coordenou e administrou programas de saúde pública. Ingressou como professor efetivo do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP em 1985, onde foi Diretor do Centro de Saúde Escola, responsável. Concluiu Mestrado (1988) e Doutorado (1992) em Medicina Preventiva, no Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP. Ingressou na carreira docente na Universidade Federal do Ceará (UFC) em dezembro de 1991. Em 1993, implantou e coordenou o Curso de Especialização em Epidemiologia em parceria com o Centro Nacional de Epidemiologia do Ministério da Saúde, organizando o Laboratório de Informática do Departamento de Saúde Comunitária (DSC). Em 1994, implantou e coordenou o Mestrado em Saúde Pública da UFC, primeiro do nordeste. Em 1995, coordenou a criação do novo DSC. Durante o período 1996-1997, fez pós-doutorado no Department of Tropical Medicine, na Harvard School of Public Health. No período de 1998-2002, foi Chefe do Departamento de Saúde Comunitária, quando coordenou a implantação da Reforma Curricular do Curso de Medicina na área de Saúde Coletiva e organizou o Projeto Acadêmico do Curso de Especialização em Saúde da Família e do Curso de Especialização em Vigilância à Saúde. Entre 1992-2004, participou como membro do Conselho Departamental da FAMED. Foi representante dos Chefes de Departamento e da FAMED no Conselho Universitário. Em 2002-2003, coordenou a organização de centro de saúde para receber alunos de graduação na rede de saúde municipal e implantou a Residência em Saúde da Família da Faculdade de Medicina. Foi Coordenador do CRUTAC, programa de estágio rural da Pró-Reitoria de Extensão. Entre 2004-2009 colaborou na gestão do Sistema Municipal de Saúde de Fortaleza sendo responsável pela prevenção e controle de danos e agravos infecciosos/não infecciosos de importância em Saúde Pública. Colabora em projeto de formação especializada de residência em medicina de família e comunidade, além de outras residências multiprofissionais e cursos de especialização. É membro da Câmara Técnica de Medicina Geral e Comunitária do Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará. Foi membro da Comissão Estadual de Controle do Dengue. Foi indicado pela Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva para avaliar o Programa Nacional de Epidemiologia de Campo (EPI-SUS), organizado pelo Ministério da Saúde, em parceria com o CDC, Atlanta, EUA, para formar os epidemiologistas de nível central (nacional) em 2002 e em 2006. Foi consultor do Ministério da Saúde na Avaliação do Programa de Controle das Doenças Endêmicas do Nordeste e Coordenador do Pólo de Educação Permanente em Saúde de Fortaleza. Assessorou o Conselho Estadual de Saúde na avaliação do Plano Estadual de Saúde. Desenvolve linhas de pesquisa no estudo de doenças infecciosas e parasitárias (particularmente dengue), na avaliação de políticas, programas e serviços de saúde e em estudos qualitativos em saúde. Com recursos do CNPq e FUNCAP, organizou em 2001 o laboratório de entomologia na UFC, com pesquisas voltadas para o controle do Aedes aegypti. Coordenador do Mestrado em Saúde Pública da UFC. Membro integrante do grupo de trabalho que implantou o primeiro doutorado em saúde coletiva do Estado do Ceará. Possui orientações de iniciação científica, mestrado e doutorado. Atualmente é membro da Rede Brasileira de Tuberculose. Editor da Revista de Medicina da UFC desde 2000.

Referências

World Health Organization - WHO. Integrating mental health into primary care: a global perspective. Geneva: WHO/WONCA; 2008.

Brasil. Ministério da Saúde. Saúde mental e atenção básica. “O vínculo e o diálogo necessários”: inclusão das ações de saúde mental na atenção básica. Brasília: Ministério da Saúde; 2003.

Campos GWS, Guerrero AVP, organizadores. Manual de práticas de atenção básica: saúde ampliada e compartilhada. São Paulo: Hucitec; 2008.

Organização Mundial da Saúde - OMS. Relatório sobre a saúde no mundo 2001 – Saúde mental: Nova concepção, nova esperança. Genebra: OMS; 2001.

Fortes S. Transtornos mentais comuns na atenção primária: suas formas de apresentação, perfil nosológico e fatores associados em unidades do programa saúde da família do município de Petrópolis, Rio de Janeiro, Brasil. [Tese]. Rio de Janeiro: Universidade Estadual do Rio de Janeiro; 2004.

Maragno L, Goldbaum M, Gianini RJ, Novaes HMD, César CLG. Prevalência de transtornos mentais comuns em populações atendidas pelo Programa Saúde da Família (Qualis) no município de São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública. 2006; 22(8): 1639-48. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2006000800012 DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-311X2006000800012

Mello MF, Mello AAF, Kohn R, organizadores. Epidemiologia da Saúde Mental no Brasil. Porto Alegre: Ed. Artmed; 2007.

Busnello EL, Lima B, Bertolote JM. Aspectos interculturais de classificação e diagnóstico. J Bras Psiquiat. 1983; 4: 207-10.

Mari JJ, Williams P. A validity study of a psychiatric screening questionnaire (SRQ-20) in primary care in the city of Sao Paulo. Br J Psychiatry. 1986; 148: 23-6. http://dx.doi.org/10.1192/bjp.148.1.23 DOI: https://doi.org/10.1192/bjp.148.1.23

Iacoponi E. A Psiquiatria na Rede Primária de Saúde. In: Almeida OP, Dratcu L, Laranjeira R. Manual de Psiquiatria. Rio de Janeiro: Guanabara; 1996. p. 292-300.

Fortes S, Lopes CS, Villano LA. Fatores sociodemográficos, a rede social de apoio e os transtornos mentais comuns no programa de saúde da família: resultados do estudo de Petrópolis-RJ [Internet]. 2004 [citado 2011 abr 10]. Disponível em: http://ris.bvsalud.org/finals/BRA-3142.pdf

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Cidades@ [Internet]. 2010. [citado em 2010 out 11]. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/

Caucaia. Secretaria Municipal de Saúde de Caucaia. Relatório Anual de Gestão. Caucaia: SMS; 2010.

Tavares ALB, Souza AR, Pontes RJS. Mental health consultation profile in a family health center; 15th World Congress of Psychiatry; 2011, Buenos Aires. Buenos Aires: MCI; 2011. p. 505-505.

Fonseca MLG, Guimarães MBL, Vasconcelos EM. Sofrimento difuso e transtornos mentais comuns: uma revisão bibliográfica. Rev APS. 2008; 11(3):284-93.

Goldberg DG, Gournay KJM. The general practitioner, the psychiatrist and the burden of mental health care. London: Institute of Psychiatry; 1997. Maudsley Discussion Paper, n. 1.

Brasil. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n. 196, de 10 de outubro de 1996. Dispõe sobre diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Bioética. 1996; 4(2 Supl): 15-25.

Pagano M, Gauvreau K. Princípios de Bioestatística. São Paulo: Cengage Learning; 2004.

Menezes TT, Melo VJ. O pediatra e a percepção dos transtornos mentais na infância e adolescência. Adolesc Saude. 2010; 7(3): 38-46.

Patel V, Araya R, de Lima M, Ludermir A, Todd C. Women, poverty and common mental disorders in four restructuring societies. Soc Sci Med. 1999; 49(11): 1461-71. http://dx.doi.org/10.1016/S0277-9536(99)00208-7 DOI: https://doi.org/10.1016/S0277-9536(99)00208-7

Ludemir AB., Lewis G. Links between Social Class and Common Mental Disorders in Northeast Brazil. Soc Psychiatry Psychitr Epidemiol 2001; 36: 101-107. http://dx.doi.org/10.1007/s001270050297 DOI: https://doi.org/10.1007/s001270050297

Rosenfield S. The effects of women’s employment: personal control and sex differences in mental health. J Health Soc Behav. 1989; 30(1):77-91. http://dx.doi.org/10.2307/2136914 DOI: https://doi.org/10.2307/2136914

Jenkins R. Sex difference in minor psychiatric morbidity. Cambridge: Cambridge University Press; 1985. DOI: https://doi.org/10.1017/S0264180100001788

Schraiber LB, Oliveira AFPL, Falcão MTC, Figueredo WS. Violência dói e não é direito: a violência contra a mulher, saúde e os direitos humanos. São Paulo: Editora UNESP; 2005. DOI: https://doi.org/10.7476/9788539303472

Sartori ACR, Zilberman ML. Revisitando o conceito de síndrome do ninho vazio. Rev Psiquiatr Clín. 2009; 36(3): 112-21. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-60832009000300005 DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-60832009000300005

Andrade LOM, Barreto ICHC, Fonseca CD, Harzheim E. A Estratégia Saúde da Família. In: Duncan. Medicina Ambulatorial: Condutas de Atenção Primária Baseada em Evidências. 3. ed. Porto Alegre: Artmed; 2006. cap. 7, p. 88-99.

Organização Mundial da Saúde - OMS. Classificação de Transtornos Mentais e de comportamento da CID - 10: Descrições Clínicas e Diretrizes Diagnósticas. Porto Alegre: Editora Artmed; 1998.

Downloads

Publicado

2013-02-13

Como Citar

1.
Tavares ALB, de Souza AR, Pontes RJS. Estudo da demanda de saúde mental em Centro de Saúde da Família em Caucaia, Ceará, Brasil. Rev Bras Med Fam Comunidade [Internet]. 13º de fevereiro de 2013 [citado 28º de março de 2024];8(26):35-42. Disponível em: https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/492

Edição

Seção

Artigos de Pesquisa

Plaudit

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.