Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade
https://rbmfc.org.br/rbmfc
<p>A Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (RBMFC) é um periódico revisado por pares publicado pela <a href="https://www.sbmfc.org.br/" target="_blank" rel="noopener">Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade</a>. Os artigos são publicados de forma contínua ao longo do ano, e podem ser lidos e redistribuídos gratuitamente. Autores em potencial devem tomar conhecimento das <a href="/rbmfc/about/editorialPolicies">políticas editorias</a> da RBMFC, começando pelo <a href="/rbmfc/about/editorialPolicies#focusAndScope">foco e escopo</a> do periódico e a <a href="/rbmfc/about/submissions#sectionPolicies">política da seção pretendida</a>, facilitando a adesão às <a href="https://rbmfc.org.br/rbmfc/about/submissions#authorGuidelines">diretrizes para autores</a>.</p>Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC)pt-BRRevista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade1809-5909<p class="Textbody">Ao submeterem um manuscrito à RBMFC, os autores mantêm a titularidade dos direitos autorais sobre o artigo, e autorizam a RBMFC a publicar esse manuscrito sob a <a href="https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR">licença </a><em><a href="https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR">Creative Commons</a></em><a href="https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR"> Atribuição 4.0</a> e identificar-se como veículo de sua publicação original.</p>Incidência do câncer de pele em marisqueiras na região estuarina do Rio Apodi-Mossoró (RN)
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3576
<p><strong>Introdução:</strong> A atividade pesqueira consiste em importante fonte de renda e emprego, porém implica importante risco ocupacional, em razão da exposição à radiação solar sem fotoproteção adequada, o que se constitui no principal fator de risco para neoplasias cutâneas, sobretudo em países de clima tropical como o Brasil. O impacto dessa exposição torna o câncer de pele o mais incidente no mundo, acarretando altos custos para o sistema de saúde por sua alta morbidade relacionada a danos físicos e emocionais para os pacientes. <strong>Objetivo:</strong> Busca-se identificar os fatores de risco para a incidência de neoplasias cutâneas entre marisqueiras na colônia de pescadores da região estuarina do Apodi-Mossoró/RN e avaliar as medidas de fotoproteção utilizadas por esse grupo de trabalhadores. <strong>Métodos:</strong> Trata-se de um estudo epidemiológico de corte transversal, de abordagem quantitativa, com uma amostra aleatória simples de 40 indivíduos pertencentes a comunidades pesqueiras locais nas regiões de Grossos/RN nos anos de 2016/2017. <strong>Resultados:</strong> Observou-se que 60% dos entrevistados são do sexo feminino e 40% são do sexo masculino. Entre os trabalhadores, 82% trabalham cinco ou seis dias por semana expostos ao sol e 85% ficam expostos entre três e nove horas diárias. Sobre a utilização de medidas preventivas, 75% dos entrevistados responderam que se protegem do sol com filtro solar (50%), calças compridas (68%), camisa com manga comprida (68%), chapéu (37%) e boné (31%). Além disso, 75% dos entrevistados estão cientes do risco ocupacional, porém 44% responderam que não costumam verificar a ocorrência de novas lesões ou mudanças no aspecto de lesões que já existiam, e apenas 31% referiram notar lesões que demoram para cicatrizar. <strong>Conclusões:</strong> O grupo estudado está exposto a riscos ocupacionais relacionados ao câncer de pele. Destaca-se, assim, a contribuição para a assistência prestada à saúde da população, sendo possível utilizar os dados obtidos como um alicerce para o planejamento de ações que envolvem a prevenção e promoção da saúde e o diagnóstico precoce do câncer de pele para os pescadores do município de Grossos/RN.</p>Elisson Fernando da Silva LopesAllyssandra Maria Lima Rodrigues MaiaAna Juciane CostaAna Luíza Fernandes VieiraAnne Gabrielly Alves da Silva
Copyright (c) 2024 Elisson Fernando da Silva Lopes, Allyssandra Maria Lima Rodrigues Maia, Ana Juciane Costa, Ana Luíza Fernandes, Anne Gabrielly Alves da Silva
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2024-12-112024-12-1119463576357610.5712/rbmfc19(46)3576Instruções em bulas destinadas ao uso de medicamentos para dispepsia e constipação durante a lactação
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3758
<p><strong>Introdução:</strong> A segurança e eficácia do uso de medicamentos durante a lactação são preocupações para mães e profissionais de saúde. Esta pesquisa analisa as orientações das bulas de medicamentos comumente prescritos para dispepsia e constipação, que visa fornecer informações essenciais para orientar as decisões terapêuticas durante esse período crucial da maternidade. <strong>Objetivos:</strong> Analisar as informações das bulas sobre contraindicações de medicamentos para dispepsia e constipação durante a amamentação, verificando se estão de acordo com as evidências científicas. <strong>Métodos:</strong> Medicamentos para dispepsia e constipação foram selecionados de acordo com a classificação da Anatomical Therapeutic Chemical (ATC) e o registro ativo no Brasil. A presença de contraindicações para o uso de medicamentos nas bulas do profissional de saúde e do paciente foi comparada com as informações contidas no manual técnico do Ministério da Saúde, Medicamentos e Leite Materno, LactMed, UptoDate, Micromedex, Documento Científico da Sociedade Brasileira de Pediatria e Reprotox. <strong>Resultados:</strong> Nenhuma informação sobre o uso durante a amamentação foi encontrada em 20,0 e 24,3% das bulas para dispepsia e constipação, respectivamente. A concordância entre as bulas dos medicamentos para dispepsia e as fontes consultadas foi baixa (27,2% das bulas contraindicavam o medicamento na lactação, enquanto nas fontes o percentual de contraindicação variou de 0 a 8,3%). Com relação a medicamentos para constipação, 26,3% das bulas os contraindicavam, enquanto nas fontes o percentual variou de 0 a 4,8%. <strong>Conclusões:</strong> O estudo mostrou que pelo menos duas em cada dez bulas para dispepsia e constipação não fornecem informações adequadas sobre o uso desses medicamentos em lactentes, e também que houve baixa concordância entre o texto das bulas e as fontes de referência quanto à compatibilidade do medicamento com a amamentação.</p>Danillo Alencar RosenoTatiana da Silva SempéThanyse de Oliveira SchmalfussCamila GiuglianiTatiane da Silva Dal Pizzol
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2024-06-142024-06-1419463758375810.5712/rbmfc19(46)3758Prevalência de sintomas de doenças musculoesqueléticas na área de abrangência de uma Unidade Básica de Saúde
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4195
<p><strong>Introdução:</strong> As doenças musculoesqueléticas (DMSQ) são causas importantes de incapacidade física que tem como consequências a redução da qualidade de vida e o aumento dos custos em saúde. <strong>Objetivo: </strong>Este estudo teve o objetivo de descrever a prevalência de sintomas de DMSQ e da incapacidade física associada a esses sintomas em uma área de abrangência de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) da família em área periurbana, além de analisar a associação da presença desses sintomas com características demográficas e doenças crônicas mais frequentes. <strong>Métodos: </strong>Estudo transversal realizado na área de cobertura de uma UBS periurbana entre agosto de 2018 e fevereiro de 2019 na qual pessoas com mais de 15 anos, selecionadas ao acaso, foram entrevistadas com o questionário da primeira fase do <em>Community Oriented Program for Control of Rheumatic Diseases </em>(COPOCORD), traduzido e validado para a língua portuguesa. Essas pessoas também foram questionadas quanto à presença de outras doenças diagnosticadas e a medicações em uso. Além disso, foram realizadas medidas de peso, altura e circunferência da cintura de cada participante — os dois primeiros foram utilizados para cálculo do índice de massa corporal (IMC). <strong>Resultados:</strong> Neste estudo foram entrevistadas 372 pessoas com média de idade de 46,5 (±18,3) anos, sendo 212 (57%) do sexo feminino. A prevalência de indivíduos que apresentaram sintomas de DMSQ nos últimos sete dias foi de 66,4% (IC95% 61,6–71,2). Cerca da metade (48,6%) e quase um quarto (24,2%) dos participantes relataram sintomas de intensidade moderada e severa, respectivamente. Os locais mais afetados foram as costas (50,27%), o pescoço (34,9%) e os joelhos (30,64%). A maioria, 209/247 (84,6%), relatou dor em mais de um local e 129/247 (52.2%) relataram limitação física para atividades da vida diária. Das 247 pessoas, 102 (41,3%) procuraram assistência médica, a maioria, 70 (68,6%), na UBS. Indivíduos com sintomas de DMSQ tinham média de idade e de IMC significativamente mais elevada que indivíduos sem esses sintomas, além de apresentarem maior frequência de diabetes e ansiedade e/ou depressão. No entanto, em análise multivariada, nenhuma variável foi preditora independente de sintomas de DMSQ. <strong>Conclusões:</strong> Sintomas de DMSQ são prevalentes nessa comunidade e a atenção básica deve estar preparada para manejo e reabilitação das pessoas com essas doenças.</p>Marcia Midori ShinzatoMarcelo Kinashi
Copyright (c) 2024 Marcia Midori Shinzato, Marcelo Kinashi
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2024-10-192024-10-1919464195419510.5712/rbmfc19(46)4195DIU no morro
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4149
<p><strong>Introdução:</strong> O dispositivo intrauterino de cobre (DIU) é um método contraceptivo eficaz, oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas pouco usado pelas mulheres brasileiras. Alguns motivos são: poucas profissionais habilitadas para inseri-lo, muitas etapas entre o desejo de usá-lo e a inserção e desconhecimento sobre o método. <strong>Objetivo:</strong> O objetivo deste estudo foi compreender o acesso e a vivência de mulheres que inseriram o DIU fora do espaço do centro de saúde (CS), no espaço da escola/creche de sua comunidade em Florianópolis, Santa Catarina. <strong>Métodos:</strong> As profissionais de saúde do CS Agronômica em Florianópolis organizaram ações “extramuros” dentro do território, aos sábados, durante os anos de 2022 e 2023. As ações aconteceram nas escolas/creches nos territórios menos privilegiados de cobertura do CS Agronômica nas comunidades do Morro do 25/Nova Trento, do Morro do Horácio e do Morro do Macaco. Essas ações objetivaram facilitar o acesso de toda a população a alguns serviços disponibilizados pela Atenção Primária à Saúde, entre eles a inserção do DIU. Esta é uma pesquisa exploratória, descritiva com abordagem qualitativa. Os dados foram coletados a partir de entrevistas semiestruturadas. As participantes do estudo foram mulheres que inseriram o DIU durante alguma das ações e voluntariamente demonstraram interesse em participar da pesquisa. Das 40 mulheres que acessaram a inserção do DIU, nove fizeram a entrevista, tendo seu áudio gravado e transcrito. Foi realizada uma análise temática em quatro fases: pré-análise; exploração do material; tratamento dos resultados; e elaboração de diagrama dos achados. <strong>Resultados: </strong>Todas as mulheres entrevistadas inseriram o DIU como segunda ou terceira opção de método contraceptivo por má adaptação aos outros, como pílula e injetáveis. Algumas apresentaram medo quanto à higiene e à privacidade do local, porém após visitarem as salas adaptadas, consideraram-nas limpas e adequadas. Também referiram que o espaço era mais acolhedor se comparado ao CS. Todas elas afirmaram que o acesso para a inserção do DIU foi facilitado pela ação, e isso ocorreu por vários motivos, como: horário de folga do trabalho; proximidade com suas casas; possibilidade de levar seus filhos; e não necessidade de agendamento. <strong>Conclusões: </strong>A inserção do DIU fora do local convencional, por ser mais próximo das casas e em horário alternativo ao de trabalho, favoreceu o acesso ao procedimento. Portanto, essas ações podem ser um caminho para a garantia do planejamento familiar e do direito reprodutivo no Brasil.</p>Carolina Gomes Teixeira CabralMayara FlossEduarda Desconsi
Copyright (c) 2024 Carolina Gomes Teixeira Cabral, Mayara Floss, Eduarda Desconsi
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2024-11-022024-11-0219464149414910.5712/rbmfc19(46)4149Acesso ampliado ao dispositivo intrauterino
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3975
<p><strong>Introdução</strong><strong>:</strong> O dispositivo intrauterino (DIU) é uma das estratégias contraceptivas mais eficazes. Porém, apesar de ser amplamente distribuído pelo Sistema Único de Saúde (SUS), há baixa adesão ao método. São constatadas diversas barreiras para esse quadro, tais como desconhecimento acerca do dispositivo, além da reduzida oferta para inserção do contraceptivo por parte das Equipes de Saúde da Família (eSF). Tendo em vista que a ampliação do acesso ao DIU pode contribuir para a diminuição das gravidezes não planejadas, bem como para a autonomia e para o empoderamento das mulheres, algumas estratégias foram desenvolvidas por uma eSF para facilitar o acesso ao DIU. <strong>Objetivo</strong><strong>:</strong> Refletir a respeito do impacto da incorporação de estratégias de educação em saúde para divulgar o método dentro da própria equipe, de sua área de cobertura e da diminuição de barreiras para a inserção, na ampliação do acesso ao DIU, no quantitativo de dispositivos inseridos, no número de gestações não planejadas e na possibilidade de aumento do empoderamento feminino. <strong>Métodos</strong><strong>:</strong> Os dados coletados foram extraídos das informações presentes em planilhas e relatórios produzidos pela própria eSF. Utilizou-se da estatística descritiva para apresentar e analisar os dados obtidos, a partir de ferramentas de formulação de gráficos e tabelas. <strong>Resultados</strong><strong>:</strong> Após mudança no processo de trabalho, visando ao acesso ampliado à inserção do DIU, observou-se um aumento no quantitativo do procedimento assim como na percentagem de gravidezes desejadas. <strong>Conclusões</strong><strong>:</strong> O DIU surge como um instrumento para possibilitar o exercício dos direitos sexuais e reprodutivos e para alavancar atitudes emancipatórias das mulheres. Quanto menos barreiras as mulheres encontram para a inserção do DIU, maior é a escolha por este método, sendo a inserção por demanda espontânea, ou seja, no momento em que a mulher procura a eSF para fazê-la. Nesse sentido, as atividades de educação continuada tornam-se potentes ferramentas para possibilitar maior acesso ao método. Fazem-se necessários estudos de longa duração para que essas hipóteses sejam avaliadas, todavia, parece haver uma ligação positiva entre essas duas variáveis.</p>Maria Olivia Lima de MendonçaErnesto Faria NetoIsabel Brandão CorreiaRubens Cavalcanti Freire da Silva
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2024-10-062024-10-0619463975397510.5712/rbmfc19(46)3975Invisibilização e preconceitos velados
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3961
<p><strong>Introdução:</strong> No processo de edificação da Política Nacional de Saúde Integral LGBT+, a Atenção Básica ganha importante destaque, pois deveria funcionar como o contato preferencial dos usuários transgênero (trans). <strong>Objetivo:</strong> Investigar quais as percepções dos profissionais da Atenção Básica quanto às situações de vulnerabilidade enfrentadas pelas pessoas trans, bem como pesquisar os impedimentos que eles consideram existir na busca dessa população por acesso a esses serviços. <strong>Métodos:</strong> Utilizou-se uma abordagem qualitativa por meio de entrevistas semiestruturadas com 38 profissionais de saúde atuantes das Estratégias Saúde da Família de dois municípios do interior do estado de São Paulo. O material obtido foi submetido à análise de conteúdo de Bardin. <strong>Resultados:</strong> Os resultados apontaram para o desconhecimento quanto aos reais empecilhos que dificultam o acesso e seguimento de pessoas trans nos serviços de saúde. Observou-se ainda a manutenção de preconceitos e ideias que reforçam estereótipos ligados ao tema e que se estendem ao exercício da profissão. Isso se relaciona diretamente com a falta da abordagem de assuntos relacionados à sexualidade humana na graduação desses profissionais, além da falta de atualização quanto ao tema, o que impacta a qualidade do serviço que é ofertado à população em estudo. <strong>Conclusões:</strong> As normativas e portarias já existentes precisam ser efetivamente postas em prática, fazendo-se imperativas a ampliação e difusão do conhecimento a respeito da temática trans no contexto dos serviços públicos de saúde, o que pode servir como base para subsidiar a formação dos profissionais que atuam nesse setor, bem como políticas públicas efetivas.</p>Lucas MenezesLarissa da SilvaCamélia Murgo Bernardo Rahe
Copyright (c) 2024 Lucas Menezes, Larissa da Silva, Camélia Murgo , Bernardo Rahe
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2024-07-122024-07-1219463961396110.5712/rbmfc19(46)3961Perfil dos pacientes em cuidados paliativos na atenção domiciliar em um serviço do Sul do Brasil
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3922
<p><strong>Introdução:</strong> A Medicina de Família e Comunidade, como forma de cuidado mais próxima ao paciente, pode ofertar cuidados paliativos (CP) de modo integral e individualizado. Assim, torna-se relevante caracterizar a população atendida de modo a favorecer o desenvolvimento e implementação de estratégias para a ampliação da assistência de CP na Rede de Atenção à Saúde. <strong>Objetivo: </strong>Apresentar um panorama do perfil epidemiológico dos pacientes em CP domiciliares, no período de janeiro de 2018 a outubro de 2021, assistidos pelo Serviço de Atenção Domiciliar (SAD), vinculado ao Hospital Municipal de São José (HMSJ), na cidade de Joinville (SC). <strong>Métodos: </strong>Série de casos retrospectiva, incluindo os participantes do SAD que evoluíram a óbito no período da pesquisa. Os critérios de exclusão foram os participantes vivos no período da pesquisa; aqueles registrados, mas não atendidos pela equipe médica; os que receberam alta do programa; pacientes com prontuário incompleto; prontuários duplicados e menores de 18 anos. Os dados coletados incluíram número identificador do prontuário, idade, sexo, estado civil, diagnóstico, data de entrada no SAD, data de óbito, tempo de permanência no SAD, desfecho de óbito e via pela qual foi atestado o óbito, se recebeu analgesia com opioides e se fez uso de mais de um opioide, e se recebeu analgesia em bomba de infusão contínua (BIC) e/ou sedação paliativa. Os dados foram coletados pelos pesquisadores de prontuários médicos, codificados e conferidos duplamente. Foram realizadas então média e mediana das variáveis, bem como correlação dos dados e análise dos resultados. <strong>Resultados:</strong> Duzentos e oito pacientes foram incluídos; a média de idade foi 66,8 anos; as doenças neoplásicas foram as mais prevalentes (94,2%), destacando-se as neoplasias de trato gastrointestinal (21,1%), pulmonares (12,5%) e de mama (9,5%). A maior parte dos pacientes (37,9%) permaneceu sob os cuidados do SAD por mais de 30 dias e 75,9% da população analisada veio a óbito em ambiente domiciliar, e 45,67% desses indivíduos foram atestados via Serviço de Verificação de Óbitos e 30,2% via SAD. Quanto ao manejo da dor, 87,1% fizeram uso de opioides, mais frequentemente a morfina. Quanto à sedação paliativa, esta esteve presente em apenas 25,48%, prevalecendo o uso de midazolam. <strong>Conclusões: </strong>Neste estudo, encontrou-se maior prevalência de pacientes acometidos por doenças neoplásicas em fase final de vida, com necessidade de controle de dor adequado — contexto no qual o SAD possibilita o atendimento especializado ao paciente e seus familiares em um ambiente de maior conforto.</p>Victoria Alves EhlertSamantha BrandesMaria Fernanda Mendonça FontesFernanda Ravache Keunecke
Copyright (c) 2024 Victoria Alves Ehlert, Samantha Brandes, Maria Fernanda Mendonça Fontes, Fernanda Ravache Keunecke
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2024-10-062024-10-0619463922392210.5712/rbmfc19(46)3922Perfil lipídico e fatores de risco para doenças cardiovasculares em idosos acompanhados na atenção primária à saúde
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3893
<p><strong>Introdução:</strong> As dislipidemias estão entre os fatores de riscos mais importantes para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV), além de estarem relacionadas a outras patologias que predispõem às DCV. Em função da elevada prevalência e da incidência de complicações associadas à cronicidade da doença, as dislipidemias representam elevados custos ao setor da saúde e da previdência social. Diante disso, ressalta-se a importância do Sistema Único de Saúde, representado pela Atenção Primária à Saúde (APS), em prover práticas de prevenção, diagnóstico e acompanhamento dos pacientes dislipidêmicos, a fim de desonerar o sistema financeiro e promover o envelhecimento saudável. <strong>Objetivo:</strong> Descrever a prevalência de perfil lipídico alterado entre os idosos. Além disso, pretendeu-se caracterizar a amostra quanto aos aspectos sociodemográficos, de saúde e de comportamento, bem como analisar os fatores associados à distribuição do perfil lipídico alterado e às características da amostra. <strong>Métodos:</strong> Estudo transversal com dados secundários, obtidos de agosto de 2021 a julho de 2022, tendo como população pacientes idosos em acompanhamento na APS do município de Marau (RS). Todos os dados foram coletados dos prontuários eletrônicos da rede de APS e, após dupla digitação e validação dos dados, a amostra foi caracterizada por meio de estatística descritiva. Foi calculada a prevalência de perfil lipídico alterado com intervalo de confiança de 95% (IC95%) e foi verificada sua distribuição conforme as variáveis de exposição, empregando-se o teste do χ<sup>2</sup> e admitindo-se erro tipo I de 5%. <strong>Resultados: </strong>A prevalência de dislipidemia proporcional entre os sexos foi maior no feminino (33%). A cor de pele predominante foi a branca (76,7%). Cerca de 20% dos pacientes apresentavam colesterol total, colesterol HDL-c e triglicerídeos alterados, enquanto cerca de 15% apresentavam o colesterol HDL-c anormal. Constatou-se que os pacientes dislipidêmicos apresentam mais diabetes e hipertensão em relação aos não dislipidêmicos, ocorrendo a sinergia de fatores de risco para as DCV. <strong>Conclusões:</strong> A caracterização exercida neste estudo serve de base científica para a compreensão da realidade local e, também, para o direcionamento de políticas públicas na atenção primária que atuem de forma efetiva na prevenção e no controle das dislipidemias e demais fatores de risco cardiovascular.</p>Guilherme Kunkel da CostaIvana Loraine LindemannGustavo Olszanski AcraniGiovana Bonessoni FelizariAniela Caroline Zientarski GarzellaAmauri Braga Simonetti
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2024-07-122024-07-1219463893389310.5712/rbmfc19(46)3893Violência obstétrica
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3852
<p><strong>Introdução:</strong> A assistência ao parto é composta de práticas que interferem diretamente no sentimento de segurança, bem-estar e satisfação das mulheres. Procedimentos aplicados sem indicação ou sem consentimento podem provocar danos e interferir na experiência de parto, configurando-se como violência obstétrica. <strong>Objetivo:</strong> Identificar a prevalência de práticas recomendadas e não recomendadas na assistência ao parto, segundo a Organização Mundial da Saúde, bem como a percepção das mulheres em terem vivenciado desrespeito, maus-tratos ou humilhação no parto. <strong>Métodos:</strong> Estudo transversal, com 287 mulheres selecionadas aleatoriamente em duas maternidades de Porto Alegre, pública e privada, em 2016. As puérperas responderam a um questionário estruturado, face a face, quatro semanas após o parto, sobre aspectos socioeconômicos, histórico de saúde, experiência de parto (práticas e intervenções) e percepção de ter sofrido desrespeito, maus-tratos ou humilhação pelos profissionais. <strong>Resultados:</strong> Das intervenções não recomendadas de rotina, o uso de ocitocina foi a mais prevalente (56%), seguido da amniotomia (48,5%) e da episiotomia (37,1%). A manobra de pressão fúndica uterina (Kristeller) foi realizada em 11,3% dos partos; quando estratificado por maternidade, a prevalência foi de 25,7% na privada e 8,2% na pública. A amniotomia ocorreu em 48,5% dos partos, 55,4% daqueles realizados na maternidade pública e 14,7%, na maternidade privada. A taxa geral de cesariana foi de 48,1%, 31,4% na maternidade pública e 82,8% na maternidade privada. A percepção de ter sido desrespeitada, maltratada ou humilhada ocorreu para 12,5% das mulheres entrevistadas, 14,9% na maternidade pública e 7,5% na maternidade privada. Quanto às boas práticas de assistência, o incentivo a ter acompanhante, a oferta de líquidos e alimentos, o incentivo à movimentação durante o trabalho de parto, a percepção de ter sido acolhida na maternidade e o contato pele a pele foram mais frequentes na maternidade pública. Já o sentimento de estar à vontade para fazer perguntas e participar das decisões foi mais frequente na maternidade privada. <strong>Conclusões:</strong> É frequente a aplicação de práticas não recomendadas de rotina na assistência ao parto em ambas as maternidades. A maternidade pública apresentou maior prevalência de boas práticas em comparação com a privada. A prevalência de práticas não recomendadas é superior à prevalência de ter sofrido desrespeito, humilhação ou maus-tratos no parto, pela percepção das puérperas, o que sugere o não reconhecimento pelas mulheres de situações de violência. Nesse cenário, a atenção pré-natal é um espaço de troca de informações sobre boas práticas e reconhecimento de práticas consideradas como violência obstétrica.</p>Janini Cristina PaizAlice Steglich SoutoAna Cláudia Magnus MartinsSarah Maria dos Santos AhneMônica BaréaCamila Giugliani
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2024-11-282024-11-2819463852385210.5712/rbmfc19(46)3852A qualidade do sono está associada a determinantes sociodemográficos e clínicos em usuários acompanhados na Atenção Primária à Saúde durante a pandemia de COVID-19
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3820
<p><strong>Introdução:</strong> O avanço da pandemia de COVID-19 acarretou alterações no sono da população. Os distúrbios do sono têm relação com as principais alterações de saúde mental e também possuem relação com os fatores psicossociais. <strong>Objetivo:</strong> Estimar a prevalência e fatores associados às alterações na qualidade do sono em usuários acompanhados na Atenção Primária à Saúde durante a pandemia de COVID-19. <strong>Métodos:</strong> Estudo do tipo transversal, com adultos (idade >18 anos) de ambos os gêneros, acompanhados por uma unidade de saúde. Foram levantadas as informações do prontuário eletrônico da unidade e, durante a visita domiciliar (entre agosto e setembro de 2021), os dados socioeconômicos, fatores de risco, sinais vitais, variáveis antropométricas, hábitos de vida, medicações em uso, uso dos serviços de saúde, internação e consultas no último ano. A qualidade de vida foi avaliada pelo questionário SF-36 e foi usado o Índice de Qualidade do sono Pittsburgh (PSQI). <strong>Resultados:</strong> A amostra foi formada predominantemente por mulheres (82,9%) com 60,5±11,7 anos de idade, da cor branca (70,7%), com companheiro (61%) e pertencentes à classe C (65,8%). 53,7% da amostra apresentou até duas comorbidades, 87,8% apresentavam sobrepeso/obesidade e 80% faziam uso de anti-hipertensivo. A prevalência de qualidade do sono ruim foi de 87,8% (IC95% 73,1–95,0). Os achados apontam para uma relação entre má qualidade do sono com consumo de álcool, presença de ≥3 comorbidades, níveis de PAS, uso de ansiolíticos, nível de escolaridade e uso de serviços de saúde durante a pandemia. <strong>Conclusões:</strong> A alta prevalência de qualidade do sono ruim na amostra estudada sugere que determinantes sociodemográficos, presença de comorbidades e hábitos de vida devem ser considerados para minimizar os efeitos das alterações do sono na pandemia.</p>Andressa dos Santos ChagasCândido Norberto Bronzoni de MattosThiago Dipp
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2024-10-062024-10-0619463820382010.5712/rbmfc19(46)3820Estudo longitudinal de famílias
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/2508
<p><strong>Introdução:</strong> O desenvolvimento da família é influenciado por diversos fatores de sua organização interna e de ordem ambiental, social, cultural, econômica e política. Em contexto de pobreza os riscos são maiores. Fatores de proteção, como boa organização familiar e rede social de apoio podem diminuir as consequências negativas da pobreza. São escassas as pesquisas longitudinais sobre vulnerabilidade e resiliência nas famílias. <strong>Objetivo:</strong> Este artigo descreve o desenvolvimento de três famílias ao longo de 15 anos, estudadas por meio de entrevistas em casa, parte de uma coorte populacional de um bairro de Porto Alegre (RS). Buscaram-se associações entre a qualidade das relações nessas famílias e sua saúde física e mental, especialmente a do filho, foco da pesquisa. <strong>Métodos:</strong> Selecionaram-se no arquivo da pesquisa as três primeiras famílias (do total de 148) das quais se tinham os resultados completos das cinco visitas realizadas aos quatro meses e aos dois, quatro, nove e 15 anos de um filho. Realizou-se análise qualitativa dos registros em busca de categorias para compreender a vida e as relações interpessoais nas famílias. O estudo foi realizado em conjunto por duas pesquisadoras, médicas especialistas em desenvolvimento humano. As categorias identificadas na análise e estudadas nas cinco etapas foram: configuração familiar, situação socioeconômica, situações traumáticas, saúde física, saúde relacional e mental, evolução cognitiva e escolar do filho. <strong>Resultados:</strong> As três famílias, todas de classe C, com filhos sem problemas de saúde física, tiveram evolução suficientemente boa, apesar de todas enfrentarem múltiplos problemas, inclusive separações e mortes precoces. A relação com o sistema de saúde e escola era boa e similar para as três. A jovem com menos problemas de saúde mental foi aquela que sofreu perdas mais importantes: morte dos pais. Tinha uma estrutura familiar multigeracional sólida desde a primeira infância, com relações interpessoais predominantemente colaborativas e amorosas. <strong>Conclusões:</strong> O artigo busca avançar na compreensão da resiliência nas famílias em situações de vulnerabilidade. Concluímos que essas três famílias, uma delas mais que as outras, foram suficientemente saudáveis na tarefa de educar seus filhos sem desenvolverem problemas mentais graves. Propomos que o bom desenvolvimento se associa com a adequação e amorosidade dos cuidados com a etapa do ciclo vital, mesmo enfrentando situações problemáticas. Essas qualidades precisam estar associadas à estabilidade socioeconômica básica e a bons serviços de saúde e escola.</p>Olga Garcia FalcetoAngela Maria Polgati Diehl
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https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-07-122024-07-1219462508250810.5712/rbmfc19(46)2508Tendência temporal das taxas de Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária à Saúde em Governador Valadares, Minas Gerais e Brasil, 2012 a 2021
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3742
<p><strong>Introdução:</strong> As taxas de Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP) permitem analisar de forma indireta a qualidade dos cuidados primários em saúde, configurando-se um importante indicador para gestão das ações na Atenção Primária em Saúde. <strong>Objetivo: </strong>Analisar as tendências das taxas de ICSAP em Governador Valadares, Minas Gerais e Brasil, de 2012 a 2021. <strong>Métodos: </strong>Foi realizado um estudo ecológico espaço-temporal, de caráter exploratório, por meio de dados disponibilizados pelo Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As taxas brutas foram calculadas e posteriormente padronizadas pela população brasileira estimada para 2021. As séries temporais foram analisadas pelo método de Prais-Winsten. <strong>Resultados: </strong>As tendências de ICSAP por condições inflamatórias/infecciosas apresentaram tendências decrescentes em níveis nacional, estadual e municipal, com maior queda registrada no município. Em relação às condições crônicas de ICSAP, a tendência foi estacionária em Governador Valadares e decrescente em Minas Gerais e no Brasil. <strong>Conclusões: </strong>A tendência das taxas de ICSAP foi decrescente para os três entes federativos em relação às condições inflamatórias/infecciosas. Já para as condições crônicas, a tendência foi estacionária em Governador Valadares e decrescentes em Minas Gerais e no Brasil. As análises epidemiológicas devem estar sempre no foco do profissional da Atenção Primária em Saúde, pois os indicadores de morbidades refletem diretamente em seu trabalho e nas condições de saúde da comunidade adscrita.</p>Kleber Proietti AndradeIsa Rodrigues MassaAna Paula Vilas Boas WhebertLélia Cápua Nunes
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2024-11-272024-11-2719463742374210.5712/rbmfc19(46)3742Perfil epidemiológico dos acidentes por material biológico em médicos da atenção primária em Minas Gerais, de 2012 a 2021
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3725
<p><strong>Introdução: </strong>Os acidentes ocupacionais com material biológico representam um problema de saúde pública. A exposição ocupacional dos profissionais da saúde configura-se como um risco de transmissão de diversos patógenos. Na literatura, há carência de estudos que analisem o perfil dos acidentes com material biológico nos médicos da atenção primária. <strong>Objetivo:</strong> Buscou-se compreender o perfil epidemiológico dos acidentes com material biológico em médicos da atenção primária em Minas Gerais. <strong>Métodos:</strong> Estudo epidemiológico descritivo com análise do perfil dos acidentes com material biológico em médicos da atenção primária em Minas Gerais, utilizando dados secundários. <strong>Resultados:</strong> No período analisado, foram registrados 111 acidentes com material biológico, dos quais 54% ocorreram somente em 2020 e 2021. A maioria dos casos deu-se em mulheres (59%), e os tipos mais frequentes de exposição foram mucosa (38%) e percutânea (33%). Dos médicos, 23% não possuíam esquema vacinal contra a hepatite B completo. Em média, em 36% dos acidentes os testes sorológicos foram negativos e em 61% não foram realizados ou o campo foi ignorado/deixado em branco. Em apenas 7,2% dos casos a quimioprofilaxia foi indicada, mas ressaltam-se os registros ignorados ou em branco. Mais da metade dos acidentados não emitiu a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). <strong>Conclusões: </strong>Os acidentes com material biológico predominam em médicas e nas formas de exposição mucosa e percutânea. Investimentos em medidas de biossegurança e educação permanente são necessários para prevenir casos e estimular sua notificação.</p>Sarah Campos OrnelasGustavo de Almeida AfonsoHeloíse Saick de PaulaGiovana Ferreira de FreitasRachel Campos OrnelasSarah Silva Ferraz
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2024-07-112024-07-1119463725372510.5712/rbmfc19(46)3725Disfunção sexual em mulheres na atenção primária de Florianópolis
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3378
<p><strong>Introdução:</strong> A disfunção sexual é mais frequente entre as mulheres, com prevalências entre 25 e 63% naquelas acima de 18 anos. Por meio do questionário Female Sexual Function Index, este estudo busca estimar a frequência de disfunções sexuais em mulheres adultas de duas Equipes de Saúde da Família em Florianópolis, Santa Catarina. <strong>Objetivo:</strong> O objetivo deste estudo é avaliar a prevalência de disfunção sexual feminina (DSF) nessas populações e investigar a relação entre variáveis sociodemográficas e os domínios representados no escore FSFI. <strong>Métodos:</strong> Utilizamos o questionário FSFI para avaliar a frequência de disfunções sexuais e realizamos uma análise das variáveis sociodemográficas entre as unidades de saúde. Foram incluídas mulheres adultas atendidas em duas Equipes de Saúde da Família em Florianópolis. <strong>Resultados:</strong> A prevalência geral de DSF encontrada foi de 67,8%, com uma distribuição homogênea entre as diferentes unidades de saúde e variáveis sociodemográficas. Observamos associações entre anos de estudo e maiores índices de DSF, especialmente nos domínios de desejo, excitação e lubrificação, e entre maior idade e melhor desempenho nos domínios de desejo e excitação. <strong>Conclusões:</strong> A alta prevalência de distúrbios sexuais femininos em Florianópolis, distribuída de maneira homogênea entre as variáveis sociodemográficas estudadas, destaca a importância da capacitação dos profissionais de saúde na abordagem dessas questões na Atenção Primária.</p>Marília Vieira BonsfieldWilliam de Oliveira DuailibiDonavan de Souza Lucio
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2024-10-192024-10-1919463378337810.5712/rbmfc19(46)3378Empatia (parte I)
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3398
<p><strong>Introdução: </strong>Este artigo explora o tema da empatia na relação médico-paciente. <strong>Objetivo:</strong> Contribuir para o aperfeiçoamento das habilidades de comunicação clínica ao revisar o entendimento e a aplicação da empatia na prática clínica. <strong>Métodos:</strong> Trata-se de uma revisão não sistemática dos principais livros utilizados na comunicação clínica sobre o tema da empatia. O recorte metodológico compreendeu as seguintes etapas: (1) amostra intencional da literatura; (2) coleta e leitura de dados — i.e., extração de fragmentos dos textos; (3) análise do conteúdo, com o foco na definição, importância e instrumentalização para a aplicação prática; (4) seleção e síntese, para facilitar a compreensão e a contextualização sobre o tema; e (5) comparação e ponderação do conteúdo selecionado. <strong>Resultados:</strong> A abrangência com que a empatia foi trabalhada na literatura selecionada resultou em três níveis de densidade empática: baixa, moderada e alta. Assim, a baixa densidade empática limitou-se mais à definição e importância do tema; a densidade moderada incorporou algum exemplo de como aplicar a empatia, porém de forma fragmentada; e a alta densidade empática abordou o tema de modo mais completo, facilitando a instrumentalização na prática clínica. Há concordância na literatura analisada de que a prática da empatia reflete-se na melhoria do cuidado médico, entretanto seu exercício permanece no campo racional. Ao exemplificar a aplicação prática da empatia, os autores sugerem que o médico adote uma postura isenta de julgamentos, ao mesmo tempo que propõem um exercício imaginativo, de adivinhação dos sentimentos/emoções do paciente. Apesar de os autores de alta densidade empática compreenderem a importância das emoções e nomeá-las no processo, percebe-se a necessidade de um desdobramento e aprofundamento a partir desse ponto. <strong>Conclusões:</strong> Por se tratar de um assunto complexo, com vários matizes, a empatia é abordada de diferentes formas na literatura selecionada. Isso evidencia sua riqueza e originalidade, ao mesmo tempo que apresenta lacunas para sua aplicação na prática clínica.</p>Beatriz Yumi UeharaArmando Henrique NormanThaís de Almeida Morgado
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2024-07-122024-07-1219463398339810.5712/rbmfc19(46)3398Programa de controle do tabagismo em Mato Grosso do Sul
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3565
<p><strong>Objetivo:</strong> O estudo teve por objetivo avaliar o Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT) em Mato Grosso do Sul, taxas de cobertura, abandono, cessação, uso de medicamentos, rede de serviços de saúde e as razões pelas quais algumas Equipes de Saúde da Família de Campo Grande ainda não aderiram ao programa. <strong>Métodos:</strong> Trata-se de uma pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa, baseada em dados primários e secundários sobre o PNCT em Mato Grosso do Sul. Os dados primários foram obtidos por meio de questionário aplicado aos profissionais das Equipes de Saúde da Família (ESF) de Campo Grande, sem oferta do programa e avaliados quanto à frequência e presença de correlação entre as variáveis analisadas utilizando V de Cramer e teste de χ<sup>2</sup>. Os dados secundários foram obtidos do consolidado do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva com os registros produzidos pelos serviços. <strong>Resultados: </strong>As taxas de adesão, efetividade e apoio farmacológico na capital e interior foram: 66,80 e 59,79%; 20,58 e 34,91%; 32,14 e 99,86%, respectivamente. A oferta do programa ocorreu em 49,37% municípios e 43,85% das Unidades Básicas de Saúde (UBS) estimadas. Houve correlações entre ser capacitado e implantar o programa; treinamento de ingresso e oferta na UBS. As dificuldades relatadas pelos profissionais foram a pandemia de COVID-19, a sobrecarga e/ou equipe pequena e/ou falta de tempo e a ausência de capacitação/treinamento. <strong>Conclusões:</strong> O PNCT em Mato Grosso do Sul apresenta baixa cobertura e oferta restrita na rede de saúde, além do desempenho mediano de assistência aos tabagistas. Evidencia-se a necessidade de investimento em capacitação/treinamento, prioritariamente para as ESF de Campo Grande, dando-lhes condições de responder às necessidades de promoção da saúde, reconhecendo o programa como de maior custo-efetividade.</p>Nádia Cristina de Souza CordeiroMarli MarquesLeonardo Henriques Portes Albert Schiaveto de Souza
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2024-08-042024-08-0419463565356510.5712/rbmfc19(46)3565Barreiras no acesso à Atenção Básica pela população LGBTQIA+
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3594
<p><strong>Introdução</strong><strong>: </strong>A população LGBT constitui um grupo cujo acesso à saúde é historicamente limitado e ainda hoje é atravessado por questões complexas que envolvem desde a formação dos profissionais de saúde à própria estrutura organizacional do sistema assistencial. Apesar disso, a literatura científica acerca dos entraves que estes indivíduos enfrentam na Atenção Primária à Saúde (APS), porta de entrada e coordenadora do cuidado, é particularmente escassa.<strong> Objetivo: </strong>Caracterizar as barreiras envolvidas no acesso da população LGBTQIA+ à APS. <strong>Métodos:</strong> Trata-se de uma revisão integrativa de estudos científicos selecionados nas plataformas de busca PubMed e Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), sendo utilizados como descritores de busca os termos Minorias Sexuais e de Gênero, LGBTQIA+, APS e Acesso aos Serviços de Saúde. Foram incluídos artigos completos sem restrição de período nos idiomas inglês, português e espanhol. Foram excluídos textos do tipo: revisão bibliográfica; editorial; protocolos de estudo; opinião de especialistas e relato de experiência. <strong>Resultados: </strong>Foram selecionados 14 artigos, sendo seus conteúdos atribuídos a três eixos de discussão: barreiras físicas/organizacionais, barreiras sociais e barreiras relacionadas à educação/formação dos profissionais da saúde. <strong>Conclusões: </strong>É essencial expandir as discussões sociais acerca da temática de diversidade sexual e de gênero de modo a desconstruir os preconceitos instituídos; ademais, faz-se fundamental a revisão da estrutura física e organizacional — bem como da formação dos profissionais da saúde — para criar um ambiente assistencial inclusivo na atenção básica à população LGBTQIA+.</p>Luan Moraes FerreiraGisela Gomes BatistaLeoneide Érica Maduro Boillet
Copyright (c) 2024 Luan Moraes Ferreira, Gisela Gomes Batista, Leoneide Érica Maduro Boillet
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2024-09-292024-09-2919463594359410.5712/rbmfc19(46)3594Grupo de mulheres
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3670
<p><strong>Introdução: </strong>A realização de grupos é uma das possibilidades de atuação das equipes da Atenção Primária à Saúde. Esse tipo de intervenção possibilita o desenvolvimento de ações de cuidado que extrapolam as consultas individuais, propiciando educação em saúde, integração, troca de experiências e ampliação da rede de apoio. Ainda que não tenham necessariamente o propósito de serem terapêuticos em termos de saúde mental, apresentam-se como espaços de promoção de saúde e prevenção de agravos. O trabalho com grupos é capaz de gerar aprimoramento para todas as pessoas envolvidas — usuários e profissionais — na medida em que possibilita colocar em evidência os saberes da comunidade, abrindo a possibilidade de que as intervenções em saúde sejam criadas em coletivo. <strong>Objetivo:</strong> Analisar o processo de desenvolvimento da habilidade de facilitação de grupos e os impactos das habilidades adquiridas na sua dinâmica, bem como na sua efetividade como ferramenta de produção de saúde, considerando as habilidades e competências da Medicina de Família e Comunidade. <strong>Métodos:</strong> Trata-se de pesquisa qualitativa desenvolvida na UBS Santa Cecília. Os encontros aconteceram semanalmente pelo período de uma hora durante seis meses. A ferramenta utilizada para acompanhamento do desenvolvimento da habilidade de facilitação se deu pela observação estruturada, baseada em cinco competências básicas para facilitação de grupos. A dinâmica estabelecida consistiu na determinação de uma profissional facilitadora e outra observadora, que registrou as intervenções realizadas, sendo esses papéis invertidos a cada encontro. Quinzenalmente os dados eram analisados, gerando reflexões e sugestões para melhoria das intervenções. <strong>Resultados:</strong> Cada competência descrita na ferramenta utilizada teve como resultado o desenvolvimento de habilidades primordiais para o funcionamento do grupo. Um dos maiores indicadores do êxito em alcançar as habilidades desejadas ocorreu pela observação de intervenções cada vez menos necessárias, tomando as participantes os papéis de protagonistas e responsáveis pelo desenvolvimento do grupo, questionando, produzindo e obtendo saúde. <strong>Conclusões:</strong> A utilização de um instrumento de observação e reflexão das competências do agente atuante como facilitador de um grupo permitiu que a dinâmica se estabelecesse de forma fluida com rápido entendimento das participantes sobre seus papéis no contexto geral do grupo. Observou-se também que a relação estabelecida entre elas resultou na formação de rede de apoio, melhoria do autocuidado e conhecimento, informação em saúde e apoio social às envolvidas.</p>Mariana TavaresElisa SeminottiCamila GiuglianiMarcelo GonçalvesNédio Seminotti
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2024-10-062024-10-0619463670367010.5712/rbmfc19(46)3670Indicadores de qualidade da atenção a usuários com diabetes na Atenção Primária à Saúde do Brasil
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3678
<p><strong>Introdução:</strong> Diabetes <em>mellitus</em> (DM) é uma doença crônica, não transmissível, cuja prevalência tem aumentado mundialmente. Seu manejo adequado na Atenção Primária à Saúde (APS) pode reduzir suas complicações e as internações por condições sensíveis à atenção primária. <strong>Objetivo:</strong> Comparar indicadores de qualidade da atenção a pessoas com diabetes atendidas na rede básica de saúde do Brasil e suas diferenças por região. <strong>Métodos:</strong> Com delineamento transversal, utilizaram-se dados dos Ciclos I e III do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ). Os desfechos foram indicadores sintéticos, operacionalizados a partir de 24 variáveis: i) acesso; ii) disponibilidade de insumos e equipamentos em condições de uso; iii) disponibilidade de medicamentos em quantidade suficiente; iv) organização e gestão; v) cuidado clínico; e vi) relato de cuidado adequado. Foram calculadas as diferenças em pontos percentuais (p.p.) dos indicadores entre 2012 e 2018, e os dados foram estratificados por região. <strong>Resultados: </strong>No geral, houve uma melhora no cuidado à pessoa com DM na APS do Brasil e regiões entre as equipes participantes do PMAQ, entre 2012 e 2018. As prevalências de acesso, disponibilidade de insumos/equipamentos, medicamentos, oferta, organização e gestão apresentaram aumento de, no mínimo, 10 p.p. no período de 6 anos, mas podem melhorar. <strong>Conclusões:</strong> Considerando que a ocorrência de DM está aumentando no país, faz-se necessário maior investimento na estrutura dos serviços e em programas de educação permanente dos profissionais de saúde.</p>Elaine TomasiDenise Silva da SilveiraRosália Garcia NevesElaine ThuméMaria Aurora Droppa Chrestani CesarNicole Rios BarrosLuiz Augusto Facchini
Copyright (c) 2024 Elaine Tomasi, Denise Silva da Silveira, Rosália Garcia Neves, Elaine Thumé, Maria Aurora Droppa Chrestani Cesar, Nicole Rios Barros, Luiz Augusto Facchini
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2024-10-192024-10-1919463678367810.5712/rbmfc19(46)3678Prevalência de transtornos psiquiátricos de pessoas em situação de rua em um grande centro urbano no Brasil
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3697
<p><strong>Introdução:</strong> O presente estudo visa descrever as condições de saúde mental mais prevalentes na população de rua em um grande centro urbano brasileiro. <strong>Objetivo:</strong> Descrever as condições de saúde mental mais prevalentes na população de moradores de rua em um grande centro urbano brasileiro. <strong>Métodos:</strong> Este é um estudo transversal realizado nas regiões centrais e periferias da cidade de São Paulo (SP), Brasil. Para a descrição dos transtornos psiquiátricos utilizamos o <em>Patient Health Questionnaire-9</em> (PHQ-9) para sintomas depressivos, item 9 do Inventário de Depressão de Beck para ideação suicida, pergunta autorreferida para uso de álcool e drogas ilícitas e item 3 do PHQ-9 para qualidade do sono. <strong>Resultados:</strong> A média de idade dos participantes foi de 44,54 (desvio padrão — DP=12,63) anos, e a maioria era do sexo masculino (n=342; 75%). Quanto à frequência de transtornos psiquiátricos identificados, 49,6% (n=226) dos participantes apresentaram sintomas depressivos, 29,8% (n=136) exibiram ideação suicida, 55,7% (n=254) informaram uso de álcool semanalmente, 34,2% (n=156) informaram usar drogas ilícitas semanalmente e 62,3% (n=284) tinham problemas com sono. <strong>Conclusões:</strong> A prevalência de condições que afetam a saúde mental entre os participantes é alta. Estes resultados poderão auxiliar profissionais de saúde na elaboração de estratégias de prevenção e tratamento nessa população, pouco estudada.</p>Luciano Magalhães VitorinoRegis Rodrigues Vieira Mário Vicente Campos Guimarães
Copyright (c) 2024 Luciano Magalhães Vitorino, Regis Rodrigues Vieira , Mário Vicente Campos Guimarães
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2024-08-042024-08-0419463697369710.5712/rbmfc19(46)3697Prevalência de tabagismo e morbimortalidade por câncer de pulmão nos estados brasileiros
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3598
<p><strong>Introdução:</strong> O câncer de pulmão é uma doença grave, sendo a segunda maior causa de morte em todo o mundo, entretanto, em alguns países desenvolvidos, tornou-se já a primeira causa de morte. Cerca de 90% dos casos de neoplasia pulmonares são causados pela inalação da fumaça do cigarro. <strong>Objetivo:</strong> Correlacionar a prevalência de tabagismo e morbimortalidade por câncer de pulmão nos estados brasileiros, além de demonstrar a associação destes com sexo e faixa etária. <strong>Métodos:</strong> Estudo de caráter ecológico acerca da prevalência de tabagismo e morbimortalidade por câncer de pulmão nos estados brasileiros, nos períodos de 2013 e 2019, dividida por sexo e faixa etária. Foram utilizados bancos de coleta de dados como o Tabnet e Pesquisa Nacional de Saúde. <strong>Resultados:</strong> As maiores taxas de mortalidade e internações hospitalares foram do público masculino, em 2013, com taxa de 2,7 e 10, respectivamente, e em 2019 com 3,3 e 11,9, respectivamente. Ademais, a maior prevalência de tabagismo foi encontrada nos homens; entretanto seu índice tem caído, enquanto a quantidade de mulheres tabagistas tem aumentado. A Região Sul demonstrou maiores números de mortalidade em ambos os períodos estudados, com taxas de 4,9 e 5,8 por 100 mil habitantes, e morbidade hospitalar com 19,9 e 23,5 por 100 mil habitantes. Já a Região Norte se configurou com as menores prevalências: em 2013 apresentou taxa de óbito por câncer de pulmão de 1,0 e morbidade hospitalar de 3,5/100 mil habitantes, em 2019 apresentou taxa de mortalidade de 4,6 e internações de 1,6/100 mil habitantes. Os coeficientes de correlação de morbidade hospitalar e prevalência de tabagismo foram R<sup>2</sup>=0,0628, r=0,251 e p=0,042, enquanto os de mortalidade e prevalência de tabagismo foram R<sup>2=</sup>0,0337, r=0,183 e p=0,140. <strong>Conclusões:</strong> Na presente pesquisa, pode-se inferir que houve associação positiva na comparação entre taxa de morbidade hospitalar e prevalência de tabagismo; em contrapartida, não foi possível observar associação positiva na correlação da taxa de mortalidade por câncer de pulmão e prevalência de tabagismo.</p>Silvya de Freitas NunesKelser de Souza Kock
Copyright (c) 2024 Silvya de Freitas Nunes, Kelser de Souza Kock
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2024-04-182024-04-1819463598359810.5712/rbmfc19(46)3598Informação e prevenção não farmacológica da COVID-19 no território de uma unidade de saúde da família em Pernambuco
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3763
<p><strong>Introdução:</strong> O conhecimento da magnitude em que a população implementa medidas de proteção emitidas pelas autoridades de saúde pública é essencial na prevenção da doença do novo coronavírus (COVID-19). A eficácia de medidas não farmacológicas de prevenção e das políticas públicas destinadas a reduzir o contágio pela COVID-19 depende de quão bem os indivíduos são informados sobre as consequências da infecção e as medidas que devem adotar para reduzir sua propagação. O entendimento, as atitudes e as práticas das pessoas em relação à COVID-19 e sua prevenção são basilares para a compreensão da dinâmica epidemiológica, demandando a realização de pesquisas sobre o cumprimento de medidas não farmacológicas de prevenção do contágio em diversos territórios. Para isso, em 2020, medidas não farmacológicas contra a COVID-19 foram divulgadas por fontes diversas, estatais e privadas, para a maior parte da população brasileira, com a finalidade de orientar comportamentos para conter a crise sanitária. As equipes da Estratégia Saúde da Família têm um papel fundamental neste processo de educação em saúde, pois compreendem elementos socioculturais das suas comunidades, alcançando-as tanto em capilaridade quanto em adequação local da informação técnico-científica. Este artigo abrange uma pesquisa de campo, parte de um projeto multicêntrico nacional. <strong>Objetivo:</strong> Avaliar se a população do território de uma unidade da Estratégia Saúde da Família da cidade de Condado-PE entende e aplica as informações que recebeu sobre medidas não farmacológicas de prevenção em suas práticas de proteção contra a COVID-19. Mais especificamente, a pesquisa visou determinar que informações foram recebidas pelos respondentes, quais as suas fontes, o grau de confiabilidade atribuído a estas, além da adesão deles às medidas não farmacológicas e sua relação com variáveis sociodemográficas. <strong>Métodos:</strong> O modelo do estudo foi observacional e descritivo, com abordagem quantitativa, a partir da coleta de dados primários com 70 usuários por entrevista presencial com questionário estruturado. <strong>Resultados:</strong> Os resultados mostraram que a população recebeu vasta informação sobre prevenção da doença. <strong>Conclusão:</strong> Com níveis variados de confiabilidade das fontes, atribuindo importância relevante às medidas de prevenção e adotou a maioria delas, com exceção do isolamento social total.</p>Lilyanne ValérioRilva Lopes de Sousa-MuñozIsaunir Veríssimo Lopes
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2024-05-122024-05-1219463763376310.5712/rbmfc19(46)3763Você está pensando, refletindo, analisando o que você vê e o que você faz o tempo todo
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3928
<p><strong>Introdução:</strong> A comunicação é reconhecida como uma habilidade central por vários órgãos reguladores internacionais da educação médica. O ensino específico de habilidades de comunicação é fundamental para melhorar a comunicação dos médicos. As técnicas experienciais mostraram superioridade em comparação com os modelos tradicionais. A utilização de consultas reais ajuda os estudantes a visualizar melhor as suas competências de entrevista e a refletir sobre elas. Com os avanços da tecnologia, o uso de consultas médicas gravadas em vídeo tornou-se a abordagem padrão para o ensino da comunicação. No entanto, a eficácia dessa técnica depende do envolvimento ativo dos estudantes. As suas contribuições e comentários dos pares sobre a consulta gravada são essenciais para a aprendizagem. Contudo, a perspectiva do estudante sobre a utilidade dessa abordagem educativa recebeu pouca atenção. <strong>Objetivos: </strong>Compreender a percepção da aprendizagem dos residentes de medicina de família e comunidade resultante da atividade de vídeo <em>feedback</em> na sua formação profissional. <strong>Métodos: </strong>Estudo exploratório, qualitativo, realizado com residentes do primeiro ano de medicina de família e comunidade de um programa de residência estabelecido em São Paulo, Brasil. Os participantes foram entrevistados após as sessões educativas, que foram analisadas por meio de análise temática reflexiva. <strong>Resultados: </strong>A autopercepção de sua prática, o aprendizado de habilidades de comunicação e os ganhos afetivos foram identificados pelos participantes como pontos de aprendizado derivados da atividade de vídeo <em>feedback</em>. Além disso, sobre o aprendizado de habilidades específicas de comunicação, eles mencionaram comunicação não-verbal e verbal, conexões entre teoria e prática, estrutura de consulta e oportunidades para cristalizar conhecimentos. Os ganhos afetivos incluíram sentir-se parte de um grupo, melhora da autoestima, superação de inseguranças, percepção de consultas mais efetivas, reforço do gosto pelo trabalho e reconhecer a necessidade de mais aprendizado. <strong>Conclusões: </strong>Os ganhos de aprendizagem identificados em nosso estudo levaram a uma experiência de humanidade compartilhada, que permite aos participantes serem mais efetivos técnica e afetivamente com seus pacientes. Além disso, identificamos que a atividade educativa de vídeo <em>feedback</em> pode ser utilizada para outros possíveis fins educacionais além do ensino da comunicação.</p>Carlos Frederico Confort CamposNicolle Taissun
Copyright (c) 2024 Carlos Frederico Confort Campos, Nicolle Taissun
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2024-04-182024-04-1819463928392810.5712/rbmfc19(46)3928O processo de construção compartilhada de histórias a partir da Medicina Narrativa aplicada à Atenção Primária à Saúde
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4136
<p><strong>Introdução:</strong> Alguns usuários da Atenção Primária à Saúde (APS), apesar dos tratamentos propostos e do acompanhamento com profissionais da unidade de saúde, especialistas focais e equipe multidisciplinar, sentem-se insatisfeitos e não compreendidos em seu sofrimento. Entretanto, tem-se emergido o conhecimento sobre o potencial das narrativas no contexto da Medicina, e tem sido descrita a Medicina Narrativa (MN), a qual é exercida com a competência de se aprofundar e honrar as histórias dos pacientes. Assim, melhora-se a satisfação no cuidado em saúde e inicia-se um processo de cura em nível simbólico por meio da escuta atenta do sofrimento da pessoa. <strong>Objetivo:</strong> Explorar como a MN pode ser uma ferramenta de cuidado aplicada à APS para usuários que se sentem pouco compreendidos em seu processo de adoecimento. <strong>Métodos: </strong>Estudo de caso qualitativo, submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Paraná (CEP-UFPR) e pela Plataforma Brasil, na modalidade de pesquisa-ação. Uma usuária foi convidada a participar de uma entrevista semiestruturada qualitativa para a produção de narrativas e melhor compreensão de seu sofrimento, a partir do questionário MINI. Após a aplicação, uma narrativa sobre a história contada foi escrita, lida para a paciente, impressa e entregue. A paciente teve algumas semanas para refletir sobre o conteúdo, com posterior retorno para avaliação do impacto da leitura sobre sua perspectiva. <strong>Resultados: </strong>A adoção dessa metodologia permitiu um aprofundamento na compreensão do sofrimento e um aumento da empatia da profissional. Para a usuária, a experiência proporcionou uma sensação de compreensão e confiança, sem sentir-se julgada, além de uma melhora em seu insight sobre o processo de adoecimento. Foi descrita uma ferramenta simples e de baixa complexidade para uso na APS. No entanto, devido ao uso da leitura e escrita, encontra-se um obstáculo na desigualdade educacional no Brasil. Métodos narrativos têm se mostrado, na literatura, especialmente na área da psicologia e no campo da terapia narrativa, como benéficos para o tratamento de contextos complexos de sofrimento, como transtorno de estresse pós-traumático em refugiados, adolescentes vítimas de violência sexual, vítimas de desastres naturais e no desenvolvimento de resiliência em crianças órfãs. <strong>Conclusões</strong><strong>:</strong> A MN pode ser promissora se aplicada na clínica, oferecendo benefícios como o aprofundamento do entendimento tanto do profissional quanto do paciente sobre o processo de adoecimento e as nuances do sofrimento que a simples anamnese não consegue alcançar. A produção de narrativas, seguida de sua entrega e reflexão por parte do profissional e do usuário, contempla e potencializa a integralidade, a coordenação do cuidado e o método clínico centrado na pessoa.</p>Aysla RinaldoDeivisson Vianna Dantas dos Santos
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2024-12-102024-12-1019464136413610.5712/rbmfc19(46)4136As bordas teóricas da Abordagem Comunitária
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4222
<p><strong>Introdução:</strong> Tanto a atenção primária enquanto nível de atenção em saúde como a medicina de família e comunidade (MFC) enquanto especialidade médica produzem cuidado direcionado ao indivíduo e orientado para família e comunidade. Apesar disso, o conceito de abordagem comunitária não possui um escopo definido e não é apresentado como área de produção do saber. <strong>Objetivo: </strong>O objetivo deste trabalho é revisar as variadas definições acerca da natureza deste conceito e definir as suas fronteiras teóricas. <strong>Métodos:</strong> Através da revisão de escopo utilizando o roteiro PRISMA <em>for Scoping Reviews</em>, pesquisou-se o termo “abordagem comunitária” na literatura. Após a leitura dos textos contendo este conceito, analisou-se os diversos significados empregados à expressão “abordagem comunitária”. Os resultados foram organizados de acordo com suas semelhanças semânticas. <strong>Resultados:</strong> Foram selecionados 25 trabalhos, e nestes, o conceito estudado é apresentado como semelhante a: modelo de assistência à saúde; ferramentas de trabalho na APS; modelo de organização do processo de trabalho; competência da APS; competência da MFC; educação em saúde; atributo da APS. Além disso, somente cinco trabalhos trazem uma definição direta do termo. <strong>Conclusões:</strong> Podemos reconhecer que a abordagem comunitária é estruturante da MFC e não se atém ao paradigma biotécnico. É uma tecnologia relacional de aproximação do profissional de saúde com a pessoa, família ou comunidade que está sob sua responsabilidade sanitária, e que, com ferramentas próprias desta tecnologia, intervém como facilitador da promoção de saúde e cidadania e da garantia de direitos, cooperando para que a comunidade tenha capacidade de intervir criativamente em si mesma com o objetivo de emancipação comunitária.</p>Rodrigo Santos Custodio OliveiraBrenda Freitas Costa
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2024-12-102024-12-1019464222422210.5712/rbmfc19(46)4222A integralidade sufocada em consultas de 20 minutos
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4242
<p><strong>Introdução:</strong> A Medicina de Família e Comunidade (MFC) se consolida na Atenção Primária à Saúde (APS) como a especialidade preferencial para o desenvolvimento de seus atributos, bem como dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), com o objetivo de efetivar o paradigma da Produção Social da Saúde (PSS). A Residência em Medicina de Família e Comunidade (RMFC) é considerada o padrão-ouro de formação desses profissionais capazes de transcender a oferta de serviços, articular redes de cuidados interdisciplinares e superar o modelo biomédico no complexo cenário da APS, o que vem sendo aprimorado com a elaboração de competências para a especialidade. No entanto, a precarização do trabalho que marca a história da APS se destaca como desafio a ser superado.<strong> Objetivos: </strong>Elaborar reflexões acerca dos principais desafios que marcam a APS e caminhos para superá-los.<strong> Métodos: </strong>Realizou-se um ensaio crítico, com base em uma revisão narrativa. Foram consultadas as bases de dados da Scientific Electronic Library Online, Google Acadêmico e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando os descritores “Medicina de Família e Comunidade”, “Residência”, “Educação Baseada em Competências”, “Condições de Trabalho” e “Precarização do Trabalho”. A literatura encontrada foi articulada com a experiência e reflexão dos autores. <strong>Discussão</strong><strong>:</strong> Os resultados descrevem como a precarização tem caracterizado o trabalho na APS e impactado negativamente a superação da biomedicina pela PSS. Essa precarização é marcada pela competitividade dos modelos de gestão neoliberais, reforçando um conceito de saúde reduzido e fragmentado, o que fragiliza o SUS e compromete seus atributos constitutivos. Em relação à RMFC, os achados revelam não apenas prejuízos na formação, mas também dificuldades teóricas e práticas enfrentadas pelos profissionais na identificação de problemas, bem como na reflexão e ação sobre essas limitações no desenvolvimento de competências, fortemente subvertidas pela biomedicina medicalizante. Para explicar essas dificuldades e propor soluções, discute-se a fragilidade da formação bioética, especialmente ético-política, aponta-se o conceito de competência dialógica associado ao engajamento político, como potenciais caminhos para superar essas dificuldades.<strong> Conclusões: </strong>A crítica ao atual cenário revela-se tanto desafiadora quanto fundamental na luta pela saúde como direito.</p>Roberto Magalhães SilvaAndreia Patrícia GomesLucas Vega Martinez Veras Ferreira
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2024-12-102024-12-1019464242424210.5712/rbmfc19(46)4242Ampliação do acesso ao implante subdérmico de etonogestrel: potencialidades da Atenção Primária à Saúde
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4225
<p><strong>Introdução:</strong> De acordo com as diretrizes da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM), o Sistema Único de Saúde (SUS) deve estar apto a promover atenção integral à saúde da mulher, incluindo garantia de acesso a um planejamento reprodutivo adequado. No Brasil, mais de 55% das gestações não são planejadas ou são não intencionais, sobretudo em regiões de maior vulnerabilidade, resultando em prejuízo em índices de saúde materno-fetal, altas taxas de abortamento, prematuridade, óbito fetal intrauterino e mortalidade infantil. A Atenção Primária à Saúde (APS) é o equipamento de saúde com maior inserção e contato com a população, principalmente as mais vulneráveis, contribuindo para a melhoria das condições de vida e saúde da população brasileira. É incumbência da APS a prescrição e a oferta do método contraceptivo escolhido. Nesse contexto, conta-se com os contraceptivos reversíveis de longa ação, denominados LARC (Long Acting Reversible Contraceptive), com destaque para o implante subdérmico de etonogestrel (IMPLANON NXT<sup>®</sup>), aprovado pelo SUS para mulheres em situação de vulnerabilidade e que se sobressai por sua eficácia, independentemente da motivação e da adesão da usuária. <strong>Objetivo: </strong>Sensibilizar os leitores das potencialidades da inserção do IMPLANON NXT<sup>®</sup> na APS a fim de aprimorar o planejamento reprodutivo no SUS.<strong> Métodos: </strong>Estudo qualitativo analítico baseado no Arco de Maguerez. A quinta etapa do método (aplicação à realidade) não foi realizada.<strong> Resultados: </strong>Identificou-se que a proximidade geográfica, o vínculo com a comunidade e a capacidade de inserção no tempo hábil necessário são elementos de destaque das potencialidades da APS. Percebeu-se também que a APS pode contribuir a superar barreiras como reduzir o gasto com transporte e facilitar a remoção do dispositivo. Ademais, a capacitação de profissionais da APS também se mostra como ferramenta para ampliação da oferta do procedimento.<strong> Conclusões: </strong>Os achados deste estudo sugerem que a APS, considerando suas práticas e atributos específicos, deve ser incorporada nos protocolos de inserção do IMPLANON NXT<sup>®</sup> no SUS, visando ao aprimoramento do planejamento reprodutivo do país e à garantia de cuidado integral à saúde das pessoas que podem gestar.</p>Lucas Carlini TirelliGuilherme MezadriJillaner Lima Barbosa de FrançaGiuliana Franco FaccoRafael Nunes Borges
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2024-12-102024-12-1019464225422510.5712/rbmfc19(46)4225Rastreamento por citologia para câncer anal em homens que fazem sexo com homens
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4206
<p><strong>Introdução:</strong> O rastreamento de lesões pré-cancerosas tem sido proposto como prevenção de câncer anal em populações de risco. <strong>Objetivo:</strong> Realizar revisão rápida da literatura na busca de evidências sobre o rastreamento em homens que fazem sexo com homens (HSH). <strong>Métodos:</strong> Revisão rápida utilizando a plataforma PubMed no período de outubro a novembro de 2022. <strong>Resultados:</strong> Foram selecionados dez estudos para análise (n=7694). Os desenhos dos estudos foram três coortes prospectivas, quatro coortes retrospectivas, dois estudos caso-controle e um estudo transversal, realizados em cinco países. <strong>Conclusões:</strong> Os estudos encontrados evidenciam a importância da citologia anal como exame de rastreamento para câncer anal em HSH que vivem com HIV, além da necessidade de novas pesquisas para elucidar quanto às demais subpopulações e aos HSH não infectados com HIV.</p>Leonardo Martinez Lourenço de OliveiraFelipe Augusto Dutra Corrêa
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2024-12-102024-12-1019464206420610.5712/rbmfc19(46)4206A atenção primária no enfrentamento aos desastres socioambientais
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4204
<p>O município de Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro, enfrentou, em fevereiro de 2022, o maior desastre socioambiental de sua história, resultando em 244 mortes e milhares de desabrigados. Desastres como esse são definidos como sérias interrupções que excedem a capacidade da comunidade afetada de lidar com a situação utilizando seus próprios recursos. A vulnerabilidade a desastres resulta de processos sociais precários e mudanças ambientais que tornam certas populações e áreas mais suscetíveis. Os efeitos na saúde pública incluem danos materiais e humanos, com demandas de saúde emergindo ao longo do tempo, desde atendimentos de urgência até problemas de saúde mental. A Atenção Primária à Saúde (APS) desempenha um papel crucial em todas as fases de resposta a desastres. Este artigo visa relatar as ações das equipes de saúde da família ligadas ao Programa de Residência de Medicina de Família e Comunidade em resposta ao desastre de 2022, seja imediatamente atendendo feridos, fornecendo medicamentos, realizando curativos, vacinações e gerenciando condições crônicas, seja nas semanas subsequentes marcadas pelo acolhimento às vítimas, pela coordenação de doações e os cuidados nos abrigos. A atuação coordenada da APS foi essencial para fornecer cuidados de saúde adequados e organizar as ações nos abrigos. A experiência destacou a importância da preparação das equipes de saúde para lidar com desastres e a necessidade de incluir esse tema na formação profissional em APS.</p>Amanda Vieira dos SantosMaria Gabriela Campos Gomes TerraRafael Aragão RibeiroJulia Barban Morelli Rosas
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2024-12-102024-12-1019464204420410.5712/rbmfc19(46)4204Aplicações e confiabilidade da Escala de Vulnerabilidade Mental na Atenção Primária à Saúde
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4196
<p>A elevada demanda de sofrimento mental traz novos desafios para a Atenção Primária à Saúde, que é responsável por se adaptar às necessidades da população assistida de modo a otimizar a promoção de saúde, acolhimento e equidade. O estudo da vulnerabilidade mental permite identificar indivíduos com menor resiliência diante de estresse psicológico significativo, o que pode resultar em comportamento desadaptativo e prejuízo funcional. Tal análise permite direcionar estratégias de saúde para fortalecimento dos mecanismos de enfrentamento de pessoas ou comunidades diante de situações de risco. No entanto, o repertório de ferramentas para avaliação de risco e vulnerabilidade em português brasileiro carece de escalas adaptadas para a investigação no contexto da saúde mental. A Escala de Vulnerabilidade Mental apresenta um conjunto de sintomas cuja soma indica uma maior predisposição ao desenvolvimento de transtornos psiquiátricos, além de possuir correlações estabelecidas com diversas condições e desfechos clínicos. O presente estudo tem por objetivo traduzir a Escala de Vulnerabilidade Mental para o português brasileiro, avaliando suas propriedades psicométricas e possibilidades de aplicação no contexto da Atenção Primária à Saúde. Foi realizada uma pesquisa transversal quantitativa com tradução e retrotradução do questionário validado em inglês, seguido da aplicação em uma amostra não probabilística acidental composta por 180 usuários de uma Unidade Básica de Saúde sem segregação por sexo ou gênero. Os resultados das estatísticas de confiabilidade revelam alta consistência interna dos itens, indicando elevada correlação dos itens com a escala total, com pouco impacto individual das questões na confiabilidade global. A análise permite concluir que a ferramenta apresenta medidas consistentes e passíveis de análise para validação da escala adaptada em português. As aplicações do instrumento envolvem rastreio de sofrimento mental, método auxiliar para estudo de território e estudos de correlação com fatores sociodemográficos, aspectos clínicos e dados epidemiológicos.</p>Rafael Medeiros RorizThiago de Sousa Sasaki
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2024-12-102024-12-1019464196419610.5712/rbmfc19(46)4196Percepção de residentes egressos sobre o desenvolvimento de competências essenciais em diferentes Programas de Medicina de Família e Comunidade
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4179
<p><strong>Introdução:</strong> A formação em Medicina de Família e Comunidade (MFC) exige um conjunto amplo de competências em diferentes áreas. Para nortear esse processo, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade elaborou um Currículo Baseado em Competências, com o objetivo de auxiliar os programas de residência em MFC (PRMFC) no Brasil. <strong>Objetivo:</strong> Compreender a percepção dos residentes egressos de MFC sobre o próprio desenvolvimento de competências essenciais durante a formação. <strong>Métodos:</strong> Trata-se de um estudo quantitativo, observacional e transversal, desenvolvido com egressos de PRMFC das cinco regiões brasileiras que finalizaram a residência há menos de 5 anos. Utilizaram-se questionários virtuais nos quais os egressos se autoavaliaram quanto à segurança para exercer competências nas áreas de problemas gerais e inespecíficos, problemas metabólicos, cardiovasculares, saúde mental e procedimentos ambulatoriais. As respostas foram dadas em escala Likert e analisadas quanto à frequência. <strong>Resultados:</strong> Quarenta e três egressos responderam ao questionário, sendo que 3 foram excluídos pelos critérios de exclusão. Suas idades variaram entre 25 e 41 anos, com média de 30,27 anos e desvio-padrão de 3,32 anos. As áreas em que os egressos se avaliaram com maior segurança foram a abordagem de problemas gerais e inespecíficos, e de problemas metabólicos. Em contrapartida, apresentaram segurança insatisfatória no manejo de problemas mentais e na realização de procedimentos ambulatoriais, além de níveis críticos de segurança no exercício de várias competências cardiovasculares. Ademais, uma parcela importante deles teve dificuldades devido à escassez de preceptores capacitados durante a residência. <strong>Conclusões:</strong> Apesar de o crescimento do número de vagas de residência em MFC nos últimos anos ser benéfico, existem competências cujo desenvolvimento está limitado em diferentes PRMFC do Brasil.</p>Thomas Diniz PapaLais Izabel Maia Melo Crisanto
Copyright (c) 2024 Thomas Diniz Papa, Lais Izabel Maia Melo Crisanto
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2024-12-102024-12-1019464179417910.5712/rbmfc19(46)4179A invisibilidade da população em situação de rua nas residências médicas
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4178
<p>A Política Nacional para Inclusão Social da População em Situação de Rua (PNISPSR) foi publicada em 2008 com diretrizes e ações públicas voltadas para o desenvolvimento social desses indivíduos. Estima-se que, em 2022, 236 mil indivíduos vivem em situação de rua no Brasil. Trazer visibilidade à essa população é olhar para o indivíduo de forma integral, entendendo que sua saúde não é limitada a doenças, mas também às suas subjetividades, sendo essencial a discussão em conjunto com o paradigma sistêmico nacional e seus atravessamentos individuais e coletivos. A Medicina de Família e Comunidade se norteia por um currículo baseado em competência, que enquadra como essencial o conhecimento das especificidades da população em situação de rua (PSR). Dessa forma, o comprometimento com a PSR e a PNISPSR perpassa pela instituição formativa desses especialistas. O objetivo deste trabalho foi alisar a temática da PSR no ensino dos programas de residência médica, a partir de revisão integrativa. Foram utilizadas as bases bibliográficas Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e PubMed. Três artigos foram incluídos para análise e discussão. Percebe-se, portanto, a escassez de publicações acerca da PSR nos Programas de Residência Médica. Essa invisibilidade impacta na formação profissional dos médicos, perpetuando, por fim, as iniquidades vivenciadas pela PSR na esfera da saúde.</p>Laila de Albuquerque SchluterMarcele Bocater Paulo de PaivaValéria Ferreira Romano
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2024-12-102024-12-1019464178417810.5712/rbmfc19(46)4178O uso do canabidiol no tratamento da dor crônica e outras condições
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4165
<p><strong>Introdução:</strong> A dor, uma experiência emocional e sensorial desconfortável, impacta de forma negativa na qualidade de vida dos indivíduos, sobretudo quando crônica. A cannabis medicinal é estudada como alternativa terapêutica para a dor crônica, com evidências de efeitos analgésicos e anti-inflamatórios. <strong>Objetivo:</strong> Esta pesquisa objetivou analisar o uso do canabidiol no tratamento da dor crônica. <strong>Métodos:</strong> Trata-se de uma revisão integrativa da literatura na qual foram utilizadas as bases de dados Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline), no período de julho a dezembro de 2023. <strong>Resultados:</strong> É notória a eficácia dos fitocanabinoides, especialmente o canabidiol, como escolha terapêutica para dor. Portanto, importante considerar o seu efeito analgésico em várias circunstâncias, não somente possibilitando nocicepção, mas também manifestações associadas, com melhoria na qualidade de vida dos pacientes. <strong>Conclusões:</strong> Fica evidente sua eficácia para tratamento em dores crônicas refratárias, com redução de respostas à terapêutica convencional.</p>Diego da Silva BezerraSymara Abrantes Albuquerque de Oliveira Abrantes
Copyright (c) 2024 Diego da Silva Bezerra, Symara Abrantes Albuquerque de Oliveira Abrantes
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2024-12-102024-12-1019464165416510.5712/rbmfc19(46)4165Impacto da restrição de exames complementares cardiovasculares na Atenção Primária à Saúde
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4208
<p><strong>Introdução:</strong> A solicitação de exames cardiológicos para investigação de doenças cardiovasculares (DCV) prevalentes e sensíveis à Atenção Primária à Saúde (APS), como o ecocardiograma, não está disponível na APS de Porto Alegre. Ainda que grande parte dos diagnósticos de DCV sejam eminentemente clínicos, os exames complementares ao diagnóstico favorecem um melhor estadiamento e acompanhamento.<strong> Objetivo: </strong>Quantificar e avaliar os encaminhamentos realizados para a especialidade de Cardiologia com vistas à realização de exames para investigação diagnóstica de DCV, com ênfase em encaminhamentos realizados por insuficiência cardíaca (IC).<strong> Métodos: </strong>Estudo descritivo em que foram revisados 305 encaminhamentos de 9 Unidades de Saúde (USs) de Porto Alegre para a especialidade de Cardiologia no período de 01 de março de 2022 a 31 de agosto de 2022. Foram coletadas características demográficas, motivo e situação dos encaminhamentos, especialmente naqueles por suspeita de IC<strong>. Resultados: </strong>Dos 305 encaminhamentos analisados, 74 pacientes (24,2%) foram encaminhados para solicitação de exames complementares (ecocardiograma, cintilografia miocárdica, Holter, dentre outros). Dentre os pacientes encaminhados por IC, 26 (44,8%) foram encaminhados para investigação e classificação diagnóstica devido à indisponibilidade do exame, e nenhum destes pacientes teria outra indicação de permanecer em atenção secundária no momento do encaminhamento (o que representa 8,5% do total de encaminhamentos para a especialidade de Cardiologia). A maioria dos encaminhamentos por suspeita de IC estava de acordo com o protocolo de encaminhamento vigente. <strong>Conclusões</strong><strong>:</strong> A restrição à solicitação de exames na APS de Porto Alegre, especialmente o ecocardiograma, prejudica o diagnóstico e tratamento da IC na APS e aumenta a demanda pela especialidade de Cardiologia. Este estudo destaca a necessidade de rever as políticas de restrição à solicitação de exames na APS de Porto Alegre, especialmente para condições sensíveis a esse nível de atenção.</p>Juliana Maria KerberClara Barth dos Santos MagalhãesDaniel Teixeira-dos-SantosFernando Galvão JuniorRafaela Brugalli Zandavalli
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2024-12-102024-12-1019464208420810.5712/rbmfc19(46)4208O médico Responsável Técnico através dos anos e a construção de um manual de boas práticas
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4210
<p><strong>Introdução:</strong> O cargo de Responsável Técnico (RT) teve suas atribuições modificadas com o passar dos anos. Mesmo que inconscientemente, a Governança Clínica (GC) guiou as mudanças que os médicos e a gestão implementaram nas funções do cargo, associada a diversos outros fatores. Ainda assim, e por ser um cargo relativamente novo, não existe um documento que parametrize essas responsabilidades de maneira efetiva. <strong>Objetivo: </strong>Estabelecer um padrão de boas práticas no formato de manual a partir de revisão bibliográfica. <strong>Métodos:</strong> Trata-se de uma revisão integrativa de literatura com avaliação de artigos, documentos institucionais, matriz de competências da medicina de família e comunidade, leis brasileiras e documentos internacionais que embasam a atuação do RT. <strong>Resultados:</strong> Dividimos a atuação do RT em dez áreas, relatando as boas práticas em cada uma delas para que se atinja os seguintes objetivos: aumento do padrão de qualidade do serviço; segurança do usuário; e efetividade do cuidado, para que se cumpram as normas e diretrizes do SUS. <strong>Conclusões: </strong>Com base nos dados coletados, foi possível a elaboração de um manual que elenca os dez passos para as boas práticas de um médico RT na atenção primária à saúde.</p>Rafael Kafuri BonacossaPhillipp Rosa de Oliveira
Copyright (c) 2024 Rafael Kafuri Bonacossa, Phillipp Rosa de Oliveira
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2024-12-102024-12-1019464210421010.5712/rbmfc19(46)4210Gestão do cuidado de população com doenças crônicas em Unidade de Saúde da Família
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4214
<p><strong>Problema:</strong> As doenças crônicas respondem pela maior parcela de mortes no mundo, configurando um problema de saúde pública global, enfrentado com maior dificuldade em países em desenvolvimento, como o Brasil. No país, a Atenção Primária à Saúde é a porta de entrada para o sistema de saúde, no qual se espera que seja realizada abordagem populacional para o problema, com a responsabilidade de vigilância de subpopulações em risco, como as pessoas com condições crônicas. Nesse cenário, é importante que ferramentas de monitoramento sejam criadas quando a vigilância de indicadores de risco não é possível por meio de prontuário eletrônico. Este estudo teve como objetivo relatar a experiência de qualificação da gestão do cuidado da população com doenças crônicas em uma Unidade de Saúde da Família a partir do monitoramento por planilha eletrônica. <strong>Método:</strong> Relato de experiência de projeto de intervenção em Unidade de Saúde da Família com a criação de planilha eletrônica de dados clínicos dos usuários com hipertensão arterial e/ou diabetes <em>mellitus</em> da área de abrangência e o fomento da educação permanente em saúde nas reuniões de equipe. <strong>Resultados:</strong> A partir da planilha, foi possível identificar 360 usuários faltosos, 68% do total de pacientes com hipertensão e diabetes, dos quais 146 apresentaram alto risco cardiovascular; assim, foi realizada busca ativa com agendamento preferencial por estratificação de risco cardiovascular e visitas domiciliares. Após as ações, foi possível reduzir em 45% o número de faltosos e consolidar a educação permanente na agenda da unidade. <strong>Conclusão:</strong> A partir dessa experiência, conclui-se que o monitoramento de usuários com condições crônicas permite planejamento estratégico e melhoria na gestão organizacional do cuidado. Espera-se que essa intervenção possa ser expandida para outras unidades de saúde e que as ações de educação em saúde sejam ampliadas para o território, para promoção e prevenção da saúde.</p>Luciana BarbozaManoela Carolini Maia de Souza
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2024-12-102024-12-1019464214421410.5712/rbmfc19(46)4214Intenção de saída de médicos de família e comunidade da Atenção Primária de Florianópolis e fatores associados
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4215
<p><strong>Introdução:</strong> Um grande desafio para a implementação de uma atenção primária de qualidade no Brasil é a rotatividade dos profissionais, que prejudica significativamente o atributo da longitudinalidade. Florianópolis já se destacou pela alta cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF) e pela alta proporção de médicos de família e comunidade (MFCs) na sua rede. Entretanto, o recente aumento do número de exonerações de médicos pode ser uma ameaça à continuidade do cuidado nesse município.<strong> Objetivo: </strong>Avaliar a intenção de saída dos MFCs da atenção primária de Florianópolis nos próximos cinco anos e identificar possíveis fatores associados.<strong> Métodos: </strong>Estudo transversal realizado entre novembro e dezembro de 2023, no qual foram aplicados questionários virtuais por meio da plataforma <em>KoboToolBox</em>. A satisfação no trabalho e seus domínios foram mensurados por meio da escala adaptada de Warr-Cook-Wall. Posteriormente, a associação das variáveis com o desfecho “intenção de saída” foi testada por meio de testes estatísticos bicaudais, com nível alfa de 0,05.<strong> Resultados: </strong>Obtiveram-se 95 respostas, correspondentes a uma taxa de resposta de 69,9%. Cerca de 42% dos MFCs demonstraram intenção de saída da atenção primária de Florianópolis nos próximos cinco anos. As variáveis que se associaram ao desfecho com significância estatística foram maior “população ativa em consultas médicas” (p=0,046), “carga horária maior que 30 horas" (p=0,001), menor “satisfação global com o trabalho” (p<0,001). Além disso, os domínios “condições físicas” (p=0,015), “reconhecimento pelo trabalho” (p=0,002), “quantidade de responsabilidade” (p=0,024), “salário” (p=0,042), “oportunidade para utilizar habilidades” (p=0,002), “quantidade de variedade” (p=0,032) e “carga horária” (p<0,001) também se associaram ao desfecho. <strong>Conclusões:</strong> Há uma elevada taxa de intenção de saída dos MFCs de Florianópolis nos próximos cinco anos, a qual se associa com algumas variáveis pesquisadas. Considerando que a intenção de sair do cargo muitas vezes precede a exoneração do profissional, torna-se imprescindível avaliar com cautela os motivos que podem levar à não fixação dos MFCs, de modo a não prejudicar o atributo da longitudinalidade.</p>Larissa CubasDiogo Luis ScalcoMarília Galdiano Duarte
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2024-12-102024-12-1019464215421510.5712/rbmfc19(46)4215Elaboração de material didático (manual) para o uso de metodologias ativas como ferramenta de ensino durante preceptoria do internato de Medicina de Família e Comunidade
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4220
<p><strong>Problema:</strong> O Currículo Baseado em Competências para a Medicina de Família e Comunidade (MFC) aponta o desenvolvimento de habilidades em docência como essencial para a formação de um médico de família e comunidade. O Programa de Residência Médica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) conta com a preceptoria de alunos do internato de MFC como experiência desenvolvida durante a residência. Foi observado o caráter singular das práticas realizadas na realidade da Atenção Primária à Saúde (APS), devido à grande demanda assistencial da comunidade, sendo necessária a busca do equilíbrio entre o ensino e a assistência. A proposta da equipe foi o uso de metodologias ativas (MAs) de ensino para otimizar a preceptoria em MFC e desenvolver nos alunos habilidades de autonomia no seu processo de aprendizagem. <strong>Método: </strong>A experiência relatada focou na inserção de MAs durante o internato em MFC. Foram utilizadas duas MAs para a criação de um livro digital sobre temas da APS, sendo elas a Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP) e a sala de aula invertida, por meio da criação de um ebook voltado para a APS.<strong> Resultados: </strong>A equipe produziu e discutiu quatorze capítulos em seis meses de atividades. Os benefícios incluíram o desenvolvimento de habilidades essenciais, a otimização do tempo de estudo e a construção de um produto científico. Os resultados confirmam a relevância das MAs na formação médica, corroborando estudos anteriores. Foi observada a viabilidade do uso das MAs no internato de MFC, enfatizando a importância da Residência Médica no processo de ensino. <strong>Conclusão: </strong>O projeto serve como exemplo para outras instituições, visando formar médicos autônomos e críticos, em conformidade com as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs).</p>Letícia Anaísa de Araújo DantasSeverino Azevedo de Oliveira JúniorLaís Izabel Maia Melo Crisanto
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https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-12-102024-12-1019464220422010.5712/rbmfc19(46)4220Além das palavras
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4223
<p><strong>Problema:</strong> O estudo da comunicação clínica no ensino médico era pouco abordado antes da década de 1960, com enfoque no modelo flexneriano e na valorização da medicina centrada na doença. Porém, ao longo do tempo, as inadequações desse modelo foram evidenciadas, levando à necessidade de repensar a formação médica diante da complexidade do processo saúde-doença e dos determinantes sociais em saúde. No contexto da Atenção Primária à Saúde (APS), as habilidades comunicacionais e a relação médico-paciente assumem grande relevância, pois a capacidade de comunicação do profissional interfere diretamente na adesão aos planos terapêuticos propostos, na satisfação dos pacientes e na sua experiência com a doença. Apesar de sua relevância, existe o pensamento de que esse preparo não é necessário ou passível de treinamento e de que essa habilidade é inata ao profissional. <strong>Método</strong><strong>:</strong> Este estudo descreve o Laboratório de Comunicação (LabCom) do Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade da Secretaria de Saúde do Recife como uma estratégia para desenvolver habilidades de comunicação entre os residentes. O LabCom utiliza a gravação de consultas em vídeo e o <em>feedback</em> em grupo como principais métodos de ensino. <strong>Resultados:</strong> O LabCom é eficaz na promoção de habilidades de comunicação e reflexão crítica entre os residentes, proporcionando um ambiente seguro e estruturado para o aprendizado. <strong>Conclusões</strong><strong>:</strong> O LabCom tem um potencial significativo para o desenvolvimento profissional dos residentes, além de estimular a autorreflexão, construção de <em>feedbacks</em> elaborados e espaço de acolhimento. Sugere-se sua replicação em outros programas de residência, bem como a expansão para incluir uma variedade de situações clínicas na APS, visando abordar de forma abrangente as necessidades de comunicação dos futuros médicos.</p>Sílvia Regina de Souza DiasMaria Olivia Lima de MendonçaRubens Cavalcanti Freire da SilvaLeticia Maggioni
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2024-12-102024-12-1019464223422310.5712/rbmfc19(46)4223Ouvir, tocar, falar
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4226
<p><strong>Introdução:</strong> As expectativas dos pacientes em relação ao atendimento médico são relevantes não apenas para a melhoria dos serviços de saúde, mas também para a adequada adesão ao tratamento. Isso se torna ainda mais importante quando falamos sobre doenças crônicas não transmissíveis no contexto de uma população cada vez mais idosa. Nesse sentido, pode-se potencializar o provimento de cuidado centrado no paciente. <strong>Objetivo:</strong> Identificar as expectativas de idosos com hipertensão a respeito do atendimento médico na Atenção Primária à Saúde. <strong>Métodos:</strong> Trata-se de um estudo qualitativo, no qual foram realizadas entrevistas abertas com idosas diagnosticadas com hipertensão. A análise de dados seguiu o método proposto por Bardin, com a delimitação de unidades categóricas que foram organizadas em temas-eixo norteadores, o que permitiu a seleção dos temas de maior relevância para discussão. <strong>Resultados:</strong> Foram entrevistadas 8 idosas, para quem a saúde tem centralidade na vida e é muitas vezes representada pela ausência de problemas. O papel do médico em seu cuidado foi ressaltado como essencial. As principais expectativas incluíam a escuta atenta, a realização de exame físico, e a comunicação cuidadosa e centrada nas necessidades do paciente. <strong>Conclusões:</strong> Um dos principais desafios da medicina do século XXI é a compreensão do paciente de forma holística. É essencial que suas expectativas sejam conhecidas e que o médico lhe dê tempo para falar, com escuta atenta e realização de exame físico.</p>Ana Beatriz Damiani FerreiraLeonardo Campo TeixeiraSolena Ziemer Kusma Fidalski
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2024-12-102024-12-1019464226422610.5712/rbmfc19(46)4226Acurácia de testes diagnósticos e de rastreio de depressão na Atenção Primária à Saúde
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4235
<p><strong>Introdução:</strong> A Atenção Primária à Saúde (APS), no primeiro nível da Rede de Atenção à Saúde (RAS), é fundamental para a promoção da saúde e da reabilitação. Dada a prevalência crescente do transtorno depressivo maior, um desafio significativo na APS é o seu diagnóstico precoce e eficaz. <strong>Objetivo:</strong> Este estudo visou avaliar a acurácia de ferramentas de rastreamento para depressão, aprovadas na APS do Brasil, destacando sua importância na identificação precoce do transtorno depressivo maior com maior precisão, um passo crucial para intervenções efetivas e melhor qualidade de vida dos pacientes. <strong>Métodos:</strong> Este estudo descritivo utilizou-se de uma revisão de escopo em bases como a da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), PubMed e Scientific Eletronic Library Online (SciELO), de agosto a dezembro de 2023. Foram selecionadas pesquisas desde 2010, direcionadas a adultos, excluindo estudos hospitalares, oncológicos ou sem validação no Brasil. Os critérios de inclusão e exclusão foram rigorosamente aplicados para garantir a relevância e a qualidade dos estudos analisados, com uma avaliação especial para a validade e a confiabilidade dos dados reportados. <strong>Resultados:</strong> A análise revelou que os questionários de rastreamento para depressão são aplicáveis tanto em estratégias populacionais quanto individuais na APS. As ferramentas variaram em sensibilidade e especificidade, indicando a necessidade de seleção cuidadosa do instrumento conforme o contexto clínico. O diagnóstico precoce de transtornos depressivos permite a implementação de intervenções preventivas e tratamentos ajustados à gravidade do transtorno. Essa abordagem personalizada promove um manejo mais eficaz da depressão, contribuindo para a remissão precoce e a redução da gravidade dos sintomas. <strong>Conclusões:</strong> Os questionários validados, como o Patient Health Questionaire-2 (PHQ-2), o Patient Health Questionaire-9 (PHQ-9), o Beck Depression Inventory II (BDI-II) e o Major Depression Inventory (MDI), mostraram eficácia no diagnóstico oportuno de sintomas depressivos na APS brasileira. Sua aplicabilidade prática otimiza consultas e facilita o trabalho dos profissionais de saúde. A detecção de sintomas subclínicos permite intervenções precoces e personalizadas, destacando a importância do diagnóstico precoce e do cuidado centrado no paciente. Esses resultados reforçam a necessidade de contínuo desenvolvimento e validação de ferramentas de rastreio na APS, abrindo caminho para futuras pesquisas e melhorias na saúde mental pública.</p>Mariana Faleiros CarvalhoPedro Henrique Gontijo de SouzaHenrique Brito ArantesMarcela Ferreira FernandesVinicius dos Santos Sguerri
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2024-12-102024-12-1019464235423510.5712/rbmfc19(46)4235Implantação de grupo de obesidade com equipe eMulti em uma Unidade Básica de Saúde
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4246
<p><strong>Problema:</strong> A obesidade é um problema de saúde pública cujo aumento exponencial da sua prevalência demanda estratégias inovadoras e eficazes de intervenção, sendo a Atenção Primária à Saúde (APS) um espaço estratégico para esta prática. A Unidade de Saúde Nova Esperança II, situada em Parnamirim (RN), não contava com nenhum grupo, visto o contexto vivido da pandemia e a grande área de abrangência populacional, dificultando o desenvolvimento das atividades. Dessa forma, a equipe eMulti, em conjunto com a equipe da unidade que conta com residentes, iniciou a criação de um grupo. Este artigo reflete sobre a criação do grupo e seu desenvolvimento.<strong> Método:</strong> Trata-se de um relato de experiência a respeito da criação de um grupo de Obesidade, o “Saúde em foco”, na unidade de saúde, utilizando-se uma abordagem com Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP) e Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). <strong>Resultados:</strong> O grupo “Saúde em foco” se mostrou uma importante ferramenta de abordagem coletiva, integrando a comunidade e aproximando a população do serviço de saúde. Além disso, foi ainda mais abrangente do que a abordagem da obesidade, ajudando os pacientes a se entenderem de uma forma integral e além de suas doenças, trazendo para sua saúde melhorias que eles puderam perceber e relatar. <strong>Conclusão:</strong> O grupo “Saúde em foco” contribuiu na melhoria do acesso à saúde, educação popular, prática de hábitos saudáveis e aoaumento de vínculo com a comunidade.</p>Danielle Cristina de Oliviera TorresIsaac Linhares de OliveiraEdimundo Medeiros de Sena JuniorAna Paula Matias de LimaTaisa Iara de Almeida Costa
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2024-12-102024-12-1019464246424610.5712/rbmfc19(46)4246Dispositivo intrauterino de cobre na Atenção Primária à Saúde
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4236
<p><strong>Problema:</strong> Gestações não planejadas ocorrem ao menos uma vez em cerca de metade das mulheres em idade reprodutiva. Um fator contribuinte é a insegurança de médicos que atuam na Atenção Primária à Saúde (APS) a respeito da inserção do dispositivo intrauterino (DIU) de cobre. Este trabalho objetivou relatar a experiência da capacitação de médicos para inserção do DIU de cobre, verificar com eles se houve benefício nas suas práticas clínicas, discorrer sobre o cenário atual de inserção do DIU de cobre no município e fazer um breve relato do <em>feedback</em> das usuárias que foram beneficiadas. <strong>Métodos: </strong>Relato de experiência em que foram realizados matriciamentos teóricos e capacitação prática, nas próprias unidades básicas de saúde (UBSs), de médicos que atuam na APS do município de Londrina (PR). A análise qualitativa foi objetiva por meio de formulário <em>online</em>, respondido pelos profissionais, e relatos verbais das usuárias. <strong>Resultados:</strong> A pesquisa envolveu 17 médicos e 94 usuárias com uma média de 5,6 inserções de DIU por médico. Após o término do estudo, 84 continuaram usando o dispositivo. Dos 16 médicos que responderam o formulário, todos relataram benefícios no conhecimento teórico e prática clínica, com três se sentindo totalmente seguros para a inserção do DIU. No município, foram dispensados 598 DIUs em 2023, com 45,5% provenientes deste estudo. O <em>feedback</em> das pacientes foi positivo, expressando intenção de divulgar o método. <strong>Conclusões</strong><strong>:</strong> Estudos futuros podem analisar o impacto nos indicadores de saúde do município. A continuação das capacitações para residentes é uma possibilidade. O fortalecimento da oferta do DIU faz parte de um projeto de emancipação para adolescentes e mulheres, dada sua influência na autonomia. É crucial que o DIU esteja disponível nas UBSs devido à proximidade com a comunidade e facilidade de acesso.</p>Maria Eliza FariaFlora Mestre PassiniBeatriz ZamparMarlon Moura dos santos
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2024-12-102024-12-1019464236423610.5712/rbmfc19(46)4236Projeto de intervenção sobre doenças crônicas não transmissíveis em um município de grande porte no interior do Paraná
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4237
<p>As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) têm sua incidência aumentando cada vez mais e são as principais causas de mortes no Brasil. Por se tratar de doenças que necessitam de assistência contínua, manutenção do cuidado e apoio multiprofissional, a Atenção Primária à Saúde (APS) tem papel central no cenário do manejo das DCNT, sendo necessária Educação Permanente em Saúde (EPS) para todos os profissionais da equipe. Trata-se de relato de experiência de um projeto de intervenção realizado sobre DCNT para os servidores municipais que atuam na APS, em uma cidade de grande porte do interior do Paraná. Foi realizado curso de capacitação sendo o público-alvo os servidores que atuam na APS, com enfoque na atuação multiprofissional. O modelo do curso foi híbrido, com duração de três meses, sendo realizados dois encontros presenciais (abertura e encerramento) com palestras, mesa de discussão e encenação teatral sobre o tema. Durante esse período os cursistas assistiram aulas assíncronas no ambiente virtual de aprendizagem sobre hipertensão arterial sistêmica (HAS), <em>diabetes mellitus</em> (DM) e dislipidemia confeccionados por profissionais da equipe multidisciplinar. Além disso, foram atualizadas e revisadas as Linhas Guias Municipais de HAS, DM e Dislipidemia e confeccionados os guias rápidos das mesmas patologias. Tais documentos servirão para auxiliar ainda mais a prática com manejo mais adequado de acordo com as particularidades de cada usuário. Realizar ações de educação permanente em saúde com os profissionais são essenciais para a melhora da qualidade da assistência à população e corrobora para o fortalecimento da APS no cuidado integral e longitudinal do indivíduo. Além da atualização sobre os temas, a discussão junto a toda equipe em nível multidisciplinar, leva a diferentes estratégias de abordagem que são importantes para suscitar reflexões e mudanças na prática.</p>Nathália Otaviano GuimarãesBeatriz Zampar
Copyright (c) 2024 Nathália Otaviano Guimarães, Beatriz Zampar
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2024-12-102024-12-1019464237423710.5712/rbmfc19(46)4237A utilização de critérios diagnósticos de sepse na Atenção Primária à Saúde e o impacto nos desfechos clínicos
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4239
<p><strong>Introdução:</strong> O atendimento de urgências e emergências médicas está incluído na carteira de serviços da Atenção Primária à Saúde (APS), abrangendo a sepse entre as urgências. A avaliação do paciente com suspeita de sepse deve, idealmente, incluir história clínica, exame físico, sinais vitais e aplicação de critérios diagnósticos específicos.<strong> Objetivo: </strong>Sintetizar as evidências sobre a utilização dos critérios diagnósticos de sepse pelos profissionais da APS e sua repercussão nas intervenções realizadas e nos desfechos clínicos. <strong>Métodos:</strong> Foi realizada uma revisão rápida da literatura disponível nas bases de dados Embase, LILACS e SciELO, utilizando os descritores “sepsis” e “primary care” e o operador booleano AND.<strong> Resultados: </strong>Foram selecionados 6 artigos, que variaram entre estudos observacionais, projetos de melhoria de qualidade, questionários transversais e coortes retrospectivas. Observou-se que a aplicação dos critérios diagnósticos de sepse na APS influencia o tempo de transporte ao hospital, a chance de atendimento por um médico mais experiente ou especialista, o diagnóstico oportuno de sepse, o tempo de internação hospitalar, a chance de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e a mortalidade. Apenas metade dos profissionais é capaz de definir sepse corretamente e menos de um terço conhece o qSOFA, um dos critérios mais utilizados. Os aspectos mais considerados para a suspeita de sepse foram o estado geral do paciente e a intuição clínica.<strong> Conclusões: </strong>A APS desempenha um papel crucial no manejo da sepse; contudo, é essencial capacitar os profissionais de saúde sobre os critérios diagnósticos para garantir a identificação oportuna e o manejo adequado dos casos suspeitos.</p>Cássia Mariz da SilvaThiago Figueiredo de CastroLucas Alves CarvalhoLuana de Oliveira PiresRodolfo Rêgo Deusdará Rodrigues
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2024-12-102024-12-1019464239423910.5712/rbmfc19(46)4239Uso de ferramentas da abordagem familiar na prática da residência de Medicina de Família e Comunidade
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4240
<p><strong>Problema:</strong> As ferramentas de abordagem familiar são úteis na gestão de casos de maior complexidade e auxiliam no dia a dia do médico de família e comunidade para manejo adequado dos pacientes assistidos. Tais ferramentas integram a matriz de competências da Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade, e é por meio de seu processo de formação que elas têm maior aplicabilidade. O objetivo do estudo foi relatar intervenções realizadas nos atendimentos realizados em uma Estratégia Saúde da Família na cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul, por meio das práticas de ferramentas de abordagem familiar, como genograma e ecomapa, como parte do processo de formação da Residência Médica de Medicina de Família e Comunidade. <strong>Método:</strong> Trata-se de um relato de experiência, com abordagem metodológica qualitativa, do processo vivenciado em uma unidade da Estratégia Saúde da Família na cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul. Foi realizada ainda uma revisão da literatura sobre a temática abordada. <strong>Resultados:</strong> Este artigo relata a experiência da aplicabilidade das ferramentas de abordagem familiar em uma unidade da Estratégia Saúde da Família em uma cidade do interior do Rio Grande do Sul. A problematização do tema é importante para a aplicação adequada para abordagens familiares de difícil manejo e compreensão, visando melhorar os desfechos em saúde dos pacientes assistidos. <strong>Conclusão:</strong> Foi possível identificar as potencialidades das ferramentas de abordagem familiar na prática dos atendimentos, no entanto, a falta de conhecimento e preparo da equipe de Saúde da Família foi um agente limitante no sucesso das abordagens terapêuticas visando ao compartilhamento do cuidado.</p>Thalyta de Sousa Knupp PaimRicardo Souza Heinzelmann
Copyright (c) 2024 Thalyta de Sousa Knupp Paim, Ricardo Souza Heinzelmann
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2024-12-102024-12-1019464240424010.5712/rbmfc19(46)4240Avaliação da depressão perinatal em gestantes atendidas na Unidade Básica de Saúde 12 de Samambaia, Brasília, Distrito Federal
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4234
<p><strong>Introdução:</strong> A depressão perinatal é prevalente na gestação e no puerpério e gera repercussões biopsicossociais e implicações negativas nos desfechos materno-fetais. Entre os diversos fatores de risco para o desenvolvimento da depressão, encontra-se o trauma na infância. <strong>Objetivo:</strong> Este estudo teve o objetivo de avaliar a frequência de depressão perinatal e os aspectos sociodemográficos e psicopatológicos de uma amostra de pacientes gestantes da Unidade Básica de Saúde (UBS) 12 de Samambaia. <strong>Métodos:</strong> Foi realizado um estudo transversal com 51 gestantes atendidas pela Equipe nº 19 da UBS 12 de Samambaia no segundo semestre de 2023. Os instrumentos utilizados para avaliação de suas características foram a Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo (EPDS), questionários sociodemográficos, o Questionário sobre Traumas na Infância (QUESI), a Escala de Apego Materno-Fetal e o Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI). Os dados foram analisados pelo programa estatístico <em>Statistical Package for the Social Sciences</em> (SPSS) versão 20, com estatística descritiva e testes de Fisher e de Wilcoxon para as variáveis quantitativas, com nível de significância de 95% (p<0,05). <strong>Resultados:</strong> Foi observada prevalência de depressão perinatal semelhante à evidenciada na literatura, tendo associação com desejo de gravidez, estado civil, suporte social e número da prole. A média de idade foi 28,51 anos. Todas as pacientes com rastreamento positivo para depressão pela EPDS relataram trauma na infância em grau moderado a grave, com maior prevalência de abuso emocional (85,7%) e negligência emocional (78,6%). Dois terços das gestantes com apego médio ou mínimo pela Escala de Apego Materno-Fetal foram diagnosticadas com depressão atual. <strong>Conclusões:</strong> Os achados sugerem uma correlação entre fraco suporte social e maior suscetibilidade ao desenvolvimento de depressão nessa população. Encontrou-se alta prevalência de trauma na infância e menor apego materno-fetal em gestantes com depressão perinatal.</p>Ellen Surer da Costa Reis
Copyright (c) 2024 Ellen Surer da Costa Reis
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2024-12-102024-12-1019464234423410.5712/rbmfc19(46)4234Explorando o Viva Voce
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4244
<p><strong>Introdução: </strong>Durante o século XIX, a prática do ensino médico no mundo não era uniformizada, mas os avanços científicos impulsionaram a formalização da educação em saúde, com base no cientificismo e centrada nas doenças. Esse modelo, porém, falhava em compreender a complexidade social da saúde, impulsionando, após anos, reformas para uma formação médica mais crítica. Apesar dos avanços, ainda é perceptível a dificuldade em superar inteiramente a defasagem na formação crítica da medicina, sendo um grande desafio a avaliação do desempenho integrado do aluno. Nesse sentido, surge o <em>Viva Voce</em>, uma espécie de avaliação oral introduzida no Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade da Secretaria de Saúde do Recife (PRMFC Sesau Recife) em 2022.<strong> Objetivo: </strong>Descrever a experiência da implementação e realização do <em>Viva Voce</em> neste programa de residência.<strong> Métodos: </strong>O <em>Viva Voce</em> é uma modalidade de exame oral caracterizada pela interação face a face do examinado com os examinadores, sem o envolvimento de pacientes. No contexto do PRMFC Sesau Recife, o exame é realizado semestralmente e destina-se a avaliar os residentes quanto às atitudes e ao raciocínio clínico. É organizado por meio da criação de casos clínicos simulados e estruturados em etapas, com definição de objetivos de aprendizagem. Os residentes são avaliados individualmente, seguindo um roteiro e um formulário de avaliação.<strong> Resultados: </strong>A implementação do <em>Viva Voce</em> proporcionou uma avaliação formativa e somativa, focada no raciocínio clínico e na tomada de decisões dos residentes. A modalidade avaliativa é considerada relevante para analisar criticidade e competências comunicativas. No entanto, enfrenta desafios, como a necessidade de treinamento de examinadores e o manejo da ansiedade dos alunos.<strong> Conclusões:</strong> O <em>Viva Voce</em> mostra-se como um importante aliado na formação médica, proporcionando uma avaliação que contempla aspectos essenciais da prática em saúde. Apesar de desafios como a ansiedade dos alunos, o <em>Viva Voce</em> contribui para a diversificação da estrutura avaliativa, essencial para formar profissionais de saúde de qualidade.</p>Lucas StudartMaria Olivia Lima de MendonçaRubens Cavalcanti Freire da SilvaIsabel Brandão CorreiaJoão Victor Moreira
Copyright (c) 2024 Lucas Studart, Maria Olivia Lima de Mendonça, Rubens Cavalcanti Freire da Silva, Isabel Brandão Correia, João Victor Moreira
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2024-12-102024-12-1019464244424410.5712/rbmfc19(46)4244Treinamento e prática de inserção de Dispositivo Intrauterino
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4254
<p><strong>Introdução:</strong> O acesso ao planejamento familiar e reprodutivo é direito de todos. O dispositivo intrauterino é uma opção contraceptiva de baixo custo eficaz a longo prazo, mas, paradoxalmente, ainda é de baixo uso nos serviços de Atenção Primária à Saúde (APS). A inserção e retirada de DIU faz parte do currículo baseado em competências da Residência de Medicina de Família e Comunidade e da Carteira de Serviços da Atenção Primária à Saúde. <strong>Relato de experiência: </strong>Como parte do programa curricular da residência em Medicina de Família e Comunidade da Universidade Federal de Santa Maria, participei de estágio, em um hospital terciário, para capacitação de inserção de dispositivo intrauterino. Após a capacitação, procurei, com a equipe da estratégia de saúde da família em que atuo, construir protocolo para acesso ao método contraceptivo. A disponibilização do recurso ampliou a resolutividade do serviço e, paralelamente, possibilitou o exercício do trabalho coordenado e a experiência de gestão em saúde. <strong>Discussão: </strong>A instituição da inserção de DIU expande a resolutividade do serviço e fortalece o movimento de valorização da APS. Pude perceber que as pacientes tiveram maior protagonismo em seu cuidado, adequando-o ao seu contexto sociocultural. Isso foi proporcionado pelo vínculo com os profissionais que cuidam de si e sua família de forma contínua. <strong>Conclusão: </strong>A capacitação em inserção de DIU e a implantação deste na carteira de serviços de uma unidade de saúde expandiu minha capacidade de gestão do trabalho em equipe, de coordenação do cuidado, de oferecer integralidade na atenção à saúde e resolutividade do serviço. Esses fatores reafirmam a ideia de que é possível fazer saúde pública de excelência, fortalecendo o previsto na Constituição.</p>Diego Henrique Menezes BatistaRicardo Souza Heizelmann
Copyright (c) 2024 Diego Henrique Menezes Batista, Ricardo Souza Heizelmann
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2024-12-102024-12-1019464254425410.5712/rbmfc19(46)4254Resposta a
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4402
<p>O estudo de Nogueira e colaboradores analisou as barreiras de aceitação do Dispositivo Intrauterino (DIU) como método contraceptivo e seu impacto na saúde reprodutiva e sexual feminina. Destacaram a importância de discutir a política de incentivo do Sistema Único de Saúde (SUS) ao uso do DIU....</p>Jéssica MedeirosChaiana Esmeraldino Mendes Marcon
Copyright (c) 2024 Jéssica Medeiros, Chaiana Esmeraldino Mendes Marcon
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2024-11-022024-11-0219464402440210.5712/rbmfc19(46)4402Crise global da atenção primária à saúde
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4070
<p class="Textbody" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph; line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Arial',sans-serif;">Enquanto no Norte Global se discute uma crise na Atenção Primária à Saúde, a maioria dos países nunca chegou a constituir sistemas de saúde baseados propriamente numa atenção primária robusta. Nesse cenário, o Brasil apresenta uma tendência mais favorável, com conquistas importantes para a atenção primária e a medicina de família e comunidade nos últimos dez anos. Restam desafios a serem superados para que o Sistema Único de Saúde alcance níveis satisfatórios de acesso a seus serviços, com profissionais adequadamente formados e valorizados pela população.</span></p>Thiago Dias SartiAna Paula Santana Coelho AlmeidaLeonardo Ferreira Fontenelle
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2024-05-122024-05-1219464070407010.5712/rbmfc19(46)4070Vivência de grupo de apoio em saúde mental na atenção primária
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3901
<p><strong>Problema</strong><strong>:</strong> Entre os desafios enfrentados na temática de transtornos mentais no Brasil, é pertinente destacar a escassez de recursos e serviços, sua integração e o estigma em torno da doença mental. Apesar das dificuldades, alguns progressos significativos estão sendo inseridos nesse cuidado, como é o exemplo das intervenções em grupo na atenção básica. <strong>Método</strong><strong>:</strong> Este relato de experiência descreve e analisa a implementação de um grupo terapêutico em uma Unidade Básica de Saúde para contribuir com o enriquecimento da intervenção coletiva em pacientes com queixas de saúde mental. A proposta foi trabalhar em conjunto com pacientes com queixa de ansiedade ou depressão após analisar a grande demanda da população adscrita na área por esse cuidado. <strong>Resultados</strong><strong>:</strong> Após dois meses de encontros semanais, foi possível ir além das práticas convencionais oferecidas nos grupos, proporcionando às equipes de saúde a oportunidade de refletir sobre alternativas para promover mudanças nas formas de atenção à saúde mental. <strong>Conclusão</strong><strong>:</strong> Além de estimular a troca de saberes entre universitários, profissionais e comunidade, a implementação de grupos terapêuticos se mostrou promissora no cuidado aos transtornos mentais e como forma de reabilitação psicossocial na atenção básica.</p>Renato Soleiman FrancoEvellyn de Souza Jose SabinoAlice Cioni de Toledo BarrosIsadora Roberto MesadriMaiara Raíssa dos SantosNahuana Alves Borba
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2024-11-022024-11-0219463901390110.5712/rbmfc19(46)3901Experiência no uso das ferramentas de abordagem familiar por uma equipe da Estratégia Saúde da Família
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3410
<p><strong>Problema:</strong> Experiência da intervenção de uma equipe multiprofissional da Estratégia Saúde da Família (ESF) em uma família por meio das ferramentas de abordagem familiar. Entre os problemas identificados no caso estão a sobrecarga de trabalho da paciente índice, diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) nos filhos dela, etilismo crônico do esposo e relacionamento hostil no ciclo familiar. <strong>Método:</strong> Estudo descritivo, qualitativo, de relato de experiência, desenvolvido em uma família da área de abrangência da equipe da ESF no segundo semestre de 2019, escolhida em razão da hiperutilização do serviço pela paciente índice. As ferramentas aplicadas foram o genograma, ecomapa, <em>Fundamental Interpersonal Relations Outcome </em>(FIRO), <em>problem, roles, affect, communication, time in life, illness, coping with stress, environment/ecology</em> (PRACTICE) e ciclo de vida familiar. <strong>Resultados:</strong> Com a aplicação das ferramentas foram identificadas as estruturas e modos de compartilhamento das relações familiares, os problemas de saúde presentes, os possíveis vínculos identificados e o estágio no ciclo de vida. Como modos de intervenção, a equipe propôs consultas de cuidado em saúde, assistência psicológica e escutas qualificadas. Além disso, por meio de reuniões intersetoriais, foi solucionado o problema escolar que afetava a condição de saúde da paciente. <strong>Conclusão:</strong> A aplicação das ferramentas foi um excelente método para realizar o estudo, pois permitiu uma visão global da família, além de identificar fragilidades a serem corrigidas ou minimizadas com recurso a intervenções pela equipe de saúde.</p>Anne Karoline Santos MagalhãesIanaiê Cardoso LopesPriscila Martins SantosBárbara Quadros TonelliAna Paula dos Reis LealSamuel Trezena
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2024-06-142024-06-1419463410341010.5712/rbmfc19(46)3410Aprendizagem baseada em projeto e a formação médica
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3772
<p>A aprendizagem baseada em projeto orientada pelos fundamentos da educação interprofissional é um modelo que pode contribuir para a formação de relacionamentos interpessoais, criatividade, empatia e colaboração na educação médica, por meio de uma colaboração mútua com profissionais de saúde da rede. Muito se fala da efetividade desse método no campo do ensino e aprendizagem médica, mas há a necessidade de incluir a importância do desenvolvimento de habilidades interprofissionais, com equipes colaborativas, em ações extensionistas, diante das necessidades locais no contexto da atenção primária, pensando na melhoria dos resultados de saúde. O objetivo deste trabalho é apresentar um relato de experiência de aprendizagem baseada em projeto de estudantes de Medicina no contexto da Estratégia Saúde da Família. Participaram deste trabalho estudantes do Módulo Integração Ensino, Serviço e Comunidade da Faculdade de Medicina da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri que executaram, em colaboração com uma equipe interprofissional o projeto sobre a saúde do homem. Como resultado da análise qualitativa do <em>feedback</em> entre os integrantes, observaram-se mudanças no comportamento dos estudantes, com melhorias na comunicação, empatia e nas relações interpessoais, por meio do trabalho colaborativo com a equipe interprofissional. Esta experiência poderá ser adaptada para implementar o ensino e aprendizagem no projeto pedagógico orientado pela educação interprofissional na atenção primária.</p>Thais Morgana Mendes SantosClarisse Melo Franco Neves CostaLauriany Livia CostaDarlene da SilvaDelba Fonseca Santos
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2024-04-182024-04-1819463772377210.5712/rbmfc19(46)3772Relato de caso de lombalgia inflamatória com extenso comprometimento anatômico-funcional
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3739
<p><strong>Introdução:</strong> A lombalgia é uma condição prevalente e que apresenta importante impacto na capacidade funcional e na qualidade de vida, sendo a sua correta abordagem na Atenção Primária à Saúde fundamental para a identificação e o estabelecimento de um diagnóstico etiológico precoce de possíveis patologias que possam estar relacionadas a desfechos mórbidos e a graves limitações funcionais. <strong>Apresentação do caso:</strong> Paciente de 56 anos, sexo masculino, hipertenso, foi encaminhado para serviço especializado de reumatologia com histórico de lombalgia havia mais de 20 anos. Ao exame físico foi constatada presença de deformidades da coluna vertebral e extensa limitação de movimentos. Exames radiográficos mostravam esclerose de articulações sacroilíacas, osteopenia difusa e coluna vertebral em aspecto de “bambu”. <strong>Conclusões:</strong> Constata-se a importância de que na abordagem das lombalgias na atenção primária se busque o reconhecimento de possíveis etiologias graves e potencialmente incapacitantes que possam estar subjacentes à queixa de dor lombar. Com esse objetivo, é fundamental o reconhecimento das chamadas <em>red flags</em> relacionadas às lombalgias, além de sua caracterização como mecânica ou inflamatória. Perante a atuação da atenção primária no oferecimento de um cuidado pautado na integralidade e na prevenção de agravos, reafirma-se a importância de uma avaliação clínica pormenorizada das lombalgias nesse nível de atenção à saúde.</p>Lavínia Ayumi Borges RibeiroMateus Fernandes Alves dos ReisMariana dos Santos Teixeira Camila Ribeiro MilagresGabriella Stefenoni Kruger
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2024-07-122024-07-1219463739373910.5712/rbmfc19(46)3739Acidente crotálico seguido por primeiro episódio psicótico
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3609
<p><em><strong>Introdução</strong></em><strong>:</strong> Acidentes ofídicos são doenças negligenciadas e constituem uma parcela importante da morbidade de pessoas em idade produtiva que vivem em zonas rurais. A maior parte dos seus efeitos a curto prazo é amplamente conhecida, especialmente aqueles de natureza clínica; no entanto, ainda se observa lacuna importante do conhecimento das consequências a longo prazo de tais agravos, notadamente as de ordem psíquica. Este artigo relata um caso de adoecimento mental subsequente a um acidente crotálico e gera reflexões de âmbito cultural e fisiopatológico a respeito das sequelas de tais eventos. <em><strong>Apresentação do caso</strong></em><strong>:</strong> Trata-se de adolescente residente no interior baiano que foi vítima de mordedura por cascavel e teve necessidade de hospitalização em unidade de terapia intensiva. Observou-se que, mesmo após melhora clínica, iniciou com sintomas psicóticos prodrômicos e progrediu para piora mental grave, que culminou em internação psiquiátrica e diagnóstico de esquizofrenia no decorrer dos meses seguintes. <em><strong>Conclusões</strong></em><strong>:</strong> Nota-se, neste caso, correlação direta entre esses dois eventos; mas, em razão da escassez de trabalhos científicos que abordem tais questões, depreende-se que é preciso investigar e estudar com maior profundidade possíveis associações entre acidentes crotálicos e psicoses.</p>Rafael Fernandes de AlmeidaRégis Eric Maia Barros
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2024-05-122024-05-1219463609360910.5712/rbmfc19(46)3609A importância dos cuidados paliativos exercidos por médicos de família e comunidade na Atenção Primária à Saúde
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3416
<p><strong>Introdução: </strong>A terminalidade é uma situação cada vez mais vivenciada nos serviços de saúde em razão da progressão da expectativa de vida da população e, consequentemente, do incremento de pacientes com doenças crônicas graves. No Brasil, os serviços de cuidados paliativos ainda se encontram centralizados nos serviços de atenção terciária. Entretanto, em diversos países, a Atenção Primária à Saúde tem sido a grande prestadora e coordenadora de cuidados paliativos dos usuários, em prol da descentralização dessa assistência e da promoção do cuidado integral. <strong>Objetivo: </strong>Realizar uma revisão narrativa da literatura, a fim de identificar a relação dos médicos de família e comunidade na atuação de cuidados paliativos na Atenção Primária à Saúde. <strong>Métodos: </strong>Revisão bibliográfica por meio do acesso às bases de dados: Portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e PubMed. Foram selecionados 16 artigos, os quais foram submetidos a análise temática e posterior discussão das principais características que colaboram para a maior atuação dos médicos de família e comunidade em cuidados paliativos. <strong>Resultados:</strong> Observou-se a importância da atuação dos médicos de família e comunidade em cuidados paliativos no âmbito da Atenção Primária à Saúde, bem como a interligação entre as duas especialidades, os desafios existentes nesse caminho e os benefícios dessa prática. <strong>Conclusões: </strong>A oferta de cuidados paliativos pelos médicos de família e comunidade na atenção primária favorece o acesso e acompanhamento dos pacientes. Entretanto, a atuação dos profissionais das Equipes de Saúde da Família nessa linha de cuidado ainda é insuficiente em razão da escassa capacitação na área.</p>Mariana Fernandes DiasMariana Mauricio Silva CostaNatalino Cezar Clausen
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2024-08-042024-08-0419463416341610.5712/rbmfc19(46)3416