A implementação de Programas de Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade em uma capital da Região Sudeste, Brasil: relato de experiência

Autores

  • Thiago Dias Sarti Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Vitória, ES
  • Marcello Dala Bernardina Dalla Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo
  • Tânia Mara Machado Escola Técnica do SUS, Secretaria Municipal de Saúde de Vitória
  • Mary Cristina França de Oliveira Fonseca Escola Técnica do SUS, Secretaria Municipal de Saúde de Vitória
  • Sandra Mara Soeiro Bof Escola Técnica do SUS, Secretaria Municipal de Saúde de Vitória
  • José de Almeida Castro Filho Médico de Família e Comunidade, Unimed Vitória
  • Mônica Cola Carriello Correa Escola Técnica do SUS, Secretaria Municipal de Saúde de Vitória
  • Sérgio Renato Miranda Torres Escola Técnica do SUS, Secretaria Municipal de Saúde de Vitória
  • Sheila Cristina de Souza Cruz Escola Técnica do SUS, Secretaria Municipal de Saúde de Vitória

DOI:

https://doi.org/10.5712/rbmfc13(40)1684

Palavras-chave:

Internato e Residência, Medicina de Família e Comunidade, Política de Saúde

Resumo

Objetivo: Discutir o processo de implantação de três Programas de Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade (PRM-MFC) em uma capital da Região Sudeste do Brasil na perspectiva da interface dos programas com a organização do sistema de saúde local. Método: Trata-se de um relato de experiência oriundo das vivências dos supervisores dos programas e da equipe técnica do município responsável pela gestão da integração ensino-serviço. Foi produzida uma narrativa significativa aos atores do processo em momento presencial coletivo. Uma matriz SWOT foi elaborada para elencar os fatores que influenciam a implementação dos PRM-MFC na rede de serviços. Resultados: Há três PRM-MFC em atividade no município, todos em estágio inicial de implementação, totalizando nove vagas de R1. Os residentes são beneficiados por uma rede de serviços bem estruturada, diversificada e informatizada, incluindo preceptores sensibilizados e um forte apoio multiprofissional. Contudo, há questões que dificultam esse processo, como a incipiente política de valorização da preceptoria, as insuficiências do modelo de atenção primária existente para a formação médica, as dificuldades na gestão compartilhada do processo e a pouca legitimidade da RM perante a comunidade e os trabalhadores do serviço. Conclusão: Há íntima relação entre o desenvolvimento da rede local de saúde, em particular da APS, com a qualidade do PRM. Assim, é fundamental ter em vista não apenas as questões pedagógicas, mas também todo um conjunto de dispositivos de gestão compartilhada e qualificação da rede de serviços.

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Biografia do Autor

Thiago Dias Sarti, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Vitória, ES

É Professor Assistente do Departamento de Medicina Social da Universidade Federal do Espirito Santo (UFES). Possui graduação em Medicina pela Escola de Medicina da Santa Casa de Misericordia de Vitória (2004). É especialista em Medicina de Família e Comunidade e em Gestão em Saúde pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). É Mestre em Saúde Coletiva pelo Programa de Pós-graduacão em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Mais informações: Currículo Lattes - CNPq.

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Publicado

2018-04-17

Como Citar

1.
Sarti TD, Dalla MDB, Machado TM, Fonseca MCF de O, Bof SMS, Castro Filho J de A, Correa MCC, Torres SRM, Cruz SC de S. A implementação de Programas de Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade em uma capital da Região Sudeste, Brasil: relato de experiência. Rev Bras Med Fam Comunidade [Internet]. 17º de abril de 2018 [citado 29º de março de 2024];13(40):1-12. Disponível em: https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/1684

Edição

Seção

Especial Residência Médica

Plaudit