Prevalência de burnout em médicos residentes de Medicina Geral e Familiar em Portugal
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc12(39)1430Palavras-chave:
Esgotamento Profissional. Internato e Residência. Medicina de Família e Comunidade. Atenção Primária à Saúde.Resumo
Objetivo: Determinar a prevalência de burnout nos residentes de Medicina Geral e Familiar (MGF) em Portugal e analisar variáveis que possam influenciar os níveis de burnout nas suas três dimensões (Exaustão Emocional - EE; Despersonalização - DP e Realização Pessoal - RP). Métodos: Estudo transversal, observacional; aplicados questionários de novembro a dezembro de 2015 constituídos pelo Maslach Burnout Inventory e por variáveis sociodemográficas e da residência. Tamanho da amostra estimado de 327 residentes (IC 95%; erro amostral de 5%). Resultados: Amostra representativa composta por 431 residentes (média de 28,7 anos, 80,7% do gênero feminino). A prevalência de burnout global (níveis de burnout elevado na dimensão da EE e/ou DP) foi 46,9%; 38,1% dos residentes apresentava burnout elevado na EE, 45,2% na RP e 26,5% na DP. Verificou-se uma associação estatisticamente significativa entre níveis de burnout elevado e residentes medicados com ansiolíticos/hipnóticos – EE (p<0,001); RP (p=0,001) e DP (p<0,001) e também nos residentes medicados com antidepressivos, na EE e RP (p=0,01). Nos residentes com intenção de desistir da residência/carreira médica verificaram-se níveis elevados de burnout na EE (p<0,001 para ambas), na RP (p=0,003 e p=0,01, respectivamente) e na DP (p=0,005 e p<0,001, respectivamente). Nos residentes que não escolheram MGF como primeira opção, verificaram-se níveis de burnout elevados na dimensão da DP (p<0,001) e da RP (p=0,04). Conclusão: Dada a elevada prevalência de burnout nos residentes de MGF em Portugal, torna-se fundamental desenvolver novos estudos a nível internacional e desenvolver estratégias que previnam e minimizem o impacto negativo desta síndrome.
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