Avaliação da trajetória, no SUS, de pacientes atendidos na clínica cirúrgica de um serviço de emergência a partir de seus diagnósticos histopatológicos
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc4(15)167Palavras-chave:
Diagnóstico, Planejamento em Saúde, Serviços Médicos de Emergência, Sistema Único de Saúde (SUS)Resumo
Assim como na maioria dos serviços de emergência do Brasil, a Unidade de Emergência Dr. Armando Lages, principal hospital com este perfil de Alagoas, tem seu potencial limitado pelas lacunas no planejamento e na execução da Atenção Básica. A rede básica de atenção à saúde deveria constituir a principal porta de entrada no sistema. Afirma-se que na Atenção Básica 80% dos problemas de saúde da população sejam resolvidos. O que se verifica, contudo, é o escamoteamento de suas atribuições e potencialidades. Define-se que a Saúde da Família (SF) deve constituir equipes de saúde formadas por médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários, em trabalho interdisciplinar com a definição de um território de abrangência. O processo de referência e contra-referência é imprescindível para que haja uma continuidade das ações e compete ao serviço municipal definir, no âmbito municipal ou regional, os serviços disponíveis para os níveis de maior complexidade. A SF deverá, portanto, em condições especiais, indicar o encaminhamento para consultas especializadas, assim como para os serviços de diagnóstico e internações hospitalares. Na prática, porém, os serviços de atenção terciária acabam absorvendo a demanda proveniente de problemas na rede básica. É o caso da Unidade de Emergência Dr. Armando Lages, na qual, mensalmente, a taxa de ocupação dos leitos é de 109,34%, absorvendo pacientes que não encontram outra referência para solucionar seus problemas de saúde. Obedecendo às normas que regem a Pesquisa em Seres Humanos, foi desenvolvido um estudo descritivo retrospectivo e prospectivo, aplicando-se questionário de perguntas estruturadas a pacientes da clínica cirúrgica da Unidade de Emergência Dr. Armando Lages que tiveram diagnósticos histopatológicos das peças cirúrgicas efetuados no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2006. A análise dos dados revelou que, na trajetória dos pacientes pelo Sistema Único de Saúde, princípios doutrinários e organizativos do SUS estão desordenados, confirmando a hipótese do estudo, de que o número evidente de diagnósticos histopatológicos de neoplasias malignas e doenças infecto-parasitárias sugere falhas no planejamento em saúde da rede de Atenção Primária á Saúde.
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