Uso irracional de alendronato de sódio por idosos
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc15(42)2310Palavras-chave:
Alendronato, Idoso, Osteoporose, Farmacoepidemiologia.Resumo
Introdução: A efetividade e segurança do alendronato de sódio são dependentes da adesão dos pacientes em relação às orientações específicas sobre o uso. Assim, este trabalho, tem como objetivo estimar a racionalidade de uso do alendronato de sódio em idosos. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal realizado através de um questionário estruturado contendo a forma de utilização e a ocorrência de eventos adversos relacionados ao uso do medicamento. Os pacientes foram recrutados em suas próprias casas. Considerou-se uso racional os participantes que: a) tomaram o comprimido pela manhã; b) em jejum; c) esperaram pelo menos 30 minutos para se alimentar; d) ingeriu com um copo cheio de água; e) ingeriu o comprimido inteiro; f) e permaneceu na posição ortostática por pelo menos 30 minutos após o uso. Adicionalmente, o odds ratio (OR) foi utilizado para analisar associação entre o uso irracional do alendronato de sódio e as variáveis independentes. Resultados e Discussão: Dos 248 participantes do estudo a maioria administravam o medicamento pela manhã (95,2%), em jejum (89,1%), aguardavam pelo menos 30 minutos para realizar a primeira refeição do dia (87,9%), ficavam em posição ortostática até o horário da primeira refeição (78,6%), porém menos da metade ingeria o comprimido com um copo cheio de água (43,6%). O uso racional do medicamento foi observado em apenas 30,7% dos participantes. Em relação aos possíveis eventos adversos, 13,3% dos participantes relataram algum evento. Dentre os mais prevalentes, destacaram-se a tosse seca (6,5%), dor de estômago (5,2%) e algum desconforto na garganta (4,8%). O uso irracional deste medicamento está associado à idade e ao nível de escolaridade. Conclusão: É elevada a prevalência de uso irracional do alendronato de sódio em idosos e este uso está associado a fatores sociodemográficos dos pacientes.
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