Análise do acolhimento a partir das relações na Atenção Básica no município do Rio de Janeiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5712/rbmfc15(42)2326

Palavras-chave:

Atenção Primária à Saúde, Acolhimento, Redes Sociais, Assistência Centrada no Paciente.

Resumo

Objetivo: Analisar o acolhimento a partir das relações entre os profissionais na Atenção Básica, destacando sua configuração e a posição dos diferentes atores de uma unidade de Atenção Básica em Saúde do município do Rio de Janeiro.Métodos: Estudo de natureza descritiva, com abordagem quantitativa e com participação de 37 profissionais, cuja análise foi desenvolvida pela lente da análise de redes sociais, que permitiu mapear as relações entre os atores a partir do acolhimento e representá-las graficamente. Resultados: A presença de todos os atores na rede pressupõe a existência de vínculos e alguma dinâmica de troca de recurso, conhecimento ou informação, além de movimentos disparados a partir do acolhimento na perspectiva da produção do cuidado. Por sua vez, a centralidade na rede de atores de nível superior, como médicos e enfermeiros e agentes comunitários de saúde ocupando a periferia, convergem para tradução de um cuidado com foco no modelo biomédico. Conclusões: Observou-se relevante papel do acolhimento ao ditar formas de organização e funcionamento, assim como por trazer relevo sobre a produção do cuidado existente no campo, que vai de encontro ao prescrito e institucionalizado nas políticas normativas e distancia-se do acolhimento-ação necessário e esperado para a Atenção Básica em Saúde.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Tarciso Feijó da Silva, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Professor da Universidade Estácio de Sá

Doutor em Enfermagem pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Mestre em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca.

Helena Maria Scherlowski Leal David, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Professora titular do Programa de Pós Graduação em Enfermagem da UERJ. Doutora em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz.

Referências

(1) Silva TF, Romano VF. Sobre o acolhimento: discurso e prática em Unidades Básicas de Saúde do município do Rio de Janeiro. Saúde Debate. 2015 Jun;39(105):363-74. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0103-110420151050002005 DOI: https://doi.org/10.1590/0103-110420151050002005 DOI: https://doi.org/10.1590/0103-110420151050002005

(2) Silva TF, David HMSL, Caldas CP, Martins EL, Ferreira SR. O acolhimento como estratégia de vigilância em saúde para produção do cuidado: uma reflexão epistemológica. Saúde Debate. 2018 Dez;42(spe4):249-60. DOI:http://dx.doi.org/10.1590/0103-11042018s420 DOI: https://doi.org/10.1590/0103-11042018s420 DOI: https://doi.org/10.1590/0103-11042018s420

(3) Silva CT, Silva S, Almeida MV, Araújo I. Integralidade e suas interfaces com a produção do cuidado. RevCuid. 2014Jul/Dez;5(2):731-8. DOI: http://dx.doi.org/10.15649/cuidarte.v5i2.85 DOI: https://doi.org/10.15649/cuidarte.v5i2.85 DOI: https://doi.org/10.15649/cuidarte.v5i2.85

(4) Starfield B. Atenção Primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia. Brasília (DF): UNESCO/Ministério da Saúde; 2002.

(5) Ministério da Saúde (BR). Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União, Brasília (DF), 21 set 2017: Seção 1.

(6) Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília (DF): Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS); 2011.

(7) Hall A, Wellman B. Social network and social support. In: Cohen S, Syme SL, orgs. Social support and health. London: Academic Press; 1985. p. 23-41.

(8) Andrade DMC, David HMSL. Análise de redes sociais: uma proposta metodológica para a pesquisa em saúde e na enfermagem. Rev Enferm UERJ. 2015Nov/Dez;23(6):852-65. DOI: http://dx.doi.org/10.12957/reuerj.2015.14861 DOI: https://doi.org/10.12957/reuerj.2015.14861 DOI: https://doi.org/10.12957/reuerj.2015.14861

(9) Tomaél MI, Marteleto RM. Redes sociais: posições dos atores no fluxo da informação. Enc. Bibli: R. Eletr. Bibliotecon. Ci. Inf. 2007;(esp):75-91. DOI: https://doi.org/10.5007/1518-2924.2006v11nesp1p75 DOI: https://doi.org/10.5007/1518-2924.2006v11nesp1p75 DOI: https://doi.org/10.5007/1518-2924.2006v11nesp1p75

(10) Marteleto RM. Análise de redes sociais: aplicação nos estudos de transferência da informação. Ci. Inf. 2001 Jan/Abr;30(1):71-81. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0100-19652001000100009 DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-19652001000100009 DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-19652001000100009

(11) Marteleto RM, Tomaél MI. A metodologia de análise de redes sociais (ARS). In: Valentin MLP, org. Métodos qualitativos de pesquisa em Ciência da Informação. São Paulo: Polis; 2005. p. 81-100.

(12) Teixeira RR. O acolhimento num serviço de saúde entendido como uma rede de conversações. In: Pinheiro R, Mattos RA, org. Construção da integralidade: cotidiano, saberes e práticas em saúde. Rio de Janeiro (RJ): IMS-UERJ/ABRASCO; 2003. p. 89-111.

(13) Martins PH, Fontes B. Redes sociais e saúde: novas possibilidades teóricas. Recife (PE): Editora Universitária da UFPE; 2004

(14) Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (BR). Regimento interno Parque Royal. Documento da unidade. Regimento interno CMS Parque Royal. Rio de Janeiro (RJ): Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro; 2018.

(15) Prefeitura do Rio de Janeiro (BR). Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Saúde presente: o plano que está mudando a saúde do Rio. Rio de Janeiro (RJ): Prefeitura do Rio; 2019; [acesso em 2019 Jan 04]. Disponível em: http://www.rio.rj.gov.br/web/sms/saude-presente

(16) Borgatti SP. 2-Mode concepts in social network analysis. In: Meyers RA, ed. Encyclopedia of complexity and system science. Heidelberg: Springer; 2009.

(17) Borgatti SP, Everett MG, Freeman LC. Ucinet for Windows: software for social network analysis. Harvard, MA: Analytic Technologies; 2002.

(18) Conselho Nacional de Saúde (Brasil). Resolução no 466/2012 de 12 de dezembro de 2012. Aprova as seguintes diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Brasília, 2012; [acesso em 2019 jul 04]. Disponível em: https://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf.

(19) Raider H,Krackhardt DJ. Intraorganizational networks. In: Baum JAC, ed. Companion to organizations. Oxford: Blackwell Publishers; 2001. p. 58-74. DOI: https://doi.org/10.1002/9781405164061.ch2

(20) Chiara IGD. As citações como base da rede social egocêntrica: o artigo citado e suas conexões. Associação Nacional de Pesquisa Pós-Graduação em Ciência da Informação (ANCIB); 1-4 ago 2006; Londrina, PR, Brasil. Londrina (PR): ANCIB; 2006; [acesso em 2019 Fev 24]. Disponível em: http://enancib.ibict.br/index.php/enancib/viienancib/paper/viewFile/2470/1601

(21) Hatala JP. Social network analysis in human resource development: a new methodology. Human Resource Development Review. 2006 Mar;5(1):45-71. DOI: https://doi.org/10.1177/1534484305284318 DOI: https://doi.org/10.1177/1534484305284318 DOI: https://doi.org/10.1177/1534484305284318

(22) Carmo ME, Guizardi FL. O conceito de vulnerabilidade e seus sentidos para as políticas públicas de saúde e assistência social. Cad Saúde Pública. 2018;34(3):e00101417. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0102-311x00101417 DOI: https://doi.org/10.1590/0102-311x00101417 DOI: https://doi.org/10.1590/0102-311x00101417

(23) Merhy EE. Saúde: a cartografia do trabalho vivo. 3ª ed. São Paulo: Hucitec; 2002.

(24) Silva DC, Alvim NAT, Figueiredo PA. Tecnologias leves em saúde e sua relação com o cuidado de enfermagem hospitalar. Esc Anna Nery. 2008;12(2):291-8. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1414-81452008000200014 DOI: https://doi.org/10.1590/S1414-81452008000200014 DOI: https://doi.org/10.1590/S1414-81452008000200014

(25) Sousa FG, Terra MG, Erdmann AL. Health services organization according to the intersectoral perspective: a review. Online Braz J Nurs. 2005;4(3):1-4. DOI: https://doi.org/10.5935/1676-4285.200544

(26) Braga F, Fazito D. Análise de redes sociais e as conexões territoriais da migração no Brasil: padrões estruturais da migração interna entre 1980 e 2000. In: Anais do XVII Encontro Nacional de Estudos Populacionais; 24 set 2010; Caxambú, MG, Brasil. Caxambú (MG): Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP); 2010. p. 1-21.

(27) Morosini MV, Fonseca AF. Os agentes comunitários na Atenção Primária à Saúde no Brasil: inventário de conquistas e desafios. Saúde Debate. 2018 Set; 42(spe1):261-74. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0103-11042018s117 DOI: https://doi.org/10.1590/0103-11042018s117 DOI: https://doi.org/10.1590/0103-11042018s117

(28) Bourdieu P. Meditações pascalianas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil; 2001.

(29) Ministério da Saúde (BR). Acolhimento à demanda espontânea. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2011.

(30) Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Resolução COFEN nº 423/2012 de 11 de abril de 2012. Normatiza no Âmbito do Sistema Conselho Federal e Conselhos Regionais de Enfermagem a Participação do Enfermeiro na Atividade de Classificação de Riscos. Diário Oficial da União, Brasília, 2012; [acesso em 2019 set 16]. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-n-4232012_8956.html

(31) Ginzburg C. Sinais: raízes de um paradigma indiciário. In: Mitos, emblemas, sinais: morfologia e história. 1ª reimpr. São Paulo: Companhia das Letras; 1990.

(32) Guimarães MBL. Intuição, pensamento e ação na clínica. Interface (Botucatu). 2005 Ago;9(17):317-32. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1414-32832005000200008 DOI: https://doi.org/10.1590/S1414-32832005000200008 DOI: https://doi.org/10.1590/S1414-32832005000200008

(33) Bourdieu P. Escritos de educação. Petrópolis: Vozes; 1998.

Downloads

Publicado

2020-08-11

Como Citar

1.
Feijó da Silva T, Maria Scherlowski Leal David H, Romano VF. Análise do acolhimento a partir das relações na Atenção Básica no município do Rio de Janeiro . Rev Bras Med Fam Comunidade [Internet]. 11º de agosto de 2020 [citado 12º de novembro de 2024];15(42):2326. Disponível em: https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/2326

Edição

Seção

Artigos de Pesquisa

Plaudit