Maternagem: estratégia de prevenção em saúde para formação de sujeitos saudáveis
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc6(20)257Palavras-chave:
Relações Mãe-Filho, Saúde Materno-Infantil, Prevenção Primária, Promoção da SaúdeResumo
Após o primeiro ano de experiência do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), realizou-se uma análise das principais demandas ou sintomas. Na população infantil, observaram-se dificuldades relacionadas à linguagem, aprendizagem, comportamento e vinculação. Na população adulta, foram encontradas dificuldades relacionadas à autonomia no processo saúde/doença, corpo e resolução de conflitos. Com base nas diretrizes da Atenção Básica, elaborou-se uma intervenção para lidar com as queixas provenientes dos vínculos frágeis que constituem as relações parentais, acarretando consequências para o desenvolvimento ou formação dos sujeitos. Para tanto, criou-se o grupo de Maternagem, que se trata da atividade de cuidar que propicia à criança atenção necessária e suporte emocional para um desenvolvimento neuropsicomotor saudável. Trata-se de um grupo terapêutico-educativo. Em relação às mães, observou-se mudança no posicionamento em relação à educação e colocação de limites, elaboração de conflitos familiares, reflexão sobre sua relação com seus pais, aprimoramento da escuta e vinculação. Nos bebês, observou-se melhora na vinculação, na aceitação do toque materno e nos limites, maior tranquilidade e aprimoramento das habilidades neuropsicomotoras. O desafio é tratar de maternagem com sujeitos que foram pouco maternados, portanto, vulneráveis, pouco autônomos, com dificuldade de estabelecer relações pautadas na confiança/segurança. Em muitos momentos, as mães é que são maternadas, ressignificando seus primeiros vínculos, recuperando o brincar e a fantasia. Acredita-se que a mudança do sujeito-mãe possa ocorrer por meio da transformação da relação mãe-bebê, o que será determinante na formação do sujeito-bebê e possibilitará a ressignificação das relações familiares, produzindo saúde.Downloads
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