Atuação da Estratégia Saúde da Família e do Núcleo de Apoio à Saúde da Família no uso racional de medicamentos em Rio Fortuna, em Santa Catarina
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc6(21)283Palavras-chave:
Medicamentos, Polifármacos, Assistência Domiciliar, Saúde da FamíliaResumo
A atenção farmacêutica tem sido foco de grande preocupação principalmente no que diz respeito ao uso correto de medicamentos, automedicação, intoxicações, interações medicamentosas e efeitos adversos danosos à população. O presente trabalho teve como objetivo geral avaliar o uso racional de medicamentos junto à população de abrangência das equipes de saúde da família do município de Rio Fortuna, em Santa Catarina. Os objetivos específicos foram: informar a população sobre o problema do uso e abuso de medicamentos; avaliar a aceitação do debate sobre o tema; identificar polifarmácia domiciliar e o risco de abuso ou intoxicação medicamentosa, bem como servir de educação permanente em saúde aos trabalhadores do setor, e recolher medicamentos ociosos. Este é um estudo descritivo, transversal, quantiqualitativo, com dados coletados em inquérito domiciliar realizado por Agentes Comunitários de Saúde, além da realização de metodologia de educação permanente em saúde por meio de palestras e orientações do uso racional de medicamentos aplicados tanto para a equipe de saúde quanto à população. Foram realizadas 1.054 visitas a domicílios, sendo identificadas 185 famílias de risco quanto à presença de polifarmácia domiciliar. A média do consumo de medicamentos na população geral foi de dois a três comprimidos/habitante/dia, enquanto que, nas famílias em que havia polifarmácias, o consumo passou de nove a dez comprimidos por morador, por dia. Foram realizadas também 13 palestras educativas, ao final das quais aplicou-se questionário avaliativo da importância deste trabalho, no qual 98% dos participantes acharam importante a sua realização, 94% manifestaram que se sentiram mais informados a respeito do uso racional de medicamentos e 50% já praticaram a automedicação. Por meio deste trabalho, pode ter-se a percepção real da necessidade que a população tem do tratamento medicamentoso, muitas vezes sem orientação profissional e o limitado conhecimento dos riscos da automedicação e dos perigos das interações medicamentosas. Além disso, percebe-se que a atuação multiprofissional na atenção em saúde é essencial para o constante aprimoramento do cuidado da saúde e o entendimento de que a educação permanente em saúde, tanto dos profissionais quanto da população e da gestão setorial, pode promover grandes mudanças no paradigma assistencial.Downloads
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