Uma experiência de empoderamento de mulheres na Atenção Primária à Saúde
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc6(21)325Palavras-chave:
Saúde Pública, Mulheres, Autonomia Pessoal, Processos GrupaisResumo
Este artigo apresenta a análise de uma prática de estágio realizada em um Centro de Saúde, localizado no Distrito Sanitário Norte de Belo Horizonte. O objetivo central da prática era promover iniciativas de mobilização e discussões políticas entre mulheres moradoras da região abrangida pelo centro de saúde. No decorrer dos encontros foram produzidas discussões, tendo como pano de fundo relações de gênero, abordando-se temas como violência, saúde da mulher, divisão de trabalho, valorização das mulheres, construção de papéis sociais e direitos humanos. A prática foi nomeada como “Movimento de Mulheres” pelas próprias integrantes, em um dos encontros iniciais. O trabalho é inspirado em metodologias participativas e na compreensão de grupo como dispositivo, sobretudo no que diz respeito à coconstrução das ações em saúde. Os conceitos de gênero e empoderamento foram norteadores das reflexões e ações. Os encontros ocorreram quinzenalmente, com duração média de uma hora e meia cada. Havia aproximadamente 12 mulheres por encontro entre usuárias, estagiárias e agentes comunitárias de saúde. Como tentativa de articulação, em dois dos encontros esteve presente uma conselheira municipal de saúde, quando se discutiu o papel das mulheres na mobilização social. A prática se revelou como um importante dispositivo de integração, uma vez que aproxima e corresponsabiliza universidade, serviço e comunidade na construção das ações.
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