Multimorbidade e fatores associados em adultos usuários da Atenção Primária à Saúde no norte do Rio Grande do Sul

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5712/rbmfc18(45)3504

Palavras-chave:

Atenção Primária à Saúde, Comorbidade, Multimorbidade.

Resumo

Introdução: As mudanças no estilo de vida levam ao aumento da exposição a fatores de risco a doenças crônicas e, diante disso, torna-se mais frequente a simultaneidade de tais doenças, em idades cada vez mais precoces, o que caracteriza uma condição complexa e desafiadora na área da saúde. Objetivo: Analisar a prevalência e os fatores associados à multimorbidade em usuários da Atenção Primária à Saúde (APS) de Passo Fundo, norte do Rio Grande do Sul, Brasil. Métodos: Realizou-se um estudo transversal, cujos dados foram coletados por meio da aplicação de questionários a adultos atendidos na rede urbana da APS de maio a agosto de 2019. Calculou-se a prevalência do desfecho, com intervalo de confiança de 95% (IC95%) e as razões de prevalência (RP) brutas e ajustadas, visando identificar os fatores associados. Resultados: A prevalência de multimorbidade na amostra de 958 participantes foi de 31% (IC95% 28–34) e seus fatores associados foram idade de 50–59 anos (RP=5,47; IC95% 3,54–8,45), autopercepção negativa de saúde (RP=1,61; IC95% 1,29–2,01), excesso de peso (RP=3,14; IC95% 2,21–4,44) e polifarmácia (RP=1,55; IC95% 1,33–1,81). Conclusão: A multimorbidade é prevalente na população atendida na APS, e sugere-se que as equipes de saúde busquem estratégias de investigação dessa condição e dos fatores que possam estar associados.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Marindia Biffi, Universidade Federal da Fronteira Sul – Passo Fundo (RS), Brasil.

Médica Formada pela Universidade do Planalto Catarinense - UNIPLAC. Especialista em Medicina de Família e Comunidade pela Associação Médica Brasileira- AMB. Mestre em Avaliação e Produção de Tecnologias para o SUS - Grupo Hospitalar Conceição de Porto Alegre. Professora Adjunta da Universidade Federal da Fronteira Sul- UFFS - Campus Passo Fundo. Supervisora do Programa Mais Médicos pelo Brasil - PMMB

Gustavo Olszanski Acrani, Universidade Federal da Fronteira Sul – Passo Fundo (RS), Brasil.

Professor adjunto de magistério superior, Classe A, com dedicação exclusiva, no curso de medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), na cidade de Passo Fundo-RS. Possui graduação (Bacharelado e Licenciatura) em Ciências Biológicas pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (2001), mestrado (2004) e doutorado (2009) em Biologia Celular e Molecular pelo Departamento de Biologia Celular, Molecular e Bioagentes Patogênicos da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo. Possui Pós doutorado concluído com bolsa FAPESP realizado na FMRP-USP e na University of St Andrews, Escócia e pós Doutorado bolsista BEPE-FAPESP na University of Glasgow, Escócia. Possui experiência nas áreas de Biologia Celular e Molecular e Microbiologia, com ênfase em Virologia, atuando principalmente nos seguintes temas: estudo de apoptose induzida por vírus, obtenção de vírus recombinantes por genética reversa, estudo do papel de IFN Tipo I na resposta anti-viral, clonagem e expressão de antígenos virais, detecção de vírus por métodos moleculares, e análise de ilhas de patogenicidade em bactérias.

Ivana Loraine Lindemann, Universidade Federal da Fronteira Sul – Passo Fundo (RS), Brasil.

Graduação em Nutrição pela Universidade Federal de Pelotas (1997),  mestrado em Epidemiologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2004) e  Doutorado em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Rio Grande (2015). Atualmente atuo como professora adjunta na Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus de Passo Fundo, RS, junto ao Curso de Medicina. Lidero o Grupo de Pesquisa "Inovação em Saúde Coletiva: polí­ticas, saberes e práticas de promoção da saúde" (início em 2021).

Referências

World Health Organization. Global status report on noncommunicable diseases 2010: description of the global burden of NCDs, their risk factors and determinants. Geneva: WHO; 2011.

Lozano R, Naghavi M, Foreman K, Lim S, Shibuya K, Aboyans V, et al. Global and regional mortality from 235 causes of death for 20 age groups in 1990 and 2010: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2010. Lancet 2012;380(9859):2095-128. https://doi.org/10.1016/s0140-6736(12)61728-0 DOI: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(12)61728-0

Vasconcelos AMN, Gomes MMF. Transição demográfica: a experiência brasileira. Epidemiol Serv Saúde 2012;21(4):539-48. http://dx.doi.org/10.5123/s1679-49742012000400003 DOI: https://doi.org/10.5123/S1679-49742012000400003

Ribeiro AG, Cotta RMM, Ribeiro SMR. A promoção da saúde e a prevenção integrada dos fatores de risco para doenças cardiovasculares. Ciênc Saúde Coletiva 2012;17(1):7-17. https://doi.org/10.1590/S1413-81232012000100002 DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-81232012000100002

Fortin M, Stewart M, Poitras ME, Almirall J, Maddocks H. A systematic review of prevalence studies on multimorbidity: toward a more uniform methodology. Ann Fam Med 2012;10(2):142-51. https://doi.org/10.1370/afm.1337 DOI: https://doi.org/10.1370/afm.1337

Nunes BP, Camargo-Figuera FA, Guttier M, Oliveira PD, Munhoz TN, Matijasevich A, et al. Multimorbidity in adults from a southern Brazilian city: occurrence and patterns. Int J Public Health 2016;61(9):1013-20. https://doi.org/10.1007/s00038-016-0819-7 DOI: https://doi.org/10.1007/s00038-016-0819-7

Costa JSD, Victora CG. O que é “um problema de saúde pública?” Rev Bras Epidemiol 2006;9(1):144-6. https://doi.org/10.1590/s1415-790x2006000100018 DOI: https://doi.org/10.1590/S1415-790X2006000100018

Greenhaus JH, Beutell NJ. Sources of conflict between work and family roles. Acad Manage Rev 1985;10(1):76-88. https://doi.org/10.2307/258214 DOI: https://doi.org/10.5465/amr.1985.4277352

Miller DA. The ‘sandwich’ generation: adult children of the aging. Social Work 1981;26(5):419-23. https://doi.org/10.1093/sw/26.5.419 DOI: https://doi.org/10.1093/sw/26.5.419

Johnson-Lawrence V, Zajacova A, Sneed R. Education, race/ethnicity, and multimorbidity among adults aged 30–64 in the National Health Interview Survey. SSM Popul Health 2017;3:366-72. https://doi.org/10.1016/j.ssmph.2017.03.007 DOI: https://doi.org/10.1016/j.ssmph.2017.03.007

Costa AK, Bertoldi AD, Fontanella AT, Ramos LR, Arrais PSD, Luiza VL, et al. Existe desigualdade socioeconômica na multimorbidade entre adultos brasileiros? Rev Saúde Pública 2020;54:138. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2020054002569 DOI: https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2020054002569

Ward BW, Schiller JS, Goodman RA. Multiple chronic conditions among US adults: a 2012 update. Prev Chronic Dis 2014;11:E62. https://doi.org/10.5888/pcd11.130389 DOI: https://doi.org/10.5888/pcd11.130389

Keetile M, Navaneetham K, Letamo G. Prevalence and correlates of multimorbidity among adults in Botswana: a cross-sectional study. PLoS One 2020;15(9):e0239334. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0239334 DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0239334

Physical status: the use of and interpretation of anthropometry. Report of a WHO Expert Committee. World Health Organ Tech Rep Ser 1995;854:1-452. PMID: 8594834

World Health Organization. WHO anthroplus for personal computers manual. Software for assessing growth of the world’s children and adolescentes [Internet]. Geneva: World Health Organization; 2009 [acessado em 30 ago. 2020]. Disponível em: http://www.who.int/growthref/tools/

Nascimento RCRM, Álvares J, Guerra Junior AA, Gomes IC, Silveira MR, Costa EA, et al. Polypharmacy: a challenge for the primary health care of the Brazilian Unified Health System. Rev Saúde Pública 2017;51(suppl 2):19s. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2017051007136 DOI: https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2017051007136

Victora CG, Huttly SR, Fuchs SC, Olinto MT. The role of conceptual frameworks in epidemiological analysis: a hierarchical approach. Int J Epidemiol 1997;26(1):224-7. https://doi.org/10.1093/ije/26.1.224 DOI: https://doi.org/10.1093/ije/26.1.224

Institute of Health Metrics And Evaluation. GBD profile Brazil [Internet]. Seattle: Institute of Health Metrics and Evaluation; 2013 [acessado em 29 ago. 2020]. Disponível em: https://www.healthdata.org/sites/default/files/files/country_profiles/GBD/ihme_gbd_country_report_brazil.pdf

Macena WG, Hermano LO, Costa TC. Alterações fisiológicas decorrentes do envelhecimento. Revista Mosaicum 2018;27(27):223-38 DOI: https://doi.org/10.26893/rm.v15i27.64

Shield KD, Parry C, Rehm J. Chronic diseases and conditions related to alcohol use. Alcohol Res 2013;35(2):155-73. PMID: 24881324

US National Cancer Institute. World Health Organization. The economics of tobacco and tobacco control. NCI Tobacco Control Monograph Series 2016;21

Cavalcanti G, Doring M, Portella MR, Bortoluzzi EC, Mascarelo A, Dellani MP. Multimorbidity associated with polypharmacy and negative self-perception of health. Rev Bras Geriatr Gerontol 2017;20(5):634-42. https://doi.org/10.1590/1981-22562017020.170059 DOI: https://doi.org/10.1590/1981-22562017020.170059

Huntley AL, Johnson R, Purdy S, Valderas JM, Salisbury C. Measures of multimorbidity and morbidity burden for use in primary care and community settings: a systematic review and guide. AnnFamMed 2012;10(2):134-41. https://doi.org/10.1370/afm.1363 DOI: https://doi.org/10.1370/afm.1363

Melo LA, Braga LC, Leite FPP, Bittar BF, Oséas JMF, Lima KC. Factors associated with multimorbidity in the elderly: an integrative literature review. Rev Bras Geriatr Gerontol 2019;22(1):e180154. https://doi.org/10.1590/1981-22562019022.180154 DOI: https://doi.org/10.1590/1981-22562019022.180154

Alaba O, Chola L. The social determinants of multimorbidity in South Africa. Int J Equity Health 2013;12:63. https://doi.org/10.1186/1475-9276-12-63 DOI: https://doi.org/10.1186/1475-9276-12-63

Santos MC. Multimorbidade de doenças crônicas não transmissíveis no Brasil: prevalência e associação com indicadores sociodemográficos, de atividade física e de comportamento sedentário em adultos e idosos. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina; 2017.

Publicado

2023-09-29

Como Citar

1.
Albergaria VE, Biffi M, Acrani GO, Lindemann IL. Multimorbidade e fatores associados em adultos usuários da Atenção Primária à Saúde no norte do Rio Grande do Sul. Rev Bras Med Fam Comunidade [Internet]. 29º de setembro de 2023 [citado 3º de julho de 2024];18(45):3504. Disponível em: https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3504

Edição

Seção

Artigos de Pesquisa

Plaudit