Programa Bom Começo para a saúde da criança

identificação populacional de perda da acuidade visual

Autores

  • Ricardo Queiroz Guimarães Hospital de Olhos de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil. https://orcid.org/0000-0001-7600-855X
  • Douglas de Araújo Vilhena Laboratório de Pesquisa Aplicada à Neurociências da Visão – Belo Horizonte (MG), Brasil. https://orcid.org/0000-0003-2670-7963
  • Fabrício Carvalho Soares Instituto Federal de Minas Gerais – Congonhas (MG), Brasil. https://orcid.org/0000-0002-9363-8841
  • Jean Andrade Canestri Laboratório de Pesquisa Aplicada à Neurociências da Visão – Belo Horizonte (MG), Brasil. https://orcid.org/0000-0001-6416-0335
  • Juliana Reis Guimarães Hospital de Olhos de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil. https://orcid.org/0000-0003-2088-4985
  • Márcia Reis Guimarães Hospital de Olhos de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.5712/rbmfc18(45)3549

Palavras-chave:

Acuidade visual, Promoção da saúde, Saúde ocular, Serviços de saúde escolar, Testes visuais.

Resumo

Introdução: As triagens universais da saúde visual de escolares detêm grande relevância do ponto de vista da saúde pública, possibilitando uma intervenção precoce dos casos identificados com deficiência visual que coincide com o período em que o trabalho intensivo de escolarização se inicia. Objetivo: Apresentar dados epidemiológicos populacionais de perdas da acuidade visual de participantes do terceiro ano do Ensino Fundamental. Métodos: Estudo transversal descritivo, com amostragem populacional. Participaram alunos do terceiro ano do Ensino Fundamental (n=422; 8 a 12 anos de idade; M=8,6 anos±0,6; 52% meninas) de todas as escolas municipais de Nova Lima (MG). Utilizou-se o equipamento estereoscópico Keystone Vision para avaliar a acuidade visual para longe e perto, com apresentação binocular e monocular, com oclusão não compressiva de um olho. Resultados: De acordo com os critérios do Ministério da Saúde e da 10ª Revisão da Classificação Estatística Internacional das Doenças e Problemas relacionados à Saúde (CID-10), 31% dos participantes apresentaram perda visual para longe e 37% para perto, em um ou ambos os olhos. Já de acordo com a CID-11, 13% dos participantes apresentaram deficiência na acuidade visual para longe e 17% para perto. Foram encaminhados 9% dos participantes para avaliação oftalmológica. Conclusões: Identificou-se prevalência alta de alterações da saúde visual nos participantes, o que reforça a importância, do ponto de vista da saúde pública, de triagens universais da saúde visual de escolares. Os dados epidemiológicos descritivos gerados podem auxiliar gestores da saúde e educação em tomadas de decisão.

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Publicado

2024-02-05

Como Citar

1.
Guimarães RQ, Vilhena D de A, Soares FC, Canestri JA, Guimarães JR, Guimarães MR. Programa Bom Começo para a saúde da criança: identificação populacional de perda da acuidade visual. Rev Bras Med Fam Comunidade [Internet]. 5º de fevereiro de 2024 [citado 3º de julho de 2024];18(45):3549. Disponível em: https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3549

Edição

Seção

Artigos de Pesquisa

Plaudit