Oferta e ocupação de vagas de residência em medicina de família e comunidade no Brasil, 2020

Autores

  • Leonardo Ferreira Fontenelle Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Medicina Social – Vitória (ES), Brasil. https://orcid.org/0000-0003-4064-433X
  • Lorena Bermudes Permuy Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Programa Mais Médicos – Vila Velha (ES), Brasil. https://orcid.org/0000-0001-8901-4991
  • Dimítria Lengruber Sesquim Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, Coordenação do Curso de Graduação em Medicina – Vitória (ES), Brasil. https://orcid.org/0000-0003-4177-8524
  • Marcelo Santana Vetis Universidade Vila Velha, Coordenação do Curso de Graduação em Medicina – Vila Velha (ES), Brasil. https://orcid.org/0000-0002-4999-6983

DOI:

https://doi.org/10.5712/rbmfc18(45)3637

Palavras-chave:

Brasil, Internato e Residência, Medicina de Família e Comunidade, Organizações

Resumo

Introdução: A ociosidade das vagas é um problema crescente, minando a efetividade da expansão da residência em medicina de família e comunidade no Brasil, expansão essa que se intensificou nos últimos dez anos. Não se sabe até que ponto as vagas ociosas estão sendo efetivamente ofertadas pelos programas de residência. Objetivo: Descrever a oferta e a ocupação de vagas de residência médica em medicina de família e comunidade no Brasil, para estimar até que ponto a não oferta de vagas explica sua ociosidade. Métodos: Obtivemos da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) os dados de um levantamento de programas de residência em 2020, incluindo o número de vagas de primeiro ano (R1) ofertadas e ocupadas. Em seguida, perguntamos aos supervisores dos programas o número de vagas de R1 autorizadas para o mesmo ano e consultamos dados governamentais publicamente disponíveis. Descrevemos a oferta e a ocupação de vagas de residência em função da localização da sede, da natureza jurídica das instituições proponentes e da complementação da bolsa dos residentes. Resultados: Dos 72 programas que responderam ao levantamento da SBMFC, 28 informaram-nos o número de vagas autorizadas. Estes últimos somavam 506 vagas autorizadas, das quais 417 (82%) tinham sido ofertadas. Os 72 programas tinham ofertado ao todo 948 vagas, das quais 651 (69%) tinham sido ocupadas. Entre as vagas ociosas (autorizadas, mas não ocupadas), 42% não tinham sido ofertadas pelos respectivos programas. Este último percentual foi maior na Região Sul; nos programas com sede em municípios de menor porte populacional; nas instituições proponentes estaduais (ou distritais) ou privadas; e em programas sem suplementação da bolsa de residência. Conclusões: Para melhor elucidar os motivos para a ociosidade de vagas de residência em medicina de família e comunidade, futuras pesquisas devem considerar separadamente a oferta e a ocupação das vagas. Da mesma forma, políticas de formação de profissionais para o Sistema Único de Saúde poderiam beneficiar-se do monitoramento da efetiva oferta das vagas autorizadas.

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Biografia do Autor

Leonardo Ferreira Fontenelle, Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Medicina Social – Vitória (ES), Brasil.

Graduado em medicina na UFES, com residência médica em medicina de família e comunidade no HCFMRP/USP, mestrado em saúde na comunidade na mesma instituição e doutorado em epidemiologia na UFPel. Médico de família e comunidade do Departamento de Medicina Social da UFES, analista legislativo em saúde da CMV/ES, membro da diretoria da ACMFC e editor associado da RBMFC.

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Publicado

2023-10-09

Como Citar

1.
Fontenelle LF, Permuy LB, Sesquim DL, Vetis MS. Oferta e ocupação de vagas de residência em medicina de família e comunidade no Brasil, 2020. Rev Bras Med Fam Comunidade [Internet]. 9º de outubro de 2023 [citado 12º de maio de 2024];18(45):3637. Disponível em: https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3637

Edição

Seção

Artigos de Pesquisa

Plaudit