Construindo um ambulatório para a população transgênero

relato de experiência no contexto da Residência de Medicina de Família e Comunidade

Autores

  • Rafael da Silva Machado Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória, Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade – Vitória (ES), Brasil. https://orcid.org/0009-0003-2909-1153
  • Tatiani Almeida Louzado Sant'Anna Fundação Oswaldo Cruz, Mestrado Profissional em Saúde da Família – Rio de Janeiro (RJ), Brasil. https://orcid.org/0000-0001-8273-1672
  • Matheus Magno dos Santos Fim Universidade Federal do Espírito Santo – Vitória (ES), Brasil. https://orcid.org/0000-0002-7986-3444

DOI:

https://doi.org/10.5712/rbmfc18(45)3830

Palavras-chave:

Internato e residência, Serviços de saúde para pessoas transgênero, Pessoas Transgênero, Medicina de família e comunidade, Atenção primária à saúde

Resumo

Problema: Este artigo é um relato de experiência da construção de um ambulatório de hormonização para pessoas transgênero no contexto de um Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade no município de Vitória, Espírito Santo. Entende-se como pessoa transgênero aquela que não se identifica com o gênero atribuído ao nascimento, sendo uma das suas necessidades de saúde a hormonização, que é competência da/o médica/o de família e comunidade e não apenas de especialistas focais. No estado do Espírito Santo havia apenas um serviço público que oferecia a hormonização, mas não acolhia novas/os usuárias/os desde o ano de 2020. Método: Neste contexto surgiu a proposta de ofertar acolhimento e o manejo inicial da demanda de pessoas transgênero, voltados à saúde integral, com foco no processo de hormonização, aproveitando a estrutura existente de uma Unidade de Saúde da Família e médicos residentes. A equipe referida buscou se capacitar com o apoio da gerência local e da Secretaria Municipal de Saúde, ofertando atendimento semanal a partir de maio de 2022. Resultados: Tendo mal completado um ano de atividade, o ambulatório atende mais de cem pacientes e recebe encaminhamentos de outros serviços da rede de saúde e assistência. Conclusão: Com base nessa experiência, afirma-se que os programas de residência médica em Medicina de Família e Comunidade se mostram como espaços potenciais de fomento de construção das políticas públicas para esta população, que historicamente possui barreiras de acesso ao cuidado em saúde.

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Biografia do Autor

Rafael da Silva Machado, Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória, Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade – Vitória (ES), Brasil.

Residente de Medicina de Família e Comunidade pelo Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória (HSCMV) Foco de interesse em Hormonização da População Trans. Médico pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (FM-UFMG) Arquiteto Urbanista graduado pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) Passado de atuação como ator e artista visual, participando de residências artísticas na Alemanha e Argentina, com principal eixo de pesquisa artística sendo os limites nas relações pessoais da contemporaneidade, através de instalações e performances. Acredita na força da transdisciplinaridade na formação do indivíduo.

Tatiani Almeida Louzado Sant'Anna, Fundação Oswaldo Cruz, Mestrado Profissional em Saúde da Família – Rio de Janeiro (RJ), Brasil.

Graduada em Medicina pela UFES Médica de Família e Comunidade pela AMB Ginecologista e Obstetra pela AMB Mestre em Saúde de Família pelo PROFSAUDE/FIOCRUZ-RJ Pós-graduada em Saúde da Família pela UFES Pós-graduada em Saúde da Pessoa Idosa pela UFMA Pós-graduada em Atenção às Pessoas com Sobrepeso e Obesidade pela UFSC Médica da ESF da PMV Preceptora de Internato de Atenção Primária da EMESCAM Preeceptora do Programa de Residência Médica em MFC do HSCMV e da PMV Supervisora médica do Programa QUALIFICA-APS do ICEPi/SESA Supervisora médica do Programa Mais Médicos para o Brasil

Matheus Magno dos Santos Fim, Universidade Federal do Espírito Santo – Vitória (ES), Brasil.

Psicólogo, Mestre em Psicologia Institucional, doutorando em Psicologia Institucional pela UFES. Acupunturista pela Escola Neijing. Desenvolve pesquisa sobre o cuidado e humanização na formação médica. Atuou na clínica, em políticas públicas de assistência social e atualmente é professor universitário.

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Publicado

2023-12-05

Como Citar

1.
Machado R da S, Sant’Anna TAL, Fim MM dos S. Construindo um ambulatório para a população transgênero: relato de experiência no contexto da Residência de Medicina de Família e Comunidade. Rev Bras Med Fam Comunidade [Internet]. 5º de dezembro de 2023 [citado 22º de dezembro de 2024];18(45):3830. Disponível em: https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3830

Edição

Seção

Especial Residência Médica

Plaudit