O planejamento reprodutivo e o uso do contraceptivo de longa permanência na Atenção Primária à Saúde
uma série temporal
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc20(47)4040Palavras-chave:
Education medical, Family development planning, Contraceptive agents, Primary health care, Health status indicatorsResumo
Introdução: Os contraceptivos de longa duração (LARCs, do inglês Long-Acting Reversible Contraceptives) têm se consolidado como pilares do planejamento reprodutivo moderno. Na Atenção Primária à Saúde (APS), os LARCs são ferramentas fundamentais para o cuidado integral à saúde da mulher. O Programa Mais Médicos Campineiro (PMMC), com a inserção de residentes de Medicina de Família e Comunidade (MFC) na rede de saúde, marcou um novo paradigma no cuidado à saúde da mulher na APS de Campinas (SP) a partir de 2020. Objetivo: Avaliar e comparar indicadores relacionados ao planejamento reprodutivo na APS do distrito de Sousas, em Campinas, e no município, na totalidade, antes e após a introdução de residentes de MFC. Métodos: Os dados foram extraídos do sistema Tabnet-Campinas e da ferramenta de Gestão Estratégica de Materiais e Medicamentos (GEMM). As análises abordaram indicadores relacionados ao planejamento reprodutivo e à aquisição e uso de LARCs na APS. Resultados: Houve um aumento de 300% no uso de LARCs em Sousas, acompanhado por redução nas taxas de gravidez na adolescência, aumento na frequência de consultas de pré-natal e melhora no nível de escolaridade materna em Sousas e no município de Campinas em 2022. Conclusões: Observou-se um aumento expressivo no uso de LARCs na APS e uma melhora significativa nos indicadores de planejamento reprodutivo após o início do PMMC em 2020, evidenciando o impacto positivo da inserção de residentes de MFC no sistema de saúde.
Downloads
Métricas
Referências
Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil: Promulgada em 5 de outubro de 1988. 4. ed. São Paulo: Saraiva; 1990.
Scliar M. História do conceito de saúde. Physis. 2007;17(1):29-41. https://doi.org/10.1590/S0103-73312007000100003
Polit DF, Kahn JR. Early subsequent pregnancy among economically disadvantaged teenage mothers. Am J Public Health.
1986;76(2):167-71. https://doi.org/10.2105/ajph.76.2.167
Campos GW de S, Amaral MA do. A clínica ampliada e compartilhada, a gestão democrática e redes de atenção como referenciais teórico-operacionais para a reforma do hospital. Ciênc Saúde Coletiva. 2007;12(4):849-59. https://doi. org/10.1590/S1413-81232007000400007
Cook J, Waddington A, Black D, Costescu D, Desjardins D, Duchesne E, et al. Intrauterine contraception: knowledge and prescribing practices of Canadian health care providers. J Obstet Gynaecol Can. 2019;41(8):1084-92. https://doi. org/10.1016/j.jogc.2018.11.027
Abrahão CEC, Coordenação Executiva e Colegiado Interinstitucional. Programa Mais Médicos Campineiro (PMMC) [Internet]. 2020 [acessado em 18 jan. 2023]. Disponível em: https://saude.campinas.sp.gov.br/programas/mais_medicos_campineiro/ index.htm
Marchesini IG. IBGE: relatório de informações sociais do município de Campinas. 2015.
Sundaram A, Vaughan B, Kost K, Bankole A, Finer L, Singh S, et al. Contraceptive failure in the United States: estimates from the 2006-2010 national survey of family growth: contraceptive failure rates in the U.S. Perspect Sex Reprod Health. 2017;49(1):7-16. https://doi.org/10.1363/psrh.12017
Cecatti JG, Correa-Silva EPB, Milanez H, Morais SS, Souza JP. The associations between inter-pregnancy interval and maternal and neonatal outcomes in Brazil. Matern Child Health J. 2008;12(2):275-81. https://doi.org/10.1007/s10995-007- 0219-y
Tatum HJ, Schmidt FH, Jain AK. Management and outcome of pregnancies associated with the Copper T intrauterine
contraceptive device. Am J Obstet Gynecol. 1976;126(7):869-79. https://doi.org/10.1016/0002-9378(76)90675-x
Rodrigues GA, Alves VH, Rodrigues DP, Pereira AV, Marchiori GRS, Oliveira MLB, et al. Reproductive planning and insertion of intrauterine devices by physicians and nurses in Brazil. Cogitare Enferm. 2023;28:e90554. https://doi.org/10.1590/ ce.v28i0.90554
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 13, de 19 de abril de 2021. Torna pública a decisão de incorporar o implante subdérmico de etonogestrel, condicionada à criação de programa específico, na prevenção da gravidez não planejada para mulheres em idade fértil: em situação de rua; com HIV/AIDS em uso de dolutegravir; em uso de talidomida; privadas de liberdade; trabalhadoras do sexo; e em tratamento de tuberculose em uso de aminoglicosídeos, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS. Diário Oficial da União 2021.
Kavanaugh ML, Jerman J, Hubacher D, Kost K, Finer LB. Characteristics of women in the United States who use long-acting reversible contraceptive methods. Obstet Gynecol. 2011;117(6):1349-57. https://doi.org/10.1097/AOG.0b013e31821c47c9
Moura ERF, Silva RM, Galvão MTG. Dinâmica do atendimento em planejamento familiar no Programa Saúde da Família no
Brasil. Cad Saúde Pública. 2007;23(4):961-70. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2007000400023
Gonzaga VAS, Borges ALV, dos Santos OA, Rosa PLFS, Gonçalves RFS. Barreiras organizacionais para disponibilização e inserção do dispositivo intrauterino nos serviços de atenção básica à saúde. Rev Esc Enferm USP. 2017;51:4-6. https://doi. org/10.1590/S1980-220X2016046803270
Brufatto JPT, Dias TM, D’abreu NB, Rehder PM. Reproductive planning and the choice of long-acting reversible contraceptive primary to health: a cross-sectional study. Rev Bras Ginecol Obstet. 2023;45(8):e456-64. https://doi. org/10.1055/s-0043-1772188
Campinas. Secretaria Municipal de Saúde. TabNet – Banco de Dados do Sistema de Informação em Saúde [Internet]. Campinas: Prefeitura de Campinas [acessado em 30 nov. 2022]. Disponível em: https://saude.campinas.sp.gov.br/tabnet- home/index.htm
Lourau R. Implicação e sobreimplicação. In: Altoé S (Ed.). Analista institucional em tempo integral. São Paulo: Hucitec; 2004.
p. 186-98.
Monceau G. Analyser ses implications dans l´institution scientifique: une voie alternative. Estud Pesqu Psicol. 2010;10(1):13-
30. https://doi.org/10.12957/epp.2010.9015
Veiga-Neto A, Lopes MC. Para pensar de outros modos a modernidade pedagógica. Educ Temática Digit. 2010;12(1):147.
https://doi.org/10.20396/etd.v12i1.846
Martinez EZ, Roza DL da, Caccia-Bava M do CGG, Achcar JA, Dal-Fabbro AL. Gravidez na adolescência e características socioeconômicas dos municípios do Estado de São Paulo, Brasil: análise espacial. Cad Saúde Pública. 2011;27(5):855-67. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2011000500004
Fernandes Bolina A, Rodrigues RAP, Tavares DM dos S, Haas VJ. Factors associated with the social, individual and programmatic vulnerability of older adults living at home. Rev Esc Enferm USP. 2019;53:e03429. https://doi.org/10.1590/ S1980-220X2017050103429
Donabedian A. Evaluating the quality of medical care. Milbank Q. 2005;83(4):691-729. https://doi.org/10.1111/j.1468-
0009.2005.00397.x
Birgisson NE, Zhao Q, Secura GM, Madden T, Peipert JF. Preventing unintended pregnancy: the Contraceptive CHOICE
Project in review. J Womens Health. 2015;24(5):349-53. https://doi.org/10.1089/jwh.2015.5191
Secura GM, Allsworth JE, Madden T, Mullersman JL, Peipert JF. The Contraceptive CHOICE Project: reducing barriers to long- acting reversible contraception. Am J Obstet Gynecol. 2010;203(2):115.e1-e7. https://doi.org/10.1016/j.ajog.2010.04.017
Bergin A, Tristan S, Terplan M, Gilliam ML, Whitaker AK. A missed opportunity for care: two-visit IUD insertion protocols inhibit placement. Contraception. 2012;86(6):694-7. https://doi.org/10.1016/j.contraception.2012.05.011
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher. Brasília: Ministério da Saúde; 2002.
Gomes DF, Barroso MGT, Cunha MS, Mesquita RB, Carvalho Filho FS, Silva MRF et al., editores. Transformações das
residências multiprofissionais em saúde [recurso eletrônico]. Sobral: Edições UVA; 2020.
Farias TCB. Formação interdisciplinar: contribuições da Residência Multiprofissional em Saúde [tese de doutorado em
Educação, Arte e História da Cultura]. São Paulo: Universidade Presbiteriana Mackenzie; 2016.
Cunha GT. Grupos Balint Paideia: uma contribuição para a co-gestão e a clínica ampliada na atenção básica [tese de
doutorado]. Campinas; 2009.
Campos GW de S, Guerrero AVP. Manual de práticas de atenção básica: saúde ampliada e compartilhada. São Paulo: Aderaldo e Rothschild; 2008.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 João Paulo Turri Brufatto, Thais Machado Dias, Natália Bortoletto D’Abreu, Patricia Moretti Rehder

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Ao submeterem um manuscrito à RBMFC, os autores mantêm a titularidade dos direitos autorais sobre o artigo, e autorizam a RBMFC a publicar esse manuscrito sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 e identificar-se como veículo de sua publicação original.