Dispositivo intrauterino de cobre na Atenção Primária à Saúde

matriciamento e capacitação de médicos em Londrina (PR)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5712/rbmfc19(46)4236

Palavras-chave:

Dispositivos Intrauterinos de Cobre, Planejamento familiar, Direito reprodutivo, Atenção Primária à Saúde.

Resumo

Problema: Gestações não planejadas ocorrem ao menos uma vez em cerca de metade das mulheres em idade reprodutiva. Um fator contribuinte é a insegurança de médicos que atuam na Atenção Primária à Saúde (APS) a respeito da inserção do dispositivo intrauterino (DIU) de cobre. Este trabalho objetivou relatar a experiência da capacitação de médicos para inserção do DIU de cobre, verificar com eles se houve benefício nas suas práticas clínicas, discorrer sobre o cenário atual de inserção do DIU de cobre no município e fazer um breve relato do feedback das usuárias que foram beneficiadas. Métodos: Relato de experiência em que foram realizados matriciamentos teóricos e capacitação prática, nas próprias unidades básicas de saúde (UBSs), de médicos que atuam na APS do município de Londrina (PR). A análise qualitativa foi objetiva por meio de formulário online, respondido pelos profissionais, e relatos verbais das usuárias. Resultados: A pesquisa envolveu 17 médicos e 94 usuárias com uma média de 5,6 inserções de DIU por médico. Após o término do estudo, 84 continuaram usando o dispositivo. Dos 16 médicos que responderam o formulário, todos relataram benefícios no conhecimento teórico e prática clínica, com três se sentindo totalmente seguros para a inserção do DIU. No município, foram dispensados 598 DIUs em 2023, com 45,5% provenientes deste estudo. O feedback das pacientes foi positivo, expressando intenção de divulgar o método. Conclusões: Estudos futuros podem analisar o impacto nos indicadores de saúde do município. A continuação das capacitações para residentes é uma possibilidade. O fortalecimento da oferta do DIU faz parte de um projeto de emancipação para adolescentes e mulheres, dada sua influência na autonomia. É crucial que o DIU esteja disponível nas UBSs devido à proximidade com a comunidade e facilidade de acesso.

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Biografia do Autor

Flora Mestre Passini, Autarquia Municipal de Saúde de Londrina – Londrina (PR), Brasil.

Médica pela Universidade do Estadual de Londrina (2019).

Residência em Medicina  de Família e Comunidade pela Autarquia Municipal de Saúde de Londrina (2022).

Beatriz Zampar, Universidade Estadual de Londrina – Londrina (PR), Brasil.

Médica pela Universidade Estadual de Ponta Grossa/UEPG (2015). Residência em Medicina de Família e Comunidade pela Autarquia Municipal de Saúde de Londrina/PR (2018). Pós-graduada em Preceptoria Clínica em Medicina de Família e Comunidade pela UNASUS/UFCSPA (2018). Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Londrina/UEL (2020). Pós-graduada em Cuidados Paliativos pela PUCPR - Campus Londrina e pela Casa do Cuidar (2021). Pós-graduada em Psiquiatria pelo Centro Universitário Filadélfia (2022). Pós-graduada em Psiquiatria Infantil - Saúde da criança e adolescência pelo Centro Universitário Filadélfia (2023). Doutoranda em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Supervisora da Residência em Medicina de Família e Comunidade de Londrina, Docente do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Estadual de Londrina. Presidente do Instituto Palliare Londrina. Diretora do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva.

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Publicado

2024-12-10

Como Citar

1.
Faria ME, Passini FM, Zampar B, santos MM dos. Dispositivo intrauterino de cobre na Atenção Primária à Saúde: matriciamento e capacitação de médicos em Londrina (PR). Rev Bras Med Fam Comunidade [Internet]. 10º de dezembro de 2024 [citado 21º de dezembro de 2024];19(46):4236. Disponível em: https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4236

Edição

Seção

Especial Residência Médica

Plaudit