Desafios da interprofissionalidade no Programa de Aperfeiçoamento Multiprofissional de Preceptores da Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde

avaliação da estrutura curricular e estratégias pedagógicas

Autores

  • Márcio Flávio Moura de Araújo Fundação Oswaldo Cruz Ceará – Fortaleza (CE), Brasil. https://orcid.org/0000-0001-8832-8323
  • Diego Diz Ferreira Universidade Federal de Santa Catarina – Florianópolis (SC), Brasil. https://orcid.org/0000-0002-4639-5242
  • Marina Marina Bastos Paim Universidade do Planalto Catarinense – Florianópolis (SC), Brasil. https://orcid.org/0000-0003-3456-5598
  • Maria Fernanda Vásquez Valencia Universidad de Antioquia – Medelin (Antioquia), Colômbia. https://orcid.org/0000-0001-5165-5646
  • Michelle Juliana Pereira da Silva Fundação Oswaldo Cruz Pernambuco – Recife (PE), Brasil. https://orcid.org/0009-0004-4357-532X
  • Alysson Feliciano Lemos Secretaria Executiva/Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde – Brasília (DF), Brasil. https://orcid.org/0000-0002-1714-4532
  • Kellen Cristina da Silva Gasque Secretaria Executiva/Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde / Fundação Oswaldo Cruz Brasília – Brasília (DF), Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.5712/rbmfc19(46)4463

Palavras-chave:

Educação interprofissional, Preceptoria, Atenção Primária à Saúde, Práticas Interdisciplinares.

Resumo

Introdução: O Programa de Aperfeiçoamento Multiprofissional de Preceptores da Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UNA-SUS), lançado em 2022, visa fortalecer a formação de preceptores multiprofissionais e promover práticas colaborativas fundamentadas nos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). Este estudo analisou os desafios da interprofissionalidade na primeira edição do programa. Objetivo: Avaliar os desafios da interprofissionalidade no Programa de Aperfeiçoamento Multiprofissional de Preceptores da UNA-SUS, com foco na análise da estrutura curricular e das estratégias pedagógicas adotadas. Métodos: Estudo de avaliação realizado entre 2022 e 2023, utilizando abordagem mista. A amostra incluiu preceptores que concluíram os 22 cursos do programa, com participação de 16.617 pessoas na fase quantitativa e 392 na fase qualitativa. Os dados foram coletados por meio de enquetes, questionários eletrônicos, grupos focais e análise documental. A análise quantitativa utilizou o software gratuito Jamovi versão 1.6, enquanto os dados qualitativos foram analisados com o Atlas.ti versão 23. Resultados: A análise revelou predomínio de profissionais do sexo feminino (81,2%) e que a maioria dos cursistas (40%) trabalhava em serviços hospitalares. A estrutura curricular foi considerada adequada para o alcance dos objetivos de aprendizagem, mas apresentou limitações na aplicação prática dos conteúdos em cenários fora da atenção primária. A centralidade do profissional médico nos cursos foi uma fragilidade identificada, o que contraria os princípios da interprofissionalidade. Conclusões: Os resultados sugerem a necessidade de revisão do programa para promover uma abordagem interprofissional mais robusta. Recomenda-se a revisão curricular para diversificar os cenários de prática e equalizar a representação das diferentes categorias profissionais, bem como a adaptação das estratégias pedagógicas para incluir uma variedade mais ampla de personagens e contextos profissionais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

Ribeiro AA, Giviziez CR, Coimbra EAR, Santos JDD dos, Pontes JEM de, Luz NF, et al. Interprofissionalidade na atenção primária: intencionalidades das equipes versus realidade do processo de trabalho. Esc Anna Nery 2022;26:e20210141. DOI: https://doi.org/10.1590/2177-9465-ean-2021-0141

Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União. 2017 Sept 22;183(seção 1):68.

Institute of Medicine (US). The Future of Nursing: Leading Change, Advancing Health. Washington (DC): National Academies Press; 2011. https://doi.org/10.17226/12956 DOI: https://doi.org/10.17226/12956

Reeves S, Fletcher S, Barr H, Birch I, Boet S, Davies N, et al. A BEME systematic review of the effects of interprofessional education: BEME Guide No. 39. Med Teach 2016;38(7):656-68. https://doi.org/10.3109/0142159X.2016.1173663 DOI: https://doi.org/10.3109/0142159X.2016.1173663

Barr H, Koppel I, Reeves S, Hammick M, Freeth D. Effective interprofessional education: argument, assumption and evidence. John Wiley & Sons; 2005. DOI: https://doi.org/10.1002/9780470776445

Sangaleti C, Schveitzer MC, Peduzzi M, Zoboli ELCP, Soares CB. Experiences and shared meaning of teamwork and interprofessional collaboration among health care professionals in primary health care settings: a systematic review. JBI Database System Rev Implement Rep 2017;15(11):2723-88. https://doi.org/10.11124/JBISRIR-2016-003016 DOI: https://doi.org/10.11124/JBISRIR-2016-003016

Thistlethwaite J. Interprofessional education: a review of context, learning and the research agenda. Med Educ 2012;46(1):58-70. https://doi.org/10.1111/j.1365-2923.2011.04143.x DOI: https://doi.org/10.1111/j.1365-2923.2011.04143.x

Curran VR, Sharpe D, Forristall J, Flynn K. Student satisfaction and perceptions of small group process in case-based interprofessional learning. Med Teach 2008;30(4):431-3. https://doi.org/10.1080/01421590802047323 DOI: https://doi.org/10.1080/01421590802047323

Gilbert JHV, Yan J, Hoffman SJ. A WHO report: framework for action on interprofessional education and collaborative practice. J Allied Health 2010;39 Suppl 1:196-7. PMID: 21174039

Yannoulas SC, organizador. Trabalhadoras: análise da feminização das profissões e ocupações. Brasília: Abaré; 2013. 302 p.

Frenk J, Chen L, Bhutta ZA, Cohen J, Crisp N, Evans T, et al. Health professionals for a new century: transforming education to strengthen health systems in an interdependent world. Lancet 2010;376(9756):1923-58. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(10)61854-5 DOI: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(10)61854-5

D’Amour D, Oandasan I. Interprofessionality as the field of interprofessional practice and interprofessional education: an emerging concept. J Interprof Care 2005;19 Suppl 1:8-20. https://doi.org/10.1080/13561820500081604 DOI: https://doi.org/10.1080/13561820500081604

Reeves S, Perrier L, Goldman J, Freeth D, Zwarenstein M. Interprofessional education: effects on professional practice and healthcare outcomes (update). Cochrane Database Syst Rev 2013;2013(3):CD002213. https://doi.org/10.1002/14651858.CD002213.pub3 DOI: https://doi.org/10.1002/14651858.CD002213.pub3

Kirkpatrick DL, Kirkpatrick JD. Evaluating training programs: The four levels. 3rd ed. San Francisco: Berrett-Koehler Publishers; 2006.

Downloads

Publicado

2025-02-08

Como Citar

1.
Araújo MFM de, Ferreira DD, Paim MMB, Valencia MFV, Silva MJP da, Lemos AF, Gasque KC da S. Desafios da interprofissionalidade no Programa de Aperfeiçoamento Multiprofissional de Preceptores da Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde: avaliação da estrutura curricular e estratégias pedagógicas . Rev Bras Med Fam Comunidade [Internet]. 8º de fevereiro de 2025 [citado 21º de fevereiro de 2025];19(46):4463. Disponível em: https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4463

Edição

Seção

Especial Rede UNASUS

Plaudit