Dificuldades dos médicos que atuam na Estratégia Saúde da Família de Minas Gerais para proverem atenção à saúde das mulheres
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc9(30)550Palavras-chave:
Saúde da Família, Competência Clínica, Medicina de Família e Comunidade, Atenção Primária à Saúde, Educação MédicaResumo
Objetivo: Avaliar as dificuldades de médicos da Estratégia Saúde da Família (ESF) para proverem assistência à saúde das mulheres em todos os estágios de suas vidas. Métodos: Foi aplicado questionário semiestruturado a 203 médicos que atuam na ESF, em três regiões do Estado de Minas Gerais, com questões específicas relativas à atenção à saúde da mulher: prevenção do câncer do colo e das mamas, cuidado pré-natal e no puerpério, cuidados à saúde reprodutiva e atenção à saúde no climatério. Resultados: O motivo mais comum para serem médicos da ESF foi o interesse em trabalhar na Atenção Primária à Saúde (38,4%). As dificuldades mais frequentes foram atender mulheres no climatério (61,9%) e prover atenção à saúde reprodutiva (41,9%). Comparando os médicos segundo o tempo de formação, verificou-se que os mais jovens (com até três anos de formação) apresentaram mais dificuldades em prover todos os tipos de cuidados à saúde das mulheres. A análise multivariada confirmou as limitações dos médicos mais jovens no atendimento ao climatério (p<0,009) e a sua baixa participação em atividades educativas voltadas para as mulheres (p<0,021). Conclusões: Os médicos mais jovens apresentaram mais dificuldades específicas em todos os tipos de cuidados à saúde das mulheres e menor participação em atividades educativas. Presume-se que as dificuldades desses médicos estejam ligadas a deficiências na sua formação durante a graduação e à escassa participação nas ações programáticas de atenção à saúde das mulheres.
Downloads
Métricas
Referências
Vasconcelos FGA, Zaniboni MRG. Dificuldades do trabalho médico no PSF. Ciênc Saúde Coletiva. 2011; 16(Supl. 1): 1494-1504. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011000700085 DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-81232011000700085
Falk JW, Gusso G, Lopes JMC. Medicina de Família e Comunidade com Especialidade Médica e Profissão. In: Gusso G, Lopes JMC. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: princípios, formação e prática. Porto Alegre: Artmed; 2012. p. 12-16.
World Health Organization (WHO). Relatório da Conferência Internacional sobre Cuidados de Saúde Primários (Internet). Declaração de Alma-Ata: 1978. [online] [acesso em 2012]. Disponível em: http://www.saudepublica.web.pt/05-promocaosaude/Dec_Alma-Ata.htm
Rodrigues RN, Anderson MIP. Saúde da Família: uma estratégia necessária. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2011; 6(18): 21-24. http://dx.doi.org/10.5327/Z1809-59092011001800006 DOI: https://doi.org/10.5327/Z1809-59092011001800006
Sampaio LFR, Mendonça CS, Lermen N Jr. Atenção Primária à Saúde no Brasil. In: Gusso G, Lopes JMC. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: princípios, formação e prática. Porto Alegre: Artmed; 2012. p. 28-41.
Escorel S, Giovanella L, Mendonça MHM, Senna MCM. O Programa de Saúde da Família e a construção de um novo modelo para a atenção básica no Brasil. Rev Panam Salud Publica. 2007; 21(2): 164-176. http://dx.doi.org/10.1590/S1020-49892007000200011 DOI: https://doi.org/10.1590/S1020-49892007000200011
Secretaria de Estado de Saúde (MG). Deliberação CIB-SUS/MG nº 180, 26 de julho de 2005. [on line] [acesso 2012]. Minas Gerais; 2005. Disponível em: http://www.saude.mg.gov.br/atos_normativos/deliberacoes/2005/del_180.pdf
Minas Gerais. Saúde. Cumprimento antecipado dos Objetivos do Milênio. [Online] [acesso em 2013]. Disponível em: http://www.mg.gov.br/governomg/portal/c/governomg/conheca-minas/minas-em-numeros/12435-saude/517077-resultados-do-governo-de-minas-na-gestao-antonio-anastasia-saude/5146/5044
Ministério da Saúde (BR). Diretrizes do NASF: Núcleo de Apoio Saúde da Família. Brasília: Ministério da Saúde; 2010. (Cadernos de Atenção Básica, n. 27) (Série A. Normas e Manuais Técnicos). Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad27.pdf
Harris M, Haines A. Brazil’s Family Health Programme. Editorial. BMJ 2010; 341:c4945. PMid:21115587. http://dx.doi.org/10.1136/bmj.c4945 DOI: https://doi.org/10.1136/bmj.c4945
Mendonça MHM, Martins MIC, Giovanella L, Escorel S. Desafios para gestão do trabalho a partir de experiências exitosas de expansão da Estratégia de Saúde da Família. Ciênc Saúde Coletiva. 2010; 15(5): 2355-2365. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232010000500011 DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-81232010000500011
Anderson MIP, Demarzo MMP, Rodrigues RD. A Medicina de Família e Comunidade, a Atenção Primária à Saúde e o Ensino de Graduação: recomendações e potencialidades. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2007; 3(11): 157-72. DOI: https://doi.org/10.5712/rbmfc3(11)334
Campos CVA, Malik AM. Satisfação no trabalho e rotatividade dos médicos do Programa de Saúde da Família. RAP. 2008; 42(2): 347-68.
Ministério da Saúde (BR). Saúde da Família: avaliação da implementação em dez grandes centros urbanos: síntese dos principais resultados. 2. ed. atual. Brasília: Ministério da Saúde, 2005. (Série C. Projetos, Programas e Relatórios). Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/miolo_saude_familia.pdf
Ronzani TM, Van Stralen CJ. Dificuldades de Implantação do Programa de Saúde da Família como Estratégia de Reforma do Sistema de Saúde Brasileiro. Rev APS. 2003; 6(2): 99-107. Disponível em: http://www.ufjf.br/nates/files/2009/12/Gerencia2.pdf
Anderson MIP, Gusso G, Castro ED Fº. Medicina de Família e Comunidade: especialistas em integralidade. Rev APS. 2005; 8(1): 61-67. Disponível em: http://www.ufjf.br/nates/files/2009/12/FamiliaComun.pdf
Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró–Saúde). [on line] [acesso em 2012]. Disponível em: http://www.prosaude.org/
Silvério JB. Programa de educação permanente para médicos de família. Rev Med Minas Gerais. 2008; 18(Supl 4): S60-S66. Disponível em: http://rmmg.medicina.ufmg.br/index.php/rmmg/article/viewArticle/104
Ministério da Saúde (BR). Rastreamento. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Primária n. 29). Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad29.pdf
Secretaria de Estado de Saúde (MG). Atenção ao pré-natal, parto e puerpério: protocolo Viva Vida. 2 ed. Belo Horizonte: SAS/SES, 2006. 84 p. [Online] [acesso em 2013]. Disponível em: https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2016.pdf
Ciuffo RS, Ribeiro VMB. Sistema Único de Saúde e a formação dos médicos: um diálogo possível? Interface Comunicação Saúde Educação. 2008; 12(24): 125-40. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-32832008000100010 DOI: https://doi.org/10.1590/S1414-32832008000100010
Ministério da Educação (BR). Conselho Nacional de Educação, Câmara de Educação Superior. Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina. Homologada em 03/10/2001, Parecer CES 1.133/2001. Resolução CNE/CES nº 4, de 7/11/2001. Brasilia: Ministério da Educação; 2001. [on line] [acesso em 2011]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES04.pdf
Canadian Task Force on Preventive Health Care. Screening for Breast Cancer. Clinical Breast Exam. [online] [acesso em 2013]. Disponível em: http://canadiantaskforce.ca/guidelines/2011-breast-cancer/
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Manual de Orientação - Climatério. São Paulo: FEBRASGO; 2010 [acesso em 2013 Abr 13]. Disponível em: http:// www.febrasco.org.br
Sociedade Brasileira de Cardiologia. Associação Brasileira do Climatério. I Diretriz brasileira sobre prevenção de doenças cardiovasculares em mulheres climatéricas e a influência da terapia de reposição hormonal (TRH). Arq Bras Cardiol. 2008; 91(1 supl.1): 1-23. Disponível em: http://www.ipgs.com.br/cursos/documents/2008_Diretriz_Prevenc%E3o_Doencas_Cardiovasculares_Mulheres_Climatericas.pdf
Demarzo MMP, Almeida RCC, Marins JJN, Trindade TG, Anderson MIP, Stein AT et al. Diretrizes para o ensino na Atenção Primária à Saúde na graduação em Medicina. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2011; 6(19): 145-50. 20-22. http://dx.doi.org/10.5712/rbmfc6(19)116 DOI: https://doi.org/10.5712/rbmfc6(19)116
Montekio VB, Medina G, Aquino R. Sistema de salud de Brasil. Salud Pública México. 2011; 53(Supl 2): S120-S131. 21-23. Disponível em: http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0036-36342011000800008&lng=es.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Ao submeterem um manuscrito à RBMFC, os autores mantêm a titularidade dos direitos autorais sobre o artigo, e autorizam a RBMFC a publicar esse manuscrito sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 e identificar-se como veículo de sua publicação original.