Dificuldades dos médicos que atuam na Estratégia Saúde da Família de Minas Gerais para proverem atenção à saúde das mulheres

Autores

  • Victor Hugo Melo Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Belo Horizonte, MG
  • Suzana Maria Pires do Rio Faculdade de Medicina de Barbacena (FAME). Barbacena, MG
  • Rosuita Fratari Bonito Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Uberlândia, MG
  • Claudia Teixeira Costa Lodi Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG). Belo Horizonte, MG
  • Maria Tereza Mohallem Fonseca Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Belo Horizonte, MG
  • Eliana Amaral Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas, SP

DOI:

https://doi.org/10.5712/rbmfc9(30)550

Palavras-chave:

Saúde da Família, Competência Clínica, Medicina de Família e Comunidade, Atenção Primária à Saúde, Educação Médica

Resumo

Objetivo: Avaliar as dificuldades de médicos da Estratégia Saúde da Família (ESF) para proverem assistência à saúde das mulheres em todos os estágios de suas vidas. Métodos: Foi aplicado questionário semiestruturado a 203 médicos que atuam na ESF, em três regiões do Estado de Minas Gerais, com questões específicas relativas à atenção à saúde da mulher: prevenção do câncer do colo e das mamas, cuidado pré-natal e no puerpério, cuidados à saúde reprodutiva e atenção à saúde no climatério. Resultados: O motivo mais comum para serem médicos da ESF foi o interesse em trabalhar na Atenção Primária à Saúde (38,4%). As dificuldades mais frequentes foram atender mulheres no climatério (61,9%) e prover atenção à saúde reprodutiva (41,9%). Comparando os médicos segundo o tempo de formação, verificou-se que os mais jovens (com até três anos de formação) apresentaram mais dificuldades em prover todos os tipos de cuidados à saúde das mulheres. A análise multivariada confirmou as limitações dos médicos mais jovens no atendimento ao climatério (p<0,009) e a sua baixa participação em atividades educativas voltadas para as mulheres (p<0,021). Conclusões: Os médicos mais jovens apresentaram mais dificuldades específicas em todos os tipos de cuidados à saúde das mulheres e menor participação em atividades educativas. Presume-se que as dificuldades desses médicos estejam ligadas a deficiências na sua formação durante a graduação e à escassa participação nas ações programáticas de atenção à saúde das mulheres.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Victor Hugo Melo, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Belo Horizonte, MG

PROFESSOR ASSOCIADO DO DEPARTAMENTO DE GINECOLOGIA E OBSTETRICIA, DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS.

 

Suzana Maria Pires do Rio, Faculdade de Medicina de Barbacena (FAME). Barbacena, MG

Professora da Faculdade de Medicina de Barbacena, Minas Gerais.

Rosuita Fratari Bonito, Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Uberlândia, MG

Professora Assistente, Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, Minas Gerais.

Claudia Teixeira Costa Lodi, Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG). Belo Horizonte, MG

Professora da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais.

Maria Tereza Mohallem Fonseca, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Belo Horizonte, MG

Professora Adjunta da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais.

Eliana Amaral, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas, SP

Professora Associada e Livre Docente, Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo

Referências

Vasconcelos FGA, Zaniboni MRG. Dificuldades do trabalho médico no PSF. Ciênc Saúde Coletiva. 2011; 16(Supl. 1): 1494-1504. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011000700085 DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-81232011000700085

Falk JW, Gusso G, Lopes JMC. Medicina de Família e Comunidade com Especialidade Médica e Profissão. In: Gusso G, Lopes JMC. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: princípios, formação e prática. Porto Alegre: Artmed; 2012. p. 12-16.

World Health Organization (WHO). Relatório da Conferência Internacional sobre Cuidados de Saúde Primários (Internet). Declaração de Alma-Ata: 1978. [online] [acesso em 2012]. Disponível em: http://www.saudepublica.web.pt/05-promocaosaude/Dec_Alma-Ata.htm

Rodrigues RN, Anderson MIP. Saúde da Família: uma estratégia necessária. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2011; 6(18): 21-24. http://dx.doi.org/10.5327/Z1809-59092011001800006 DOI: https://doi.org/10.5327/Z1809-59092011001800006

Sampaio LFR, Mendonça CS, Lermen N Jr. Atenção Primária à Saúde no Brasil. In: Gusso G, Lopes JMC. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: princípios, formação e prática. Porto Alegre: Artmed; 2012. p. 28-41.

Escorel S, Giovanella L, Mendonça MHM, Senna MCM. O Programa de Saúde da Família e a construção de um novo modelo para a atenção básica no Brasil. Rev Panam Salud Publica. 2007; 21(2): 164-176. http://dx.doi.org/10.1590/S1020-49892007000200011 DOI: https://doi.org/10.1590/S1020-49892007000200011

Secretaria de Estado de Saúde (MG). Deliberação CIB-SUS/MG nº 180, 26 de julho de 2005. [on line] [acesso 2012]. Minas Gerais; 2005. Disponível em: http://www.saude.mg.gov.br/atos_normativos/deliberacoes/2005/del_180.pdf

Minas Gerais. Saúde. Cumprimento antecipado dos Objetivos do Milênio. [Online] [acesso em 2013]. Disponível em: http://www.mg.gov.br/governomg/portal/c/governomg/conheca-minas/minas-em-numeros/12435-saude/517077-resultados-do-governo-de-minas-na-gestao-antonio-anastasia-saude/5146/5044

Ministério da Saúde (BR). Diretrizes do NASF: Núcleo de Apoio Saúde da Família. Brasília: Ministério da Saúde; 2010. (Cadernos de Atenção Básica, n. 27) (Série A. Normas e Manuais Técnicos). Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad27.pdf

Harris M, Haines A. Brazil’s Family Health Programme. Editorial. BMJ 2010; 341:c4945. PMid:21115587. http://dx.doi.org/10.1136/bmj.c4945 DOI: https://doi.org/10.1136/bmj.c4945

Mendonça MHM, Martins MIC, Giovanella L, Escorel S. Desafios para gestão do trabalho a partir de experiências exitosas de expansão da Estratégia de Saúde da Família. Ciênc Saúde Coletiva. 2010; 15(5): 2355-2365. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232010000500011 DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-81232010000500011

Anderson MIP, Demarzo MMP, Rodrigues RD. A Medicina de Família e Comunidade, a Atenção Primária à Saúde e o Ensino de Graduação: recomendações e potencialidades. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2007; 3(11): 157-72. DOI: https://doi.org/10.5712/rbmfc3(11)334

Campos CVA, Malik AM. Satisfação no trabalho e rotatividade dos médicos do Programa de Saúde da Família. RAP. 2008; 42(2): 347-68.

Ministério da Saúde (BR). Saúde da Família: avaliação da implementação em dez grandes centros urbanos: síntese dos principais resultados. 2. ed. atual. Brasília: Ministério da Saúde, 2005. (Série C. Projetos, Programas e Relatórios). Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/miolo_saude_familia.pdf

Ronzani TM, Van Stralen CJ. Dificuldades de Implantação do Programa de Saúde da Família como Estratégia de Reforma do Sistema de Saúde Brasileiro. Rev APS. 2003; 6(2): 99-107. Disponível em: http://www.ufjf.br/nates/files/2009/12/Gerencia2.pdf

Anderson MIP, Gusso G, Castro ED Fº. Medicina de Família e Comunidade: especialistas em integralidade. Rev APS. 2005; 8(1): 61-67. Disponível em: http://www.ufjf.br/nates/files/2009/12/FamiliaComun.pdf

Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró–Saúde). [on line] [acesso em 2012]. Disponível em: http://www.prosaude.org/

Silvério JB. Programa de educação permanente para médicos de família. Rev Med Minas Gerais. 2008; 18(Supl 4): S60-S66. Disponível em: http://rmmg.medicina.ufmg.br/index.php/rmmg/article/viewArticle/104

Ministério da Saúde (BR). Rastreamento. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Primária n. 29). Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad29.pdf

Secretaria de Estado de Saúde (MG). Atenção ao pré-natal, parto e puerpério: protocolo Viva Vida. 2 ed. Belo Horizonte: SAS/SES, 2006. 84 p. [Online] [acesso em 2013]. Disponível em: https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2016.pdf

Ciuffo RS, Ribeiro VMB. Sistema Único de Saúde e a formação dos médicos: um diálogo possível? Interface Comunicação Saúde Educação. 2008; 12(24): 125-40. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-32832008000100010 DOI: https://doi.org/10.1590/S1414-32832008000100010

Ministério da Educação (BR). Conselho Nacional de Educação, Câmara de Educação Superior. Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina. Homologada em 03/10/2001, Parecer CES 1.133/2001. Resolução CNE/CES nº 4, de 7/11/2001. Brasilia: Ministério da Educação; 2001. [on line] [acesso em 2011]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES04.pdf

Canadian Task Force on Preventive Health Care. Screening for Breast Cancer. Clinical Breast Exam. [online] [acesso em 2013]. Disponível em: http://canadiantaskforce.ca/guidelines/2011-breast-cancer/

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Manual de Orientação - Climatério. São Paulo: FEBRASGO; 2010 [acesso em 2013 Abr 13]. Disponível em: http:// www.febrasco.org.br

Sociedade Brasileira de Cardiologia. Associação Brasileira do Climatério. I Diretriz brasileira sobre prevenção de doenças cardiovasculares em mulheres climatéricas e a influência da terapia de reposição hormonal (TRH). Arq Bras Cardiol. 2008; 91(1 supl.1): 1-23. Disponível em: http://www.ipgs.com.br/cursos/documents/2008_Diretriz_Prevenc%E3o_Doencas_Cardiovasculares_Mulheres_Climatericas.pdf

Demarzo MMP, Almeida RCC, Marins JJN, Trindade TG, Anderson MIP, Stein AT et al. Diretrizes para o ensino na Atenção Primária à Saúde na graduação em Medicina. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2011; 6(19): 145-50. 20-22. http://dx.doi.org/10.5712/rbmfc6(19)116 DOI: https://doi.org/10.5712/rbmfc6(19)116

Montekio VB, Medina G, Aquino R. Sistema de salud de Brasil. Salud Pública México. 2011; 53(Supl 2): S120-S131. 21-23. Disponível em: http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0036-36342011000800008&lng=es.

Downloads

Publicado

2013-11-02

Como Citar

1.
Melo VH, Rio SMP do, Bonito RF, Lodi CTC, Fonseca MTM, Amaral E. Dificuldades dos médicos que atuam na Estratégia Saúde da Família de Minas Gerais para proverem atenção à saúde das mulheres. Rev Bras Med Fam Comunidade [Internet]. 2º de novembro de 2013 [citado 22º de dezembro de 2024];9(30):3-12. Disponível em: https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/550

Edição

Seção

Artigos de Pesquisa

Plaudit