Percepção masculina sobre violência: um olhar dos usuários de serviços de saúde em Marília, São Paulo, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc9(31)553Palavras-chave:
Violência, Atenção Primária à Saúde, MasculinoResumo
Objetivo: este estudo buscou analisar a percepção masculina de violência a partir da sua compreensão de atos violentos. Métodos: trata-se de um estudo transversal, descritivo e exploratório no qual foram entrevistados 600 homens, entre 18 e 59 anos, pacientes ou acompanhantes de pacientes de um pronto atendimento de referência para a Estratégia Saúde da Família, de um pronto-socorro e de um ambulatório de especialidades do Departamento Regional de Saúde de Marília-SP. A coleta de dados ocorreu por meio de um questionário estruturado a respeito de identificação e de julgamento sobre atos violentos. Resultados: agressão à criança com arma de fogo, gritar e bater em criança foram caracterizados pelos homens entrevistados como atos extremamente violentos. Atos de agressão física como: socos, ameaças e tapas, foram considerados como muito violentos. Situações de média violência foram discussões entre casais, cenas de empurrão, homem segurando mulher pelos cabelos e mulher que chuta um homem. Atitudes consideradas como pouco violentas foram quando a mulher é autora de violência psicológica no casal. Conclusão: identificou-se um processo de naturalização de ações violentas pela ótica dos homens, o que requer um debate coletivo, tanto no setor de saúde quanto na sociedade em geral, para que ocorram soluções coletivas para o enfrentamento da violência enquanto problema de saúde pública.
Downloads
Métricas
Referências
Minayo MCS, Souza ER. É possível prevenir a violência? Reflexões a partir do campo da saúde pública. Ciênc Saúde Coletiva. 1999;4(1):7-23. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81231999000100002 DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-81231999000100002
Day VP, Telles LEB, Zoratto PH, Azambuja MRF, Machado DA, Silveira MB, et al. Violência doméstica e suas diferentes manifestações. Rev Psiquiatr Rio Gd Sul. 2003;25(1):9-21 http://dx.doi.org/10.1590/S0101-81082003000400003 DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-81082003000400003
Dahlberg LL, Krug EG. Violência: um problema global de saúde pública. Ciênc Saúde Coletiva. 2006;11:1163-1178. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232006000500007 DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-81232006000500007
Burke P. Violência social e civilização. São Paulo: Braudel Papers; 1995.
Corsi J. Maltrato y abuso en el ámbito doméstico. Buenos Aires: Paidós; 2003.
Marty F. Adolescência, violência e sociedade. Agora. 2006;9(1):119-31. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-14982006000100009 DOI: https://doi.org/10.1590/S1516-14982006000100009
Gomes NP, Diniz NMF, Araujo AJS, Coelho TMF. Compreendendo a violência doméstica a partir das categorias gênero e geração. Acta Paul Enferm. 2007;20(4):504-508. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-21002007000400020 DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-21002007000400020
Ministério da Saúde (Brasil). Política nacional de atenção integral à saúde do homem. Brasília: Ministério da Saúde; 2011.
World Health Organization (WHO). Putting women first: ethical and safety recommendations for research on domestic violence against women. Geneva: WHO; 2001. Document WHO/EIP/GPE/01.1 Disponível em: http://whqlibdoc.who.int/hq/2001/WHO_FCH_GWH_01.1.pdf.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Crianças e adolescentes: indicadores sociais. Rio de Janeiro: IBGE; 1989. p. 28-29.
Minayo MC, Assis SG. Saúde e violência na infância e na adolescência. J Pediatr. 1994;70(5):263-266. http://dx.doi.org/10.2223/JPED.685 DOI: https://doi.org/10.2223/JPED.685
Sociedade Brasileira de Pediatria. Guia de atuação frente a maus-tratos na infância e adolescência: orientação para pediatras e demais profissionais de saúde. 2ª ed. Rio de Janeiro: SBP; 2011.
Brito AMA, Zanetta DMT, Mendonça RC, Barison SZ, Andrade AV. Violência doméstica contra crianças e adolescentes: estudo de um programa de intervenção. Ciênc Saude Coletiva. 2005;10(1):143-149. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232005000100021 DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-81232005000100021
Brasil. Lei nº 8.069 de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da criança e do adolescente e da outras providencias. Diário Oficial da Republica Federativa do Brasil, Brasília; 1990 jul. 13.
Brasil. Projeto de Lei nº 2654/2003. Dispõe sobre a alteração da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente, e da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, o Novo Código Civil estabelecendo o direito da criança e do adolescente a não serem submetidos a qualquer forma de punição corporal, mediante a adoção de castigos moderados ou imoderados, sob a alegação de quaisquer propósitos, ainda que pedagógicos, e dá outras providências. Diário Oficial da Republica Federativa do Brasil, Brasília; 2007 jun. 26.
Gawryszewisk V. Homicídios no município de São Paulo: perfil e subsídios para um sistema de vigilância epidemiológica [Tese]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2002.
Reichenheim ME, Souza ER, Moraes CL, Jorge MHPM, Silva CMFP, Minayo MCS. Violência e lesões no Brasil: efeitos, avanços alcançados e desafios futuros. London: The Lancet; 2011. p. 75-89. Série Saúde no Brasil, 5.Disponível em: http://download.thelancet.com/flatcontentassets/pdfs/brazil/brazilpor5.pdf.
Silva LL, Coelho EBS, Caponi SNC. Violência silenciosa: violência psicológica como condição da violência física doméstica. Interface. 2007;11(21):93-103. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-32832007000100009 DOI: https://doi.org/10.1590/S1414-32832007000100009
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Ao submeterem um manuscrito à RBMFC, os autores mantêm a titularidade dos direitos autorais sobre o artigo, e autorizam a RBMFC a publicar esse manuscrito sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 e identificar-se como veículo de sua publicação original.