As origens históricas da Clínica e suas implicações sobre a abordagem dos problemas psicológicos na prática médica
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc2(7)56Palavras-chave:
Medicina Clínica, Relação Médico-Paciente, SomatizaçãoResumo
Os problemas psicológicos são muito comuns nos consultórios dos médicos generalistas. Incluem, pela incidência, os transtornos somatomorfos e os episódios depressivos com sintomas somáticos. Esses distúrbios não apresentam nenhuma patologia orgânica. A Clínica foi, em seus primórdios, classificadora. A doença recebeu uma organização hierarquizada em famílias, gêneros e espécies. O papel do médico era o de descobrir a doença no doente. A doença se apresentava segundo os sintomas e os sinais. A Clínica baseava-se na anatomia patológica e na fisiopatologia. Devido a esta longa tradição secular, que o condicionou a investigar o “orgânico”, o médico não está preparado para cuidar de pacientes com problemas psicológicos. Isso porque não encontra o substrato anátomo e fisiopatológico a que foi exercitado a descobrir. Uma proposta para capacitar o médico generalista a lidar com as emoções na prática médica é o “grupo Balint”. Trata-se de um método de capacitação em seminários de grupo, com sessões semanais e duração de dois anos, fundamentado em apresentação de casos. O objetivo é obter uma mudança de personalidade do generalista, limitada, porém significativa, de maneira a habilitá-lo a cuidar de seus pacientes com problemas psicológicos.
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