A “boca amarga" para o paciente: competência comunicativa intercultural
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc9(32)841Palavras-chave:
Competência Cultural, Medicina Tradicional, Antropologia CulturalResumo
Objetivo: demonstrar a compreensão dos usuários da Unidade de Saúde da Família (USF) Castelo Branco II da cidade de Rio Grande/RS-Brasil em relação à queixa “boca amarga” e discutir a competência comunicativa intercultural necessária à equipe de saúde para a abordagem desses usuários. Métodos: trata-se de um estudo descritivo exploratório de abordagem qualitativa. Os participantes da pesquisa foram agentes comunitários de saúde e usuários atendidos na USF Castelo Branco II. Resultados: a explicação da queixa “boca amarga” faz parte da linguagem do ideário popular e médico. Os tratamentos populares para a queixa envolvem: cura espontânea; uso de chás; medicamentos; e cuidados nutricionais. A maioria dos participantes da pesquisa nunca havia comentado com o seu médico ou outro profissional de saúde sobre a “boca amarga”, sendo que um dos participantes referiu que a “boca amarga” era um “tabu” e citou o constrangimento que existe em discutir o assunto. Conclusões: a população possui uma compreensão cultural própria da queixa “boca amarga”. No entanto, são necessários mais estudos sobre as doenças populares e uma abordagem mais aprofundada das mesmas. Este estudo constitui-se apenas em um enfoque inicial, indispensável para a compreensão da expressão “boca amarga” e da competência comunicativa cultural necessária para os profissionais de saúde.
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