Obstetrizes e enfermeiras obstetras no Sistema Único de Saúde e na Atenção Primária à Saúde: por uma incorporação sistêmica e progressiva
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc10(34)1106Palavras-chave:
Enfermagem Obstétrica, Cuidado Pré-Natal, Violência contra a Mulher, Parto Humanizado, Humanização da AssistênciaResumo
O objetivo deste artigo é apresentar uma proposta de incorporação gradual e sistêmica das obstetrizes e enfermeiras obstetras ao Sistema Único de Saúde (SUS) e à Atenção Primária à Saúde (APS). A proposta nasceu do contato com a experiência britânica, baseada nas midwives, brevemente descrita. No Brasil, essas profissionais realizariam progressivamente a atenção ao pré-natal, parto e puerpério imediato de risco habitual das gestantes de determinada região, em parceria com as equipes da APS. Assim, poderia ser estabelecido um nicho próprio de realização, monitoramento e avaliação desse cuidado, baseado no ciclo vital específico de cuidados contínuos com as gestantes, em estreita relação com a APS. Existem condições técnicas e institucionais favoráveis para o desenvolvimento desse tipo de proposta, necessitando-se superar os entraves políticos. Sua concretização é uma estratégia potente para a redução dos altos índices de violência obstétrica, especialmente as expressivas taxas de cesáreas no Brasil, contribuindo para a humanização do parto no SUS.
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