Micropolítica do trabalho na Estratégia Saúde da Família: quem cuida também precisa de cuidados?
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc6(21)120Palavras-chave:
Saúde Pública, Atenção Primária à Saúde, Saúde da Família, Saúde do TrabalhadorResumo
O espaço da micropolítica do trabalho na Estratégia Saúde da Família (ESF) traduz-se no cenário em que transcorre o protagonismo dos trabalhadores e usuários dos serviços de saúde. Este artigo objetivou reconhecer e estudar o potencial diverso, criativo e dinâmico do modo como se organiza a atividade produtiva em saúde na ESF e, em especial, lançar um olhar sobre a outra face da tecnologia do cuidado: a saúde do trabalhador/cuidador. Trata-se de um estudo de caráter exploratório, quali-quantitativo, que foi desenvolvido a partir da aplicação de instrumentos de avaliação da qualidade de vida e anamnese ocupacional, e também apoiado na observação e avaliação do cotidiano de trabalho em uma Unidade de Saúde da Família, do município de Jerônimo Monteiro, no Espírito Santo. Os resultados demonstram que, quando se refere à própria saúde, o trabalhador/cuidador preocupa-se mais com problemas e agravos de saúde já instalados, negligenciando os aspectos preventivos. Sinais de sofrimento orgânico e psíquico constituíram registros da sobrecarga laboral e da precariedade dos vínculos e das condições de trabalho. O estudo apontou, ainda, que merecem ser feitas reflexões sobre a saúde ocupacional na ESF e que a prevenção e a promoção da saúde precisam ser ‘exercitadas’ também pelos trabalhadores. Faz-se necessário rever os caminhos da ESF sob a ótica da Saúde do Trabalhador, rumo à construção dos ambientes de trabalho humanizados e humanizadores.
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