Os atuais desafios da Atenção Domiciliar na Atenção Primária à Saúde: uma análise na perspectiva do Sistema Único de Saúde
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc11(38)1259Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde. Serviços de Assistência Domiciliar. Sistema Único de Saúde. Saúde da FamíliaResumo
A Política Nacional de Atenção Domiciliar (PNAD) definiu três níveis de atenção domiciliar (AD), reconhecendo o primeiro nível (AD1) como responsabilidade das equipes de Atenção Primária à Saúde (APS). Ao longo da história, a legislação passou por alterações importantes e essa política representa a valorização dos serviços de APS como âmbito privilegiado do cuidado, sendo responsável pela maior parte dos cuidados em AD no Brasil. O cuidado no domicílio deve ser feito sob critérios de elegibilidade específicos, e um planejamento adequado. A visita domiciliar (VD) é um momento ímpar para o conhecimento do contexto da pessoa sob AD e deve se pautar pela observação ativa, pela abordagem da família e reconhecimento dos determinantes sociais presentes. Assim, é necessário que o profissional de saúde visitador tenha um rol de competências profissionais bem definidas, que em geral não são contempladas na graduação dos cursos de saúde, e de maneira insuficiente pelos cursos de pós-graduação. A PNAD representou um avanço ao reconhecer a APS como responsável pela AD1 numa lógica de cuidados contínuos crescentes, mas as lacunas no entendimento entre equipes de AD e APS, de formação profissional, e de sobrecarga de tarefas persistem. Este estudo apresenta uma análise crítica da implantação da PNAD até o momento, baseada na legislação vigente confrontada a prática das equipes de APS trabalhando no Sistema Único de Saúde.
Downloads
Métricas
Referências
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria MS/GM nº 2.527 de 27 de outubro de 2011. Redefine a atenção domiciliar no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União 208, de 28 out. Brasília: Ministério da Saúde; 2011.
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 1.886, de 18 de dezembro de 1997. Aprova normas e diretrizes do Programa de Agentes Comunitários de Saúde e do Programa de Saúde da Família. Diário Oficial da União 247, de 22 dez. Brasília: Ministério da Saúde; 1997. p.11-13.
Unwin BK, Jerant AF. The home visit. Am Fam Physician. 1999;60(5):1481-8. PMID: 10524492
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria 825/2016. Redefine a atenção domiciliar no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e atualiza as equipes habilitadas. Diário Oficial da União 78, de 26 abr. Brasília: Ministério da Saúde; 2016. p.33-8.
Coelho FLG, Savassi LCM. Aplicação da escala de risco familiar como instrumento de priorização de visitas domiciliares. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2004;1(2):19-26. DOI: http://dx.doi.org/10.5712/rbmfc1(2)104 DOI: https://doi.org/10.5712/rbmfc1(2)104
Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais. Implantação do Plano Diretor da Atenção Primária à Saúde. Saúde em Casa. Oficina 3. Guia do participante [internet]. Belo Horizonte; 2008. [Acesso 2015 Abr 08]. Disponível em: http://www.esp.mg.gov.br/wp-content/uploads/2009/04/pdaps-oficina3-participante.pdf
Nascimento FG, Prado TN, Galavote HS, Maciel PA, Lima RCD, Maciel ELN. Aplicabilidade de uma escala de risco para organização do processo de trabalho com famílias atendidas na Unidade Saúde da Família em Vitória (ES). Ciênc Saúde Coletiva. 2010;15(5):2465-72. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232010000500021 DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-81232010000500021
Savassi LCM, Carvalho HRO, Mariano FM, Lamberti CA, Mendonça MF, Yamana GF, et al. Proposta de um protocolo de classificação de risco para atendimento domiciliar individual na atenção primária à saúde. J Manag Prim Health Care. 2012;3(2):151-7. DOI: http://dx.doi.org/10.1234/jmphc3/jmphc
Aylin P, Majeed FA, Cook DG. Home visiting by general practitioners in England and Wales. BMJ. 1996;313(7051):207-10. DOI: http://dx.doi.org/10.1136/bmj.313.7064.1085 DOI: https://doi.org/10.1136/bmj.313.7064.1085
Bergeron R, Laberge A, Vézina L, Aubin M. Which physicians make home visits and why? A survey. CMAJ. 1999;161(4):369-73. PMID: 10478159
Peres EM, Andrade AM, Dal Poz MR, Grande NR. The practice of physicians and nurses in the Brazilian Family Health Programme - evidences of change in the delivery health care model. Hum Resour Health. 2006;4:25. DOI: http://dx.doi.org/10.1186/1478-4491-4-25 DOI: https://doi.org/10.1186/1478-4491-4-25
Savassi LCM, Savassi FM, Gomes ALFM, De-Paula HGM, Souza RA. Avaliação da ferramenta visita domiciliar por profissionais da ESF. 10o Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade. Florianópolis; 2009.
Ducatti I. A hanseníase no Brasil na era Vargas e a profilaxia do isolamento compulsório: estudos sobre o discurso científico legitimador [Dissertação de mestrado]. São Paulo: Departamento de História, Programa de Pós-Graduação em História Social, Universidade de São Paulo; 2009. 199p.
Savassi LCM, Dias MF. Grupos de estudo em saúde da família. Módulo Visita domiciliar. [internet] 2006. [Acesso 2012 Abr 07]. Disponível em: http://www.smmfc.org.br/gesf/gesfvd.htm
Meyer GS, Gibbons RV. House calls to the elderly--a vanishing practice among physicians. N Engl J Med. 1997;337(25):1815-20. DOI: http://dx.doi.org/10.1056/NEJM199712183372507 DOI: https://doi.org/10.1056/NEJM199712183372507
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Caderno de Atenção Domiciliar. Brasília: Ministério da Saúde; 2012.
Aguiar RAT. A construção internacional do conceito de Atenção Primária à Saúde (APS) e sua influência na emergência e consolidação do Sistema Único de Saúde no Brasil [Dissertação de mestrado]. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais; 2003.
Declaração de Alma-Ata. Conferência Internacional sobre cuidados primários de saúde; 6-12 de setembro 1978; Alma-Ata; USSR. In: Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Políticas de Saúde. Projeto Promoção da Saúde. Declaração de Alma-Ata; Carta de Ottawa; Declaração de Adelaide; Declaração de Sundsvall; Declaração de Santafé de Bogotá; Declaração de Jacarta; Rede de Megapaíses; Declaração do México. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2001. p. 15.
Brasil. Ministério da Saúde. Grupo Hospitalar Conceição. Manual de assistência domiciliar na atenção primária à saúde. Porto Alegre; 2003.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política nacional de atenção básica. Brasília: Ministério da Saúde; 2006. p.60.
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria n.º 2.529 de 19 de Outubro de 2006. Institui a Internação Domiciliar no âmbito do SUS. Diário Oficial da União 202, de 20 out 2006. Brasília: Ministério da Saúde; 2006. p.145-8.
Brasil. Ministério da Saúde. Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (RDC/ANVISA) nº 11, de 26 de janeiro de 2006. Diário Oficial da União Suplemento ao No - 21. Brasília: Ministério da Saúde; 2006. p.1-2.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica/Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde; 2012.
Savassi LCM, Cunha CL. Atenção Domiciliária como Estratégia do Cuidado na Atenção Primária à Saúde. In: Cunha CL, Leoneza I. Guia de Trabalho para o Enfermeiro na Atenção Primária à Saúde. Rio de Janeiro: Rubio; 2016.
Mendes AO, Oliveira FA. Visitas domiciliares pela equipe de Saúde da Família: reflexões para um olhar ampliado do profissional. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2007;2(8):253-60. DOI: http://dx.doi.org/10.5712/rbmfc2(8)64 DOI: https://doi.org/10.5712/rbmfc2(8)64
McWhinney IR, Freeman T. Textbook of family medicine. 3nd ed. New York: Oxford University Press; 2009. p.472.
Savassi LCM. Formação médica em Atenção Domiciliar. In: I Jornada de Medicina de Família e Comunidade e Atenção Domiciliar. São Paulo: Associação Paulista de Medicina. [internet] 2014. [Acesso 2016 Abr 23]. Disponível em: https://sites.google.com/site/leosavassi
Humphreys RC. Home visiting in a rural practice. Br Med J (Clin Res Ed). 1981;282(6258):115-6. DOI: http://dx.doi.org/10.1136/bmj.282.6262.483-c DOI: https://doi.org/10.1136/bmj.282.6262.483-c
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Ao submeterem um manuscrito à RBMFC, os autores mantêm a titularidade dos direitos autorais sobre o artigo, e autorizam a RBMFC a publicar esse manuscrito sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 e identificar-se como veículo de sua publicação original.