Oferta e utilização de teleconsultorias para Atenção Primária à Saúde no Programa Telessaúde Brasil Redes
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc12(39)1453Palavras-chave:
Atenção primária em saúde. Telemedicina. Avaliação de Programas e Projetos de Saúde. Informática Médica.Resumo
Objetivo: Avaliar a adequação do Programa Telessaúde Brasil Redes, no âmbito das teleconsultorias, a partir da análise de dados de estrutura e processo da Plataforma Nacional de Telessaúde. Método: Estudo descritivo, com análise estatística de série histórica (24 meses) da produção de teleconsultoria pelos núcleos de telessaúde que utilizaram a ferramenta de outubro de 2013 a setembro de 2015. Resultados: Foram respondidas 29.575 teleconsultorias por 18 núcleos de telessaúde em todo o país, para 43.421 usuários em 9.801 unidades de saúde. Oferta e demanda mensal variaram entre 0,92 a 2,06 e 0,22 a 1,00 teleconsultorias, respectivamente. O percentual de unidades de saúde com ao menos uma solicitação/mês manteve-se próximo a 0,1%, sendo que 87,3% dos usuários cadastrados não realizou nenhuma solicitação no período. Os temas solicitados cobriram todos os capítulos da Classificação Internacional da Atenção Primária e da Classificação Internacional de Doenças. A satisfação dos usuários foi de 95,6% e o percentual de dúvidas totalmente respondidas foi 88,4%. Conclusões: Apesar da oferta adequada em relação às metas do programa, a demanda é muito baixa, gerando capacidade instalada ociosa de um grupo de teleconsultores com capacidade de resposta para um amplo leque de temas. Levanta-se a necessidade de ganho de escala, integração horizontal e fortalecimento da telerregulação e da auditoria das ações de telessaúde, com centralização de recursos e redução do número de núcleos de telessaúde. Além disso, é necessário investir em novas tipologias sinérgicas e sistêmicas de oferta de ações de telessaúde, como o apoio ao complexo regulador ambulatorial e à orientação da população.
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