Agentes Comunitários de Saúde e o cuidado de quem cuida
trabalho e subjetividade(s)
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc15(42)2118Palavras-chave:
Metabolic Agentes Comunitários de Saúde, Saúde do Trabalhador, Socioanálise, Cuidado Centrado no Paciente.Resumo
No biênio 2011-2012, desenvolvemos a oficina “Cuidado de si e do outro no trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS)”, destinada à formação e intervenção na rotina laboral dos ACS. Professores e alunos do curso de Medicina de uma universidade pública em Minas Gerais discutiram, no âmbito da oficina, de que modo a criação de espaços de fala demonstrou que o acolhimento para com aquele que cuida é essencial na prática dos ACS. A perspectiva socioanalítica adotada orientou a observação direta das atividades feitas por ACS mulheres, as reuniões de equipe voltadas para uma reflexão teórico-metodológica e a realização da oficina conforme eixos temáticos: Cuidado de Si, Trabalho em Equipe e Conteúdos Técnicos. A partir disso, tecemos cartografias do território geográfico, político e social, conhecemos as trajetórias de vida das ACS e identificamos que a vinculação entre trabalho e subjetividade permitiu a elas, aos alunos e aos professores o exercício da escuta de si e do outro e a vivência do cuidado como trabalho. Concluímos que a oficina se tornou espaço de formação política e gerou modificações no cotidiano das ACS envolvidas.
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