A Relação Médico-Paciente vista sob o Olhar da Comunicação e Trabalho
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc16(43)2352Palavras-chave:
Comunicação em saúde, Relações Médico-PacienteResumo
Introdução: Uma relação médico-paciente adequada é fundamental para melhorar a saúde do paciente. Essa relação sofre influência negativa devida à dificuldade no uso de habilidades de comunicação, especialmente por parte dos médicos. Objetivo: Propor um novo olhar sobre esta questão, analisando-a sob a luz da abordagem das ciências da comunicação e da interação trabalho-comunicação. Métodos: Ensaio teórico elaborado a partir da transposição de alguns conceitos discutidos pela Ciências da Comunicação para a área da saúde. Os tópicos discutidos são: problema de paradigma da comunicação na relação médico-paciente; análise da consulta pela perspectiva do Materialismo histórico; aplicação da teoria da Ação Comunicativa de Habermas na área da saúde; aporte dos estudos de recepção, entendendo a consulta como mediação e trabalho; e a contribuição da Ergologia na construção de um paralelo com o Método Clínico Centrado na Pessoa. Conclusão: A conscientização e a incorporação das contribuições das Ciências da Comunicação para a comunicação médico-paciente pela área médica permitirão melhorar a interação terapêutica entre as duas partes.
Downloads
Métricas
Referências
(1) Ong LM, de Haes JC, Hoos AM, Lammes FB. Doctor-patient communication: a review of the literature. Soc Sci Med. 1995 Apr;40(7):903–18.
(2) Emanuel EJ, Emanuel LL. Four models of the physician-patient relationship. JAMA. 1992;267(16):2221–6.
(3) Sofaer S, Firminger K. Patient Perceptions of the Quality of Health Services. Annu Rev Public Health. 2005;26(1):513–59.
(4) Duffy R, Liaqat M, Heymann WR. Melanoma in-what? Patients’ understanding of a diagnosis of melanoma in-situ. Patient Educ Couns. 2020 Jan;103(1):226.
(5) Brasil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução n.3, CNE/ CES de 20/06/2014. Diário Oficial da União 2014 p. 8–11.
(6) Kuhn TS. A estrutura das revoluções científicas. 9 ed. São Paulo: Perspectiva; 2006.
(7) Weaver W, Shannon C. A teoria matemática da comunicação. In: Cohn (org) G, editor. Comunicação e indústria cultural. 4 ed. São Paulo: Cia. Editora Nacional; 1978.
(8) Ruben BD. Communication Theory and Health Communication Practice: The More Things Change, the More They Stay the Same. Health Commun. 2016;31(1):1–11.
(9) Figaro R. Atividade de comunicação e de trabalho. Trab Educ e Saúde. 2008 Jun;6(1):107–46.
(10) Araújo CA. A Pesquisa norte-americana. In: Teorias da comunicação Conceitos, escolas e tendências. 13. ed. Petrópolis: Vozes; 2013.
(11) Fígaro R. Comunicação e Trabalho: binômio teórico produtivo para as pesquisas de recepção. Mediaciones Soc. 2009;4(1 semestre 2009):23–49.
(12) Ruben BD, Gigliotti RA. An Overview of Foundational Perspectives on Communication. In: Leadership, Communication, and Social Influence. Emerald Publishing Limited; 2019. p. 35–54.
(13) Marx K. O Capital: Crí́tica da economia política. Livro I: O processo de produção do capital. São Paulo: Boitempo; 2013.
(14) Antunes R. Os sentidos do trabalho. Ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. 6. São Paulo: Boitempo; 2002. 135–165 p.
(15) Marx K, Engels F. Cultura, arte e literatura. Textos escolhidos. São Paulo: Expressão popular; 2010. 97–101 p.
(16) Marx K, Engels F. A Idelogia Alemã. 1 ed. São Paulo: Boitempo; 2007.
(17) Habermas J. Teoría de la acción comunicativa. Vol I - II. Madrid: Taurus; 1999. 9–196 p.
(18) Aragão LM de C. Razão comunicativa e teoria social crítica em J. Habermas. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro; 1997. 27–140 p.
(19) Rivera FJU, Artmann E. Inovação e agir comunicativo: Redes e tecnologias de gestão para a saúde. Cad Saude Publica. 2016;32:1–11.
(20) Reese-Schäfer W. Compreender Habermas. Petrópolis: Vozes; 2009.
(21) Starfield B. Atenção primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia. Brasília: UNESCO, Ministério da Saúde; 2002. 726 p.
(22) Martín-Barbero J. Ofício de cartógrafo. Travessias latino-americanas da comunicação na cultura. São Paulo: Loyola; 2004. 209–256 p.
(23) Martín-Barbero J. Pistas para entre-ver meios e mediações. In: Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. Rio de Janeiro: UFRJ; 2003.
(24) Fígaro RA. Comunicação e trabalho. Estudo de recepção: o mundo do trabalho como mediação da comunicação. São Paulo: Anita Garibaldi/Fapesp; 2001. 162–244 p.
(25) Martín-Barbero J, Barcelos C. Comunicaçzão e Mediações culturais. Rev Bras Ciências da Comun. 2000;23(1):151–63.
(26) Figaro R. Estudo de Recepção e Ergologia: novos desafios teórico-metodológicos. E-Compós. 2010 Feb 11;12(3).
(27) Schwartz Y, Durrive L. Trabalho & Ergologia. Rio de Janeiro: Eduff; 2008. 47–82 p.
(28) Entrevista: Yves Schwartz. Trab Educ e Saúde. 2006 Sep;4(2):457–66.
(29) Stewart M, Brown JB, Weston WW, McWhinney IR, McWilliam CL, Freeman TR. Medicina Centrada na Pessoa: Transformando o Método Clínico. 3 ed. Porto Alegre: Artmed; 2017.
(30) Hennington ÉA. Gestão dos processos de trabalho e humanização em saúde: Reflexões a partir da ergologia. Rev Saude Publica. 2008;42(3):555–61.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Carlos Frederico Confort Campos, Roseli Fígaro

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Ao submeterem um manuscrito à RBMFC, os autores mantêm a titularidade dos direitos autorais sobre o artigo, e autorizam a RBMFC a publicar esse manuscrito sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 e identificar-se como veículo de sua publicação original.