Organização da atenção primária à saúde em pandemias
uma revisão sistemática rápida em tempos de Covid-19
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc16(43)2655Palavras-chave:
Primary Health Care, Pandemics, Epidemics, Health Services, Disaster PlanningResumo
Introdução: O mundo está vivenciando uma das maiores emergências de saúde pública da história com a disseminação global da COVID-19. Os sistemas de saúde, incluindo os serviços de Atenção Primária à Saúde (PHC), são pilares das estratégias de enfrentamento de pandemias. Objetivo: Revisar sistematicamente a literatura que analisa a eficácia das estratégias de organização da APS no contexto de epidemias. Métodos: Realizamos uma rápida revisão sistemática da literatura sobre MEDLINE (via PubMed), EMBASE e LILACS (via BVS), a fim de analisar estudos empíricos sobre a eficácia das estratégias de organização da APS no contexto de epidemias para melhorar o acesso e reduzir a morbidade e mortalidade. Não houve avaliação de risco de viés, e a síntese foi narrativa. PROSPERO CRD42020178310. Resultados: Selecionamos sete artigos, que estudaram as respostas a diferentes epidemias em diferentes partes do mundo. Em termos de acesso, os estudos sugerem resultados positivos com a adoção de ajustes nos processos de trabalho das equipes e na estrutura dos serviços, combinados com a diversificação de ações (incluindo call center), fornecimento adequado de insumos e equipamentos de proteção individual, planos de ação e estratégias de comunicação adequados e integração efetiva com os serviços de saúde pública e outros níveis de atendimento. Nenhum estudo analisou a morbidade e mortalidade da população. Os estudos incluídos também sugerem que a APS comunitária é mais eficaz em cenários de crise, indicando a necessidade de fortalecimento da Estratégia de Saúde da Família no contexto brasileiro. Conclusão: A APS pode ser eficaz para lidar com emergências de saúde pública. Os planos de ação devem ser construídos com ampla participação dos atores envolvidos em lidar com a epidemia. A ênfase é dada à importância de fortalecer a ligação entre o serviço de saúde e sua população registrada.
Downloads
Métricas
Referências
(1) Ujvari SC. A História e suas Epidemias. 2. ed. Rio de Janeiro: Senac Rio Editora; 2007.
(2) da Costa VG, Moreli ML, Saivish MV. The emergence of SARS, MERS and novel SARS-2 coronaviruses in the 21st century. Arch Virol. 2020 Apr 22. https://doi.org/10.1007/s00705-020-04628-0
(3) Johns Hopkins University and Medicine. Coronavirus Resource Center [Internet]. Baltimore: Johns Hopkins University; 2020 [cited 2020 Dec 16]. Available from: https://coronavirus.jhu.edu/map.html.
(4) World Health Assembly. Resolutions: revision of the International Health Regulations (WHA58.3). Geneva: WHA; 2005. http://www.who.int/gb/ebwha/pdf_files/WHA58-REC1/english/Resolutions.pdf.
(5) Carmo EH, Penna G, Oliveira WK. Emergências de saúde pública: conceito, caracterização, preparação e resposta. Estud. av. 2008;22(64):19-32. https://doi.org/10.1590/S0103-40142008000300003
(6) Goodman JL, Borio L. Finding effective treatments for COVID-19: scientific integrity and public confidence in a time of crisis. JAMA. 2020 Apr 16. DOI: https://doi.org/10.1001/jama.2020.6434
(7) Kringos DS, Boerma W, van der Zee J, Groenewegen P. Europe’s strong primary care systems are linked to better population health but also to higher health spending. Health Aff (Millwood). 2013;32(4):686-94. https://doi.org/10.1377/hlthaff.2012.1242
(8) Shi L. The impact of primary care: a focused review. Scientifica (Cairo). 2012;2012:432892. DOI: https://doi.org/10.6064/2012/432892
(9) Sarti TD, Lazarini WS, Fontenelle LF, Almeida APSC. Qual o papel da Atenção Primária à Saúde diante da pandemia provocada pela COVID-19? Epidemiol. Serv. Saúde. 2020;29(2):e2020166. http://doi.org/10.5123/s1679-49742020000200024
(10) Dunlop C, Howe A, Li D, Allen LN. The coronavirus outbreak: the central role of primary care in emergency preparedness and response. BJGP Open. 2020 Jan 28. http://doi.org/10.3399/bjgpopen20X101041
(11) Joulaei H, Honarvar B, Zamiri N, Moghadami M, Lankarani KB. Introduction of a pyramidal model based on primary health care: a paradigm for management of 2009 H1N1 flu pandemic. Iranian Red Crescent Medical Journal. 2010;12(3):224-230.
(12) Haby MM, Chapman E, Clark R, Barreto J, Reveiz L, Lavis JN. What are the best methodologies for rapid reviews of the research evidence for evidence-informed decision making in health policy and practice: a rapid review. Health Res Policy Syst. 2016;14(1):83. DOI: https://doi.org/10.1186/s12961-016-0155-7
(13) Liberati A, Altman DG, Tetzlaff J, Mulrow C, Gøtzsche PC, Ioannidis JP, et al. The PRISMA statement for reporting systematic reviews and meta-analyses of studies that evaluate health care interventions: explanation and elaboration. PLoS Med. 2009;21;6(7):e1000100. http://doi.org/10.1371/journal.pmed.1000100
(14) Bergeron SM, Cameron S, Armstrong-Stassen M, Pare K. Diverse implications of a national health crisis: A qualitative exploration of community nurses’ SARS experiences. Can J Nurs Res. 2006;38(2):42-54. PMID: 16871849
(15) Bocquet J, Winzenberg T, Shaw KA. Epicentre of influenza - the primary care experience in Melbourne, Victoria. Aust Fam Physician. 2010;39(5):313-6. PMID: 20485719
(16) Masotti P, Green ME, Birtwhistle R, Gemmill I, Moore K, O’Connor K, et al. pH1N1 - a comparative analysis of public health responses in Ontario to the influenza outbreak, public health and primary care: lessons learned and policy suggestions. BMC Public Health. 2013;13:687. http://doi.org/10.1186/1471-2458-13-687
(17) Miller NP, Milsom P, Johnson G, Bedford J, Kapeu AS, Diallo AO, et al. Community health workers during the Ebola outbreak in Guinea, Liberia, and Sierra Leone. J Glob Health. 2018;8(2):020601. http://doi.org/10.7189/jogh-08-020601
(18) Phillips CB, Patel MS, Glasgow N, Pearce C, Dugdale P, Davies A, et al. Australian general practice and pandemic influenza: models of clinical practice in an established pandemic. Med J Aust. 2007;186(7):355-8. DOI: https://doi.org/10.5694/j.1326-5377.2007.tb00937.x
(19) Sarikaya O, Erbaydar T. Avian influenza outbreak in Turkey through health personnel’s views: a qualitative study. BMC Public Health. 2007;7:330. http://doi.org/10.1186/1471-2458-7-330
(20) Siekmans K, Sohani S, Boima T, Koffa F, Basil L, Laaziz S. Community-based health care is an essential component of a resilient health system: evidence from Ebola outbreak in Liberia. BMC Public Health. 2017;17(1):84. http://doi.org/10.1186/s12889-016-4012-y
(21) Werneck GL, Carvalho MS. A pandemia de COVID-19 no Brasil: crônica de uma crise sanitária anunciada. Cad. Saúde Pública. 2020;36(5):e00068820. http://doi.org/10.1590/0102-311X00068820
(22) Chater, N. Facing up to the uncertainties of COVID-19. Nat Hum Behav. 2020 Mar 27. https://doi.org/10.1038/s41562-020-0865-2
(23) Jones DS. History in a crisis - lessons for Covid-19. N Engl J Med. 2020;382(18):1681-1683. https://doi.org/10.1056/NEJMp2004361
(24) Phillips RL. Primary care in the United States: problems and possibilities. BMJ. 2005;331(7529):1400-2. https://doi.org/10.1136/bmj.331.7529.1400
(25) Lal A, Erondu NA, Heymann DL, Gitahi G, Yates R. Fragmented health systems in COVID-19: rectifying the misalignment between global health security and universal health coverage. Lancet. 397(10268):61-67. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(20)32228-5
(26) Papanicolas I, Woskie LR, Jha, AK. Health Care Spending in the United States and Other High-Income Countries. JAMA. 2018;319(10):1024–1039. https://doi.org/10.1001/jama.2018.1150
(27) Heymann DL, Chen L, Takemi K, Fidler DP, Tappero JW, Thomas MJ, et al. Global health security: the wider lessons from the west African Ebola virus disease epidemic. Lancet. 2015;385(9980):1884-901. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(15)60858-3 PMID: 25987157
(28) Melo EA, Mendonça MHM, Oliveira JR, Andrade GCL. Mudanças na Política Nacional de Atenção Básica: entre retrocessos e desafios. Saúde debate. 2018;42(spe1):38-51. https://doi.org/10.1590/0103-11042018s103
(29) Machado HSV, Melo EA, Paula LGN. Medicina de Família e Comunidade na saúde suplementar do Brasil: implicações para o Sistema Único de Saúde e para os médicos. Cad. Saúde Pública. 2019;35(11):e00068419. https://doi.org/10.1590/0102-311x00068419
(30) Gomes CBS, Gutiérrez AC, Soranz D. Política Nacional de Atenção Básica de 2017: análise da composição das equipes e cobertura nacional da Saúde da Família. Ciênc. saúde coletiva. 2020;25(4):1327-38. https://doi.org/10.1590/1413-81232020254.31512019
(31) Polo de triagem da COVID-19 é inaugurado em Maricá, no RJ. G1 Região dos Lagos 2020; 13 abr. https://g1.globo.com/rj/regiao-dos-lagos/noticia/2020/04/13/polo-de-triagem-da-covid-19-e-inaugurado-em-marica-no-rj-saiba-como-esta-funcionando.ghtml
(32) Haby MM, Chapman E, Clark R, Barreto J, Reveiz L, Lavis JN. Designing a rapid response program to support evidence-informed decision-making in the Americas region: using the best available evidence and case studies. Implement Sci. 2016;11(1):117. https://doi.org/10.1186/s13012-016-0472-9
(33) Peterson K, Floyd N, Ferguson L, Christensen V, Helfand M. User survey finds rapid evidence reviews increased uptake of evidence by Veterans Health Administration leadership to inform fast-paced health-system decision-making. Syst Rev. 2016;5(1):132. https://doi.org/10.1186/s13643-016-0306-5
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Thiago Dias Sarti, Welington Serra Lazarini, Leonardo Ferreira Fontenelle, Ana Paula Santana Coelho Almeida
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Ao submeterem um manuscrito à RBMFC, os autores mantêm a titularidade dos direitos autorais sobre o artigo, e autorizam a RBMFC a publicar esse manuscrito sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 e identificar-se como veículo de sua publicação original.