Abordagem psicossocial às perdas gestacionais na Atenção Primária à Saúde

Autores

  • Fatima Elisa D’Ippolito Alcocer Meiga & Charruf Serviços Médicos e Associados S/S – São Paulo (SP), Brasil. https://orcid.org/0000-0002-6380-7771
  • Karoline Baruque Bignotto Instituto Israelita de Responsabilidade Social Albert Einstein, Unidade Básica de Saúde Paraisópolis – São Paulo (SP), Brasil. https://orcid.org/0000-0002-1358-2017
  • Guilherme de Sousa Barbosa Hospital Israelita Albert Einstein, Centro de Saúde Escola Samuel Barnsley Pessoa – São Paulo (SP), Brasil. https://orcid.org/0000-0003-0730-3859

DOI:

https://doi.org/10.5712/rbmfc17(44)2927

Palavras-chave:

Estresse psicológico, abortamento, Natimorto, atenção primária à saúde.

Resumo

Introdução: Perdas gestacionais são eventos comuns na vida reprodutiva. Tendo em vista a dificuldade individual e profissional de lidar com o sofrimento mental que ocasionam, indaga-se sobre a escolha da técnica, a periodicidade e o modo de execução das abordagens que melhor se adequariam ao enfrentamento dessa situação. Sendo assim, esta revisão clínica tem como objetivo avaliar a literatura recente acerca do tema e buscar as melhores evidências científicas em relação à abordagem psicossocial a essas perdas. Métodos: Foram utilizadas palavras-chave determinadas pelo Medical Subject Headings (MeSH) para selecionar títulos de estudos nas bases de dados: PubMed, ACCESSSS, British Medical Journal (BMJ), DYNAMED, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Os critérios de inclusão foram: ano de publicação entre 2010 e 2020; tipo de estudo (metanálise, revisão sistemática, ensaio clínico randomizado, ensaio clínico não randomizado, coorte ou caso controle); não abordar abortamento induzido; estar em inglês, português ou espanhol; ser passível de ser encontrado na íntegra. Resultados: Foram encontrados 28 artigos, que tiveram seus resumos avaliados; 14 foram excluídos e 14 lidos na íntegra. No fim, nove estudos foram incluídos nesta revisão. Foi possível observar que sintomas psicológicos são frequentemente apresentados após perdas gestacionais, que há diversas maneiras de acessar esses dados e que não há consenso sobre qual a melhor intervenção a ser feita. Além disso, em homens e casais homossexuais, há maior chance de invisibilidade do sofrimento e menor abordagem de luto por profissionais de saúde. Conclusão: Na falta de consenso sobre quais intervenções apresentam melhores resultados, recomenda-se o rastreamento de sofrimento mental e o compartilhamento da decisão com as partes envolvidas.

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Biografia do Autor

Fatima Elisa D’Ippolito Alcocer, Meiga & Charruf Serviços Médicos e Associados S/S – São Paulo (SP), Brasil.

Médica residente do PRM de Medicina de Família e Comunidade da Secretaria Municipal de Saúde do município de São Bernardo do Campo (PRM MFC SBC) entre 2019 e 2021. Formada pela Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) entre 2013 e 2018.

Guilherme de Sousa Barbosa, Hospital Israelita Albert Einstein, Centro de Saúde Escola Samuel Barnsley Pessoa – São Paulo (SP), Brasil.

Médico pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Médico de família e comunidade pelo PRM MFC SBC
Médico Preceptor do PRM MFC SBC

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Publicado

2022-04-24

Como Citar

1.
Alcocer FED, Bignotto KB, Barbosa G de S. Abordagem psicossocial às perdas gestacionais na Atenção Primária à Saúde. Rev Bras Med Fam Comunidade [Internet]. 24º de abril de 2022 [citado 28º de março de 2024];17(44):2927. Disponível em: https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/2927

Edição

Seção

Artigos de Revisão Clínica

Plaudit