Análise da situação de saúde dos idosos usuários de uma política municipal de atividades físicas

Autores

  • Fernando Matos Dourado Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Cardiologia e Ciências Cardiovasculares, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasi https://orcid.org/0000-0002-6563-7155
  • Nórton Luis Oliveira Instituto de Avaliação de Tecnologia em Saúde (IATS), Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA/UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil
  • Luiza Isnardi Cardoso Ricardo Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia: Medicina Social, Faculdade de Medicina. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-1244-4501
  • Leandro dos Santos Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil https://orcid.org/0000-0001-5640-1100
  • Angélica Trevisan de Nardi Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Cardiologia e Ciências Cardiovasculares, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil https://orcid.org/0000-0002-0325-778X
  • Cíntia Ehlers Botton Instituto de Avaliação de Tecnologia em Saúde (IATS), Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA/UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil https://orcid.org/0000-0002-2622-9650
  • Lucinéia Orsolin Pfeifer https://orcid.org/0000-0003-4925-0150
  • Laura Milán Vasques Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil
  • Lucas Porto Santos Laboratório de Fisiopatologia do Exercício, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA/UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil https://orcid.org/0000-0001-7934-0427
  • Larissa Neves da Silva Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Cardiologia e Ciências Cardiovasculares, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil https://orcid.org/0000-0001-8649-8273
  • Bruna Góes Moraes Laboratório de Fisiopatologia do Exercício, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA/UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil
  • Lucas Helal Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Cardiologia e Ciências Cardiovasculares, Faculdade de Medicina, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil https://orcid.org/0000-0002-6900-7185
  • Daniel Umpierre Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Cardiologia e Ciências Cardiovasculares, Faculdade de Medicina, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil https://orcid.org/0000-0001-6953-0163

DOI:

https://doi.org/10.5712/rbmfc18(45)3480

Palavras-chave:

Idoso, Atividade física, Análise de situação de saúde, Saúde coletiva.

Resumo

Introdução: Políticas públicas intersetoriais em saúde são intervenções populacionais (e de cunho ecológico) muito utilizadas para a redução da carga global de doença e otimização de recursos tanto financeiros quanto humanos. Objetivo: O objetivo deste estudo foi analisar a situação de saúde de usuários idosos de uma política municipal de atividades físicas. Métodos: Trata-se de um estudo transversal com amostragem baseada em centros comunitários (N dispositivos comunitários=11), que disponibilizam práticas de movimentos corporais e outros, subsidiados pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Esporte (SMDSE), Prefeitura Municipal de Porto Alegre (RS). A amostragem de usuários foi ponderada para o total de usuários atendidos por centro, adotando seleção aleatória simples. A coleta de dados ocorreu entre abril de 2018 e fevereiro de 2019, em que a equipe de coleta se deslocou ao território adscrito dos usuários para a condução de inquérito de saúde autoaplicado e a avaliação funcional; de forma contrária, os usuários compareceram a um centro de coleta para a série laboratorial (sem jejum). Resultados: Foram incluídos e analisados 351 usuários (média±desvio padrão, 70±6 anos). Para fatores de risco cardiovasculares, a prevalência de hipercolesterolemia foi de 54,2% e de 49,3% para hipertensão arterial sistêmica — as mais elevadas. O transtorno de sono foi prevalente em 55,3% da amostra. Entre as doenças autorrelatadas, os participantes listaram as cardiovasculares (14,3%), câncer prévio (14,6%), diabetes (13,2%), artrite reumatoide/ reumatismo (29,6%) e depressão (sem discriminador de depressão maior/ menor) (18,6%). A capacidade funcional, estimada pelo teste de caminhada em 6 minutos e a força de preensão manual, preditores de mortalidade cardiovascular e agravos, tiveram valores médios encontrados de 498,05±78,96 m e 27,08±8,14 kg, respectivamente. Conclusão: Os achados do presente estudo permitem contrastar prevalências estimadas em idosos participantes de um programa público de atividades físicas com outras estimativas em grupos de comparação, possibilitando a análise de situação de saúde com base em diferentes comportamentos e fatores de risco. Por fim, o trabalho viabilizou a monitorização de intervenções públicas para idosos em nível comunitário, sendo um ponto de base para acompanhamento futuro.

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Publicado

2024-03-13

Como Citar

1.
Dourado FM, Oliveira NL, Ricardo LIC, Santos L dos, Nardi AT de, Botton CE, Pfeifer LO, Vasques LM, Santos LP, Silva LN da, Moraes BG, Helal L, Umpierre D. Análise da situação de saúde dos idosos usuários de uma política municipal de atividades físicas. Rev Bras Med Fam Comunidade [Internet]. 13º de março de 2024 [citado 20º de maio de 2024];18(45):3480. Disponível em: https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3480

Edição

Seção

Artigos de Pesquisa

Plaudit