Saúde mental do idoso institucionalizado
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc18(45)3589Palavras-chave:
Estado emocional, População idosa, Instituição de longa permanência.Resumo
Introdução: O processo de acolhimento dos longevos em instituições de longa permanência de idosos (ILPI) tem se tornado uma constante por parte das famílias, principalmente ao observar-se o panorama de ageísmo atual. Dessa forma, seja pela falta de condições emocionais, seja pela praticidade em fornecer o cuidado por meio terceirizado, inúmeros idosos são obrigados a se adaptar a um novo ambiente, rotina e conviventes. Assim, faz-se clara a percepção de inúmeras dificuldades por parte desses indivíduos em lidar com os obstáculos inerentes ao processo fisiológico do envelhecimento, somada à tempestade de sentimentos advindos do abandono e da incapacidade. Além disso, por se tratar de uma porção vulnerável da população, torna-se importante trazer à tona a visão dos idosos a respeito de sua percepção de saúde e da forma como se sentem quanto à convivência nesse espaço e com suas famílias. Objetivo: Compreender a influência do contato familiar e das relações interpessoais na saúde mental de idosos residentes em ILPI no noroeste do Paraná. Métodos: Estudo descritivo exploratório, de abordagem qualitativa, realizado por meio da aplicação de um questionário associado a uma entrevista semiestruturada com idosos residentes em uma ILPI, no ano de 2021. Entre as informações abordadas estão a autoavaliação do estado mental, a forma de ingresso na instituição, o contato familiar e o relacionamento dentro da instituição. As entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas, segundo semelhança de conteúdos. Resultados: Por meio dos dados coletados, observou-se que o processo de ingresso da maioria dos entrevistados foi consentida e estabelecida por concordância entre idoso, família e assistente social. Também se viu que, mesmo com as adversidades da pandemia de COVID-19, os familiares buscaram estar presentes por intermédio de chamadas de vídeo, seguindo os protocolos de prevenção à doença. Outro ponto investigado foi o relacionamento entre os residentes e os profissionais da instituição, a qual foi estabelecida como não conflituosa, sendo considerada impessoal pela maioria, obtendo-se poucos relatos que a considerassem como familiar. Por fim, constatou-se pelos relatos uma boa condição cognitiva (bom estado de saúde mental), mantida por meio da boa convivência e da implementação de atividades coletivas e individuais de lazer por parte da instituição. Conclusões: Os idosos entrevistados consideraram sua estadia, convivência e rotina na ILPI de ótima qualidade. Ao contrário do esperado, a maioria dos internos apresentou boa condição cognitiva (bom estado de saúde mental), constatada no decorrer das entrevistas. Há poucos idosos residentes na instituição, e o diagnóstico de depressão é apresentado nos prontuários.
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