Barreiras no acesso à Atenção Básica pela população LGBTQIA+

uma revisão integrativa

Autores

  • Luan Moraes Ferreira Universidade do Estado do Pará – Santarém (PA), Brasil. https://orcid.org/0000-0002-9634-0098
  • Gisela Gomes Batista Universidade do Estado do Pará – Santarém (PA), Brasil.
  • Leoneide Érica Maduro Boillet Universidade do Estado do Pará – Santarém (PA), Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.5712/rbmfc19(46)3594

Palavras-chave:

Minorias Sexuais e de Gênero, Atenção Primária à Saúde, Acesso aos Serviços de Saúde.

Resumo

Introdução: A população LGBT constitui um grupo cujo acesso à saúde é historicamente limitado e ainda hoje é atravessado por questões complexas que envolvem desde a formação dos profissionais de saúde à própria estrutura organizacional do sistema assistencial. Apesar disso, a literatura científica acerca dos entraves que estes indivíduos enfrentam na Atenção Primária à Saúde (APS), porta de entrada e coordenadora do cuidado, é particularmente escassa. Objetivo: Caracterizar as barreiras envolvidas no acesso da população LGBTQIA+ à APS. Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa de estudos científicos selecionados nas plataformas de busca PubMed e Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), sendo utilizados como descritores de busca os termos Minorias Sexuais e de Gênero, LGBTQIA+, APS e Acesso aos Serviços de Saúde. Foram incluídos artigos completos sem restrição de período nos idiomas inglês, português e espanhol. Foram excluídos textos do tipo: revisão bibliográfica; editorial; protocolos de estudo; opinião de especialistas e relato de experiência. Resultados: Foram selecionados 14 artigos, sendo seus conteúdos atribuídos a três eixos de discussão: barreiras físicas/organizacionais, barreiras sociais e barreiras relacionadas à educação/formação dos profissionais da saúde. Conclusões: É essencial expandir as discussões sociais acerca da temática de diversidade sexual e de gênero de modo a desconstruir os preconceitos instituídos; ademais, faz-se fundamental a revisão da estrutura física e organizacional — bem como da formação dos profissionais da saúde — para criar um ambiente assistencial inclusivo na atenção básica à população LGBTQIA+.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

Brasil. Ministério da Saúde. A APS e as redes de atenção à saúde. Brasília: CONASS; 2015. 127 p.

Aragusuku HÁ, de Oliveira Lee H. A psicologia Brasileira e as Políticas LGBT no Conselho Federal de Psicologia. Rev Gest Políticas Públicas 2015;5(1):131-154. https://doi.org/10.11606/issn.2237-1095.v5p131-154 DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2237-1095.v5p131-154

Nogueira FJS, Aragão TAP. Política Nacional de Saúde Integral LGBT: o que ocorre na prática sob o prisma de usuários (as) e profissionais da saúde. Saúde e Pesqui 2019;12(3):463. https://doi.org/10.17765/2176-9206.2019v12n3p463-470 DOI: https://doi.org/10.17765/2176-9206.2019v12n3p463-470

Gomes JAS, Tesser Junior ZC. Experiências de médicos de família e comunidade no cuidado com a saúde de pacientes lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. Rev Bras Med Fam Comunidade 2022;17(44):2407. https://doi.org/10.5712/rbmfc17(44)2407 DOI: https://doi.org/10.5712/rbmfc17(44)2407

Souza LK de. Pesquisa com análise qualitativa de dados: conhecendo a Análise Temática. Arq Bras Psicol 2019;71(2):51-67. https://doi.org/10.36482/1809-5267.ARBP2019v71i2p.51-67

Guimarães NP, Sotero RL, Cola JP, Antonio S, Galavote HS. Avaliação da implementação da Política Nacional de Saúde Integral à população LGBT em um município da região Sudeste do Brasil. Rev Eletron Comun Inf Inov Saúde 2020;14(2):372-85. https://doi.org/10.29397/reciis.v14i2.1712 DOI: https://doi.org/10.29397/reciis.v14i2.1712

Vermeir E, Jackson LA, Marshall EG. Barriers to primary and emergency healthcare for trans adults. Cult Health Sex 2018;20(2):232-46. https://doi.org/10.1080/13691058.2017.1338757 DOI: https://doi.org/10.1080/13691058.2017.1338757

Ferreira BO, Pedrosa JIS, Nascimento EF. Diversidade de gênero e acesso ao Sistema Único de Saúde. Rev Bras Promoc Saúde 2018;31(1):1-10. https://doi.org/10.5020/18061230.2018.6726 DOI: https://doi.org/10.5020/18061230.2018.6726

Cele NH, Sibiya MN, Sokhela DG. Experiences of homosexual patients’ access to primary health care services in Umlazi, KwaZulu-Natal. Curationis 2015;38(2):1522. https://doi.org/10.4102/curationis.v38i2.1522 DOI: https://doi.org/10.4102/curationis.v38i2.1522

Gahagan J, Subirana-Malaret M. Improving pathways to primary health care among LGBTQ populations and health care providers: key findings from Nova Scotia, Canada. Int J Equity Health 2018;17(1):76. https://doi.org/10.1186/s12939-018-0786-0 DOI: https://doi.org/10.1186/s12939-018-0786-0

Hirsch O, Löltgen K, Becker A. Lesbian womens’ access to healthcare, experiences with and expectations towards GPs in German primary care. BMC Fam Pract 2016;17(1):162. https://doi.org/10.1186/s12875-016-0562-4 DOI: https://doi.org/10.1186/s12875-016-0562-4

Whitehead J, Shaver J, Stephenson R. Outness, stigma, and primary health care utilization among rural LGBT populations. PLoS One 2016;11(1):e0146139. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0146139 DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0146139

Clark BA, Veale JF, Greyson D, Saewyc E. Primary care access and foregone care: a survey of transgender adolescents and young adults. Fam Pract 2018;35(3):302-6. https://doi.org/10.1093/fampra/cmx112 DOI: https://doi.org/10.1093/fampra/cmx112

Shires DA, Stroumsa D, Jaffee KD, Woodford MR. Primary care clinicians’ willingness to care for transgender patients. Ann Fam Med 2018;16(6):555-8. https://doi.org/10.1370/afm.2298 DOI: https://doi.org/10.1370/afm.2298

Oliveira GS, Nogueira JA, Costa GOP, Medeiros RLSFM, de Oliveira T, de Almeida SA. Serviços de saúde para lésbicas, gays, bissexuais e travestis/transexuais. Rev Enferm UFPE Online 2018;12(10):2598. https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i10a237014p2598-2609-2018 DOI: https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i10a237014p2598-2609-2018

Goldenberg T, Jadwin-Cakmak L, Popoff E, Reisner SL, Campbell BA, Harper GW. Stigma, gender affirmation, and primary healthcare use among black transgender youth. J Adolesc Heal 2019;65(4):483-90. https://doi.org/10.1016/j.jadohealth.2019.04.029 DOI: https://doi.org/10.1016/j.jadohealth.2019.04.029

Hinrichs A, Link C, Seaquist L, Ehlinger P, Aldrin S, Pratt R. Transgender and gender nonconforming patient experiences at a Family Medicine Clinic. Acad Med 2018;93(1):76-81. https://doi.org/10.1097/ACM.0000000000001837 DOI: https://doi.org/10.1097/ACM.0000000000001837

Stroumsa D, Shires DA, Richardson CR, Jaffee KD, Woodford MR. Transphobia rather than education predicts provider knowledge of transgender health care. Med Educ 2019;53(4):398-407. https://doi.org/10.1111/medu.13796 DOI: https://doi.org/10.1111/medu.13796

Scheim AI, Coleman T, Lachowsky N, Bauer GR. Health care access among transgender and nonbinary people in Canada, 2019: a cross-sectional survey. C Open 2021;9(4):E1213-22. https://doi.org/10.9778/cmajo.20210061 DOI: https://doi.org/10.9778/cmajo.20210061

Brasil. Ministério da Saúde. Política nacional de saúde integral de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transsexuais [Internet]. Ministério da Saúde; 2013. p. 34 [acessado em 01 dez. 2022]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_saude_lesbicas_gays_bissexuais_travestis.pdf

Furness BW, Goldhammer H, Montalvo W, Gagnon K, Bifulco L, Lentine D, et al. Transforming primary care for lesbian, gay, bisexual, and transgender people: A collaborative quality improvement initiative. Ann Fam Med 2020;18(4):292-302. https://doi.org/10.1370/afm.2542 DOI: https://doi.org/10.1370/afm.2542

Miskolci R, Gomes Pereira PP. Between visibility and listening: access of the LGBTI+ population to primary healthcarei. Soc Estado 2022;37(1):193-215. https://doi.org/10.1590/s0102-6992-202237010009 DOI: https://doi.org/10.1590/s0102-6992-202237010009

Publicado

2024-09-29

Como Citar

1.
Ferreira LM, Batista GG, Boillet L Érica M. Barreiras no acesso à Atenção Básica pela população LGBTQIA+: uma revisão integrativa. Rev Bras Med Fam Comunidade [Internet]. 29º de setembro de 2024 [citado 21º de dezembro de 2024];19(46):3594. Disponível em: https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3594

Edição

Seção

Artigos de Pesquisa

Plaudit