Atenção primária à saúde perante a síndrome pós-COVID-19
uma revisão integrativa
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc20(47)3644Palavras-chave:
Atenção primária à saúde, Medicina de família e comunidade, Síndrome de pós- COVID-19 agudaResumo
Introdução: A atenção primária à saúde tem desempenhado papel fundamental no cuidado aos pacientes com a síndrome pós-COVID-19. A síndrome pós-COVID-19 é caracterizada como uma condição patológica que compreende o aparecimento de sinais e sintomas após a infecção pelo Sars-CoV-2, manifestando-se nas fases aguda, intermediária e a longo prazo. Objetivo: Compreender os mecanismos desenvolvidos pela atenção primária à saúde para melhorar a gestão no cuidado integral de pacientes com a síndrome pós-COVID-19, em diálogo com os sistemas de saúde brasileiro e alemão. Métodos: Foi realizada uma busca teórica e exploratória em duas bases de dados (PubMed e Web of Science) sobre o manejo da síndrome pós-COVID-19, considerando os desafios e as potencialidades da atenção primária no Brasil e na Alemanha, para manejar adequadamente os pacientes com essa condição. Resultados: A síndrome pós- COVID-19 afeta diferentes órgãos e sistemas, sendo necessário um manejo baseado em modelos multimodais e biopsicossociais, considerando formas terapêuticas médicas e não médicas. Apesar de a cobertura de saúde primária ter melhorado no Brasil e na Alemanha no quesito tratamento da referida síndrome, ainda é possível observar alguns desafios no seu manejo. Conclusões: Aprimorar o manejo da síndrome pós-COVID-19 na atenção primária à saúde requer uma abordagem multifacetada. Isso envolve o avanço da compreensão profissional dos mecanismos fisiopatológicos complexos e em evolução da síndrome, o estabelecimento e a atualização regular de diretrizes clínicas baseadas em evidências para o manejo de sintomas persistentes e o desenvolvimento de sistemas estruturados de referência e contrarreferência. Além disso, os profissionais da saúde devem receber formação para atuarem no diagnóstico precoce e no encaminhamento adequado dos pacientes com pós-COVID-19 na atenção primária à saúde. Esses esforços devem ser adaptados à realidade local de saúde, enfatizando a colaboração intersetorial e a integração das dimensões física, psicológica e social na prestação do cuidado integral.
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