Fatores associados ao acesso à Atenção Primária no Brasil

resultados da Pesquisa Nacional de Saúde 2019

Autores

  • Mayonara Fabíola Silva Araújo Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Natal (RN), Brazil. https://orcid.org/0000-0003-3505-9603
  • Talita Araújo de Souza Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Natal (RN), Brazil. https://orcid.org/0000-0002-3138-6626
  • Arthur de Almeida Medeiros Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Natal (RN), Brazil.
  • Isabelle Ribeiro Barbosa Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Natal (RN), Brazil. https://orcid.org/0000-0002-1385-2849

DOI:

https://doi.org/10.5712/rbmfc20(47)3720

Palavras-chave:

Atenção primária à saúde, Acessibilidade aos serviços de saúde, Inquéritos epidemiológicos

Resumo

Introdução: Acesso à saúde refere-se à capacidade dos indivíduos de utilizarem os serviços necessários de maneira oportuna e contínua, sendo um componente essencial para a efetividade dos sistemas de saúde, e a APS deve ser o primeiro ponto de contato do indivíduo com o sistema de saúde. Objetivo: Analisar os fatores associados ao acesso à Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil. Métodos: Estudo com os dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2019, realizada no Brasil. A amostra foi composta por participantes 7.471 indivíduos. Aspectos sociodemográficos individuais foram explorados em uma análise descritiva e multivariada utilizando a Regressão de Poisson, considerando nível de significância de 5%. Resultados: entre os brasileiros que buscaram atendimento de saúde, 37% (IC95% 35,6–38,4) optaram pelas unidades básicas do Sistema Único de Saúde (SUS). Entre os que procuraram este serviço, a prevalência do acesso foi de 72,4% (IC95% 70,3–74,4). O acesso à APS foi associado a autoavaliação do estado de saúde como regular, ruim ou muito ruim (RP=1,13; IC95% 1,07–1,18), não ter instrução (RP=1,21; IC95% 1,10–1,33) e viver na zona rural (RP=1,09; IC95% 1,06–1,13), cor da pele/raça (Amarelos: RP=1,19; IC95% 1,00–1,41; Indígenas: RP=1,21; IC95% 1,08–1,36) e domicílio estar cadastrado na Estratégia Saúde da Família (ESF) (RP=1,16; IC95% 1,08–1,25). Houve menor prevalência do acesso à APS entre os que possuem diagnóstico de doenças crônicas (RP=0,80; IC95% 0,07–0,84) e fazem uso moderado (RP=0,88; IC95% 0,83–0,94) ou excessivo de álcool (RP=0,88: IC95% 0,83–0,94). Conclusões: Assim, faz-se necessária a implementação de estratégias e políticas públicas para melhorar o acesso ao público que refere doenças crônicas e faz uso de álcool.

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Publicado

2025-08-16

Como Citar

1.
Araújo MFS, Souza TA de, Medeiros A de A, Barbosa IR. Fatores associados ao acesso à Atenção Primária no Brasil: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde 2019. Rev Bras Med Fam Comunidade [Internet]. 16º de agosto de 2025 [citado 27º de setembro de 2025];20(47):3720 . Disponível em: https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3720

Edição

Seção

Artigos de Pesquisa

Plaudit