Fatores associados ao acesso à Atenção Primária no Brasil
resultados da Pesquisa Nacional de Saúde 2019
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc20(47)3720Palavras-chave:
Atenção primária à saúde, Acessibilidade aos serviços de saúde, Inquéritos epidemiológicosResumo
Introdução: Acesso à saúde refere-se à capacidade dos indivíduos de utilizarem os serviços necessários de maneira oportuna e contínua, sendo um componente essencial para a efetividade dos sistemas de saúde, e a APS deve ser o primeiro ponto de contato do indivíduo com o sistema de saúde. Objetivo: Analisar os fatores associados ao acesso à Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil. Métodos: Estudo com os dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2019, realizada no Brasil. A amostra foi composta por participantes 7.471 indivíduos. Aspectos sociodemográficos individuais foram explorados em uma análise descritiva e multivariada utilizando a Regressão de Poisson, considerando nível de significância de 5%. Resultados: entre os brasileiros que buscaram atendimento de saúde, 37% (IC95% 35,6–38,4) optaram pelas unidades básicas do Sistema Único de Saúde (SUS). Entre os que procuraram este serviço, a prevalência do acesso foi de 72,4% (IC95% 70,3–74,4). O acesso à APS foi associado a autoavaliação do estado de saúde como regular, ruim ou muito ruim (RP=1,13; IC95% 1,07–1,18), não ter instrução (RP=1,21; IC95% 1,10–1,33) e viver na zona rural (RP=1,09; IC95% 1,06–1,13), cor da pele/raça (Amarelos: RP=1,19; IC95% 1,00–1,41; Indígenas: RP=1,21; IC95% 1,08–1,36) e domicílio estar cadastrado na Estratégia Saúde da Família (ESF) (RP=1,16; IC95% 1,08–1,25). Houve menor prevalência do acesso à APS entre os que possuem diagnóstico de doenças crônicas (RP=0,80; IC95% 0,07–0,84) e fazem uso moderado (RP=0,88; IC95% 0,83–0,94) ou excessivo de álcool (RP=0,88: IC95% 0,83–0,94). Conclusões: Assim, faz-se necessária a implementação de estratégias e políticas públicas para melhorar o acesso ao público que refere doenças crônicas e faz uso de álcool.
Downloads
Métricas
Referências
Vicari T, Lago LM, Bulgarelli AF. Realidades das práticas da Estratégia Saúde da Família como forças instituintes do acesso aos serviços de saúde do SUS: uma perspectiva da Análise Institucional. Saúde Debate. 2022;46(132):135-47. https://doi. org/10.1590/0103-1104202213209
Levesque JF, Harris MF, Russell G. Patient-centred access to health care: conceptualising access at the interface of health systems and populations. Int J Equity Health. 2013;12:18. https://doi.org/10.1186/1475-9276-12-18 DOI: https://doi.org/10.1186/1475-9276-12-18
Henry J, Beruf C, Fischer T. Access to health care for pregnant Arabic-speaking refugee women and mothers in Germany. Qual Health Res. 2020;30(3):437-47. https://doi.org/10.1177/1049732319873620 DOI: https://doi.org/10.1177/1049732319873620
Vignier N, Spira RD, Lert F, Pannetier J, Ravalihasy A, Gosselin A, et al. Health care access of Sub-Saharan African migrants living with chronic hepatitis B. Sante Publique. 2017;29(3):361-70. https://doi.org/10.3917/spub.173.0361 DOI: https://doi.org/10.3917/spub.173.0361
Racher FE, Vollman AR. Exploring the dimensions of access to health services: implications for nursing research and practice. Res Theory Nurs Pract. 2002;16(2):77-90. https://doi.org/10.1891/rtnp.16.2.77.53003 DOI: https://doi.org/10.1891/rtnp.16.2.77.53003
World Health Organization. World Health Statistics 2016: Monitoring Health for the SDGs Sustainable. Genebra: World Health Organization; 2016.
Hall JJ, Taylor R. Health for all beyond 2000: the demise of the Alma-Ata Declaration and primary health care in developing countries. Med J Australia. 2003;178(1):17-20. https://doi.org/10.5694/j.1326-5377.2003.tb05033.x DOI: https://doi.org/10.5694/j.1326-5377.2003.tb05033.x
Starfield B. Atenção Primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia. Brasília: UNESCO, Ministério da Saúde; 2002.
Morosini MVGC, Fonseca AF, Lima LDD. Política Nacional de Atenção Básica 2017: retrocessos e riscos para o Sistema Único de Saúde. Saúde Debate. 2018;42(116):11-24. https://doi.org/10.1590/0103-1104201811601 DOI: https://doi.org/10.1590/0103-1104201811601
Souza-Júnior PRB, Freitas MPS, Antonaci GA, Szwarcwald CL. Desenho Epidemiologia e Serviços de Saúde, da amostra da Pesquisa Nacional de Saúde 2013. Epidemiol Serv Saúde. 2015;24(2):207-16. https://doi.org/10.5123/S1679- 49742015000200003 DOI: https://doi.org/10.5123/S1679-49742015000200003
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa nacional de saúde, 2013: Acesso e utilização dos serviços de saúde, acidentes e violências: Brasil, grandes regiões e unidades da Federação. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2013.
Martins MMF, Aquino R, Pamponet ML, Pinto Junior EP, Amorim LDAF. Adolescent and youth access to primary health care services in a city in the state of Bahia, Brazil. Cad Saúde Pública. 2019;35(1):e00044718. https://doi.org/10.1590/0102- 311X00044718 DOI: https://doi.org/10.1590/0102-311x00044718
Viacava F, Bellido JG. Health, access to services and sources of payment, according to household surveys. Ciênc Saúde Coletiva. 2016;21(2):351-70. https://doi.org/10.1590/1413-81232015212.19422015 DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232015212.19422015
Dantas MNP, Souza DLBD, Souza AMGD, Aiquoc KM, Souza TAD, Barbosa IR. Fatores associados ao acesso precário aos serviços de saúde no Brasil. Rev Bras Epidemiol. 2020;24:e210004. https://doi.org/10.1590/1980-549720210004 DOI: https://doi.org/10.1590/1980-549720210004
Malta DC, Santos MAS, Stopa SR, Vieira JEB, Melo EA, Reis AACD. Family health strategy coverage in Brazil, according to the National Health Survey, 2013. Ciênc Saúde Coletiva. 2016;21(2):327-38. https://doi.org/10.1590/1413- 81232015212.23602015 DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232015212.23602015
Neves RG, Flores TR, Duro SMS, Nunes BP, Tomasi E. Time trend of family health strategy coverage in Brazil, its regions and federative units, 2006-2016. Epidemiol Serv Saúde. 2018;27(3):e2017170. https://doi.org/10.5123/S1679- 49742018000300008 DOI: https://doi.org/10.5123/S1679-49742018000300008
Cobo B, Cruz C, Dick PC. Gender and racial inequalities in the access to and the use of Brazilian health services. Ciênc Saúde Coletiva. 2021;26(9):4021-32. https://doi.org/10.1590/1413-81232021269.05732021 DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232021269.05732021
Medeiros SM, Silva LSR, Carneiro JA, Ramos GCF, Barbosa ATF, Caldeira AP. Factors associated with negative self-rated health among non-institutionalized elderly in Montes Claros, Brazil. Ciênc Saúde Coletiva. 2016;21(11):3377-86. https://doi. org/10.1590/1413-812320152111.18752015 DOI: https://doi.org/10.1590/1413-812320152111.18752015
Santos MMD, Cruz KJC, Sá LCRD, Batista CC, Aguiar EMG, Nogueira AMT. Healthcare provided to Indigenous people from the Northeast Brazilian state of Maranhão by the Unified Health System in Teresina-PI in 2011: a descriptive study. Epidemiol Serv Saúde. 2016;25(1):127-36. https://doi.org/10.5123/S1679-49742016000100013 DOI: https://doi.org/10.5123/S1679-49742016000100013
Mendes AM, Leite MS, Langdon EJ, Grisotti M. The challenge of providing primary healthcare care to indigenous peoples in Brazil. Rev Panam Salud Publica. 2018;42:e184. https://doi.org/10.26633/RPSP.2018.184 DOI: https://doi.org/10.26633/RPSP.2018.184
Barros MBDA, César CLG, Carandina L, Torre GD. Desigualdades sociais na prevalência de doenças crônicas no Brasil, PNAD-2003. Ciênc Saúde Coletiva. 2006;11(4):911-26. https://doi.org/10.1590/S1413-81232006000400014 DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-81232006000400014
Silocchi C, Junges JR. Equipes de atenção primária: dificuldades no cuidado de pessoas com doenças crônicas não transmissíveis. Trab Educ Saúde. 2017;15(2):599-615. https://doi.org/10.1590/1981-7746-sol00056 DOI: https://doi.org/10.1590/1981-7746-sol00056
Mendes EV. Entrevista: A abordagem das condições crônicas pelo Sistema Único de Saúde. Ciênc Saúde Coletiva. 2018;23(2):431-36. https://doi.org/10.1590/1413-81232018232.16152017 DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232018232.16152017
Claro HG, Oliveira MAFD, Titus JC, Fernandes IFDAL, Pinho PH, Tarifa RR. Drug use, mental health and problems related to crime and violence: cross-sectional study. Rev Latino-Am Enfermagem. 2015;23(6):1173-80. https://doi.org/10.1590/0104- 1169.0478.2663 DOI: https://doi.org/10.1590/0104-1169.0478.2663
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Mayonara Fabíola Silva Araújo, Talita Araújo de Souza, Arthur de Almeida Medeiros, Isabelle Ribeiro Barbosa

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Ao submeterem um manuscrito à RBMFC, os autores mantêm a titularidade dos direitos autorais sobre o artigo, e autorizam a RBMFC a publicar esse manuscrito sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 e identificar-se como veículo de sua publicação original.