A experiência de um grupo de saúde mental para adolescentes na Atenção Primária à Saúde
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc18(45)3812Palavras-chave:
Saúde mental, Adolescentes, Pandemias.Resumo
Problema: Os transtornos mentais estão cada vez mais prevalentes entre os adolescentes, principalmente após a pandemia de COVID-19. A escola é um ambiente de identificação desse sofrimento por parte de professores, orientadores e outros colegas. Identificou-se, por meio do Programa Saúde na Escola, a necessidade de intervenção na promoção da saúde mental de adolescentes em uma das escolas do território da Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 Candangolândia. Foi construída uma intervenção interprofissional que ocorreu durante o ano letivo, descrita neste artigo. Método: Trata-se de um relato da experiência de profissionais de uma UBS do Distrito Federal na realização de um grupo de saúde mental para adolescentes em uma escola pública. Resultados: O grupo foi elaborado com alunos do 6º ao 9º ano, alguns indicados pela orientadora educacional e outros com interesse de forma voluntária, com encontros semanais. Alguns dos temas trabalhados foram: ansiedade, conflitos familiares, planos para o futuro, conflitos na escola, entre outros. No decorrer do ano, notou-se que alguns estudantes se encontravam em sofrimento mental importante e, em um dos encontros, foi realizada uma triagem por meio do instrumento Patient Health Questionnaire 9 (PHQ-9). Por meio dessa ferramenta, foram identificados casos complexos que demandam acompanhamento individual e, a partir daí, foi possível convocar familiares e encaminhá-los para avaliação em suas UBS de referência. Ao fim do ano, a percepção dos profissionais envolvidos foi que o trabalho realizado no grupo surtiu efeito no comportamento dos estudantes, com diminuição das demandas levadas à orientadora e à coordenadora educacional. Entre as dificuldades, encontramos resistência no envolvimento de pais e responsáveis no plano de cuidado proposto pela equipe. Conclusão: Um espaço de escuta qualificado e interprofissional, no ambiente escolar, permitiu abordar os sentimentos dos estudantes nessa fase da vida, a autopercepção de suas limitações e qualidades, além de ter aproximado a UBS e a escola, facilitando o acesso ao cuidado em saúde.
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