Avaliação do conhecimento em cuidados paliativos entre médicos de família e comunidade
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc18(45)3871Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde, Cuidados Paliativos, Medicina de Família e Comunidade, Residência médica.Resumo
Introdução: O aumento da demanda por cuidados paliativos é uma realidade mundial, considerando-se o envelhecimento populacional e o aumento das doenças crônicas não transmissíveis. Sabendo-se que o lócus ideal para o provimento desse cuidado é a Atenção Primária à Saúde, o médico de família e comunidade precisa estar apto para que em sua prática clínica se apliquem cuidados paliativos para a população sob seus cuidados. Objetivos: O estudo propõe-se a avaliar o conhecimento acerca de cuidados paliativos entre médicos da Atenção Primária à Saúde ligados a um Programa de Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade. Métodos: Estudo descritivo e estatístico, de corte transversal, com abordagem quantitativa, realizado em 12 unidades de saúde da Atenção Primária à Saúde em município do sul do Brasil, no ano de 2021. Os dados foram coletados de questionário autoaplicável, com questões objetivas de múltipla escolha, construído especificamente para este estudo, sendo o conteúdo definido com base nos eixos temáticos do Currículo Baseado em Competências da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, de 2015. Para a análise dos dados estatísticos utilizou-se o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). Resultados: A amostra foi composta de 62 médicos, entre contratados, preceptores da residência e residentes do serviço. Todos os participantes consideram haver demanda por cuidados paliativos nas unidades em que atuam, porém quase um quarto dos participantes nega ter atendido ou preceptorado casos no último ano. Quanto às questões técnicas acerca de cuidados paliativos, a média de acertos foi de 81,57%, porém evidenciou-se uma associação estatisticamente significativa entre a função exercida no serviço e a média de acertos, tendo o residente do segundo ano uma média maior que as demais categorias. Também se observou que profissionais que atendem mais casos de cuidados paliativos são capazes de identificar a demanda nos casos clínicos apresentados. Conclusões: O estudo sinaliza que há um conhecimento teórico em cuidados paliativos satisfatório entre os médicos de família e comunidade e residentes do serviço. A formalização dessa temática nos currículos tanto da graduação quanto da residência, ainda que de forma inicial, pode estar contribuindo para a disseminação de conhecimento e a formação dos médicos. Contudo, os resultados também apontam para a dificuldade desses profissionais em identificar as demandas em cuidados paliativos na sua prática de trabalho e indicá-los de forma adequada aos pacientes que atendem.
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