A atenção primária no enfrentamento aos desastres socioambientais

a experiência de Petrópolis – RJ

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5712/rbmfc19(46)4204

Palavras-chave:

Resposta em desastres, Atenção Primária à Saúde, Residência médica.

Resumo

O município de Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro, enfrentou, em fevereiro de 2022, o maior desastre socioambiental de sua história, resultando em 244 mortes e milhares de desabrigados. Desastres como esse são definidos como sérias interrupções que excedem a capacidade da comunidade afetada de lidar com a situação utilizando seus próprios recursos. A vulnerabilidade a desastres resulta de processos sociais precários e mudanças ambientais que tornam certas populações e áreas mais suscetíveis. Os efeitos na saúde pública incluem danos materiais e humanos, com demandas de saúde emergindo ao longo do tempo, desde atendimentos de urgência até problemas de saúde mental. A Atenção Primária à Saúde (APS) desempenha um papel crucial em todas as fases de resposta a desastres. Este artigo visa relatar as ações das equipes de saúde da família ligadas ao Programa de Residência de Medicina de Família e Comunidade em resposta ao desastre de 2022, seja imediatamente atendendo feridos, fornecendo medicamentos, realizando curativos, vacinações e gerenciando condições crônicas, seja nas semanas subsequentes marcadas pelo acolhimento às vítimas, pela coordenação de doações e os cuidados nos abrigos. A atuação coordenada da APS foi essencial para fornecer cuidados de saúde adequados e organizar as ações nos abrigos. A experiência destacou a importância da preparação das equipes de saúde para lidar com desastres e a necessidade de incluir esse tema na formação profissional em APS.

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Biografia do Autor

Amanda Vieira dos Santos, Faculdade de Medicina de Petrópolis – Petrópolis (RJ), Brasil.

Bióloga, Graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina Souza Marques, Médica especialista em Medicina de Família e Comunidade pela UNIFASE - Petrópolis/RJ, e pós-graduada em Otorrinolaringologia pela PUC-Rio/RJ. Preceptora do Internato de Saúde da Família e Semiologia I vinculada à UNIFASE/FMP

Maria Gabriela Campos Gomes Terra, Faculdade de Medicina de Petrópolis – Petrópolis (RJ), Brasil.

Médica formada pela Faculdade de Medicina de Petrópolis 2021 (UNIFASE/FMP). Residente de Medicina de Família e Comunidade 2024 pela UNIFASE/FMP

Rafael Aragão Ribeiro, Faculdade de Medicina de Petrópolis – Petrópolis (RJ), Brasil.

Médico de Família e Comunidade, atuando na Estratégia de Saúde da Família em Petrópolis - RJ, sendo Médico e Preceptor do Internato de Saúde da Família e Clínica Médica I, vinculado a UNIFASE/FMP. Residência Médica pela Faculdade de Medicina de Petrópolis no Programa de Medicina da Família e Comunidade (2023). Possui graduação em Medicina pela Universidade Estácio de Sá (2018)

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Publicado

2024-12-10

Como Citar

1.
Santos AV dos, Terra MGCG, Ribeiro RA, Rosas JBM. A atenção primária no enfrentamento aos desastres socioambientais: a experiência de Petrópolis – RJ. Rev Bras Med Fam Comunidade [Internet]. 10º de dezembro de 2024 [citado 21º de dezembro de 2024];19(46):4204. Disponível em: https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4204

Edição

Seção

Especial Residência Médica

Plaudit