Prevalência e controle de hanseníase: pesquisa em uma ocupação urbana de São Luís, Maranhão, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc9(30)690Palavras-chave:
Prevalência, Hanseníase, Medicina de Família e Comunidade, Atenção Primária à SaúdeResumo
Objetivo: Investigar a prevalência de incapacidades em pacientes com Hanseníase em três Unidades Básicas de Saúde (UBS) de São Luís no Maranhão e discutir preliminarmente possíveis modos de controle da doença. Métodos: Foi realizado estudo retrospectivo descritivo por meio dos prontuários de todos os pacientes hansenianos (n=57) cadastrados nas UBS, no período correspondente aos anos de 2008 a 2009. As variáveis coletadas foram: idade, sexo, aspectos e situação clínica dos pacientes (GIF- Grau de incapacidade física, classificação operacional e forma clínica). Resultados: Foram encontrados 57 prontuários de pacientes hansenianos, dos quais 24 continham alguma alteração quanto ao grau de incapacidade dos pacientes. Entre aqueles que tinham algum grau de incapacidade física, 8 (33,3%) encontravam-se entre 21 e 30 anos, 2 (8,3%) tinham menos de 10 anos, 1 paciente (4,1%) tinha mais de 60 anos. Com relação ao sexo, 15 eram homens (62,5%) e 9 eram mulheres (37,5%). Quanto à classificação operacional da doença, três casos eram paucibacilares e 21 multibacilares. Dos 57 casos estudados, 33 usuários apresentaram GIF 0; 17 pacientes, GIF I; e 7 pacientes, GIF II. A prevalência de incapacidades físicas em pacientes com hanseníase neste estudo foi de 42,1%, correspondendo a 24 pacientes. Conclusão: O percentual de 12,28% para GIF II sugere que são necessárias medidas de tratamento e reabilitação com uma abordagem mais específica e foco nos serviços de atenção primária, para se evitar o agravamento da enfermidade e permitir o controle das incapacidades.
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