Conhecimentos, atitudes e prática de médicos e enfermeiros da Estratégia Saúde da Família em relação à incontinência urinária feminina

Autores

  • Ana Carolinne Portela Rocha Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
  • Adriana Barbieri Feliciano Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
  • Maristela Carbol Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
  • Cecilia Candolo Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
  • Fernanda Vieira Rodovalho Callegari Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

DOI:

https://doi.org/10.5712/rbmfc11(38)1146

Palavras-chave:

Conhecimentos, Atitudes e Prática em Saúde. Profissionais da Saúde. Incontinência Urinária. Estratégia Saúde da Família. Saúde da Mulher.

Resumo

Objetivo: Analisar conhecimentos, atitudes e prática de médicos e enfermeiros da Estratégia Saúde da Família (ESF) em relação à incontinência urinária (IU) feminina. Métodos: O estudo foi realizado nas 19 equipes da ESF de um município no interior paulista, as quais possuíam 41 profissionais elegíveis (22 médicos e 19 enfermeiros). Foi desenvolvido e utilizado um questionário autoaplicável com questões sobre conhecimentos, atitudes e prática dos profissionais na atenção às mulheres com IU. Resultados: Responderam ao questionário 33 profissionais (80% da população alvo), sendo 15 médicos e 18 enfermeiros. A maioria dos participantes possuía um nível de conhecimento adequado em relação à propedêutica clínica da IU e considerou que suas atribuições englobam a investigação diagnóstica e o tratamento da IU não complicada. Entretanto, uma parcela significativa desconhecia os exames complementares e a conduta terapêutica para a abordagem inicial das mulheres com IU, principalmente naquelas com IU de Urgência. Quanto à prática, um número expressivo desses profissionais não prescrevia exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico, não realizava ações de educação em saúde com as mulheres ou promovia atividades de educação permanente com a equipe de trabalho. Conclusão: Os déficits de investigação diagnóstica e tratamento da IU feminina identificados sugerem a necessidade de educação permanente e integração de equipes de apoio matricial à ESF, a fim de promover um cuidado mais integral à população. Tais equipes podem ser provenientes dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) e/ou de parcerias com as universidades locais.

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Biografia do Autor

Ana Carolinne Portela Rocha, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

Departamento de Fisioterapia

Adriana Barbieri Feliciano, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

Departamento de Enfermagem

Maristela Carbol, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

Departamento de Medicina - Área de Saúde da Mulher

Cecilia Candolo, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

Departamento de Estatística

Fernanda Vieira Rodovalho Callegari, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

Departamento de Medicina/ Área de Saúde da Mulher

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Publicado

2016-08-15

Como Citar

1.
Rocha ACP, Feliciano AB, Carbol M, Candolo C, Callegari FVR. Conhecimentos, atitudes e prática de médicos e enfermeiros da Estratégia Saúde da Família em relação à incontinência urinária feminina. Rev Bras Med Fam Comunidade [Internet]. 15º de agosto de 2016 [citado 19º de março de 2024];11(38):1-13. Disponível em: https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/1146

Edição

Seção

Artigos de Pesquisa

Plaudit