Revisão clínica

introdução de antipsicóticos na atenção primária à saúde

Autores

  • Daiane Maria Cordeiro Secretaria Municipal de Saúde de São Bernardo do Campo – São Bernardo do Campo (SP), Brasil https://orcid.org/0000-0002-0099-6659
  • Guilherme Antoniacomi Pereira Secretaria Municipal de Saúde de São Bernardo do Campo – São Bernardo do Campo (SP), Brasil https://orcid.org/0000-0003-3794-1704
  • Rafael Nunes Borges Secretaria Municipal de Saúde de São Bernardo do Campo – São Bernardo do Campo (SP), Brasil https://orcid.org/0000-0002-6173-0790

DOI:

https://doi.org/10.5712/rbmfc18(45)2930

Palavras-chave:

Psicoses, Atenção primária à saúde, Antipsicóticos.

Resumo

Os antipsicóticos são a primeira linha de tratamento para os sintomas psicóticos e suas síndromes. A psicose pode se apresentar como: delírios, alucinações, desorganização do pensamento e alteração do comportamento. Estima-se que 13 a 23% da população os apresente em algum momento ao longo da vida. Esta revisão clínica pretende auxiliar na tomada de decisão sobre quando e como introduzir antipsicóticos na atenção primária à saúde, levando em conta sua eficácia, o perfil de efeitos colaterais e os principais cuidados com as comorbidades relevantes. Realizou-se revisão da literatura nas bases de dados eletrônicos United States National Library of Medicine (PubMed), BMJ Best Practice e UpToDate — sumarizadores de evidência — no período de outubro a novembro de 2020. Foram incluídos artigos que abordassem a introdução de antipsicóticos na atenção primária, em maiores de 18 anos, com publicação após 2010, em português, inglês, espanhol ou francês. Foram obtidos 76 artigos considerados elegíveis. Destes, 27 foram selecionados para leitura integral. O antipsicótico deve ser recomendado para qualquer pessoa que apresente um primeiro episódio de psicose. Preferencialmente, a escolha terapêutica deve fazer parte do plano conjunto, centrado na pessoa, levando em conta os efeitos colaterais. Não há superioridade na eficácia entre um antipsicótico ou outro, nem mesmo entre grupos. Analisou-se o perfil de eficácia, efeitos adversos, segurança e tolerabilidade dos principais fármacos disponíveis, facilitando a tomada de decisão perante a introdução dos antipsicóticos. Pela escassa literatura nacional, não foi possível analisar o perfil específico para a população brasileira.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Guilherme Antoniacomi Pereira, Secretaria Municipal de Saúde de São Bernardo do Campo – São Bernardo do Campo (SP), Brasil

Médico residente em Medicina de Família e Comunidade da Secretaria Municipal de Saúde de São Bernardo do Campo (SP)

http://lattes.cnpq.br/2644198688900056 

Rafael Nunes Borges, Secretaria Municipal de Saúde de São Bernardo do Campo – São Bernardo do Campo (SP), Brasil

Mestrando no Programa Mestrado Profissional em Saúde da Família (PROFSAÚDE) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

http://lattes.cnpq.br/1361972923550267 

Referências

BMJ Publishing Group Limited. BMJ Best Practice [Internet]. [acessado em 17 dec. 2020]. Disponível em: https://bestpractice.bmj.com/info/pt/

UpToDate Marketing Professional. UpToDate [Internet]. [acessado em 17 dec. 2020]. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/search DOI: https://doi.org/10.1097/01.NPR.0000794532.62172.af

Cooper SJ, Reynolds GP, Barnes TRE, England E, Haddad PM, Heald A, et al. BAP guidelines on the management of weight gain, metabolic disturbances and cardiovascular risk associated with psychosis and antipsychotic drug treatment. J Psychopharmacol 2016;30(8):717-48. https://doi.org/10.1177/0269881116645254 DOI: https://doi.org/10.1177/0269881116645254

Shah AA, Aftab A, Coverdale J. QTc prolongation with antipsychotics: is routine ECG monitoring recommended? J Psychiatr Pract 2014;20(3):196-206. https://doi.org/10.1097/01.pra.0000450319.21859.6d DOI: https://doi.org/10.1097/01.pra.0000450319.21859.6d

Bighelli I, Ostuzzi G, Girlanda F, Cipriani A, Becker T, Koesters M, et al. Implementation of treatment guidelines for specialist mental health care. Cochrane Database Syst Rev 2016;12(12):CD009780. https://doi.org/10.1002/14651858.CD009780.pub3 DOI: https://doi.org/10.1002/14651858.CD009780.pub3

Psychosis and schizophrenia in adults: prevention and management. London: National Institute for Health and Care Excellence (NICE); 2014. PMID: 32207892

Barnes TR; Schizophrenia Consensus Group of British Association for Psychopharmacology. Evidence-based guidelines for the pharmacological treatment of schizophrenia: recommendations from the British Association for Psychopharmacology. J Psychopharmacol 2011;25(5):567-620. https://doi.org/10.1177/0269881110391123 DOI: https://doi.org/10.1177/0269881110391123

BRASIL. Cadernos de Atenção Básica [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2013. [acessado em 17 dec. 2020]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_34_saude_mental.pdf

Barbui C, Girlanda F, Ay E, Cipriani A, Becker T, Koesters M. Implementation of treatment guidelines for specialist mental health care. Cochrane Database Syst Rev 2014;(1):CD009780. https://doi.org/10.1002/14651858.CD009780.pub2 DOI: https://doi.org/10.1002/14651858.CD009780.pub2

Ebell MH, Siwek J, Weiss BD, Woolf SH, Susman J, Ewigman B, et al. Strength of recommendation taxonomy (SORT): a patient-centered approach to grading evidence in the medical literature. Am Fam Physician. 2004;69(3):548-56. PMID: 14971837

Remington G, Addington D, Honer W, Ismail Z, Raedler T, Teehan M. Guidelines for the pharmacotherapy of schizophrenia in adults. Can J Psychiatry 2017;62(9):604-16. https://doi.org/10.1177/0706743717720448 DOI: https://doi.org/10.1177/0706743717720448

Comparative efficacy and tolerability of 15 antipsychotic drugs in schizophrenia: a multiple-treatments meta-analysis. Lancet 2013;382(9896):951-62. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(13)60733-3 DOI: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(13)60733-3

World Health Organization. Pharmacological treatment of mental disorders in primary health care. Geneva: WHO; 2009. PMID: 23762966

Nielsen J, Graff C, Kanters JK, Toft E, Taylor D, Meyer JM. Assessing QT interval prolongation and its associated risks with antipsychotics. CNS Drugs 2011;25(6):473-90. https://doi.org/10.2165/11587800-000000000-00000 DOI: https://doi.org/10.2165/11587800-000000000-00000

Galletly C, Castle D, Dark F, Humberstone V, Jablensky A, Killackey E, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the management of schizophrenia and related disorders. Aust N Z J Psychiatry 2016;50(5):410-72. https://doi.org/10.1177/0004867416641195 DOI: https://doi.org/10.1177/0004867416641195

Buchanan RW, Kreyenbuhl J, Kelly DL, Noel JM, Boggs DL, Fischer BA, et al. The 2009 schizophrenia PORT psychopharmacological treatment recommendations and summary statements. Schizophr Bull 2010;36(1):71-93. https://doi.org/10.1093/schbul/sbp116 DOI: https://doi.org/10.1093/schbul/sbp116

De Berardis D, Serroni N, Campanella D, Olivieri L, Ferri F, Carano A, et al. Update on the adverse effects of clozapine: focus on myocarditis. Curr Drug Saf 2012;7(1):55-62. https://doi.org/10.2174/157488612800492681 DOI: https://doi.org/10.2174/157488612800492681

Brasil. Relação Nacional de Medicamentos Essenciais 2020: Rename 2020 [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2020. [acessado em 7 feb. 2022]. Disponível em: http://portalms.saude.gov.br/assistencia-farmaceutica/medicamentos-rename

Puyat JH, Daw JR, Cunningham CM, Law MR, Wong ST, Greyson DL, et al. Racial and ethnic disparities in the use of antipsychotic medication: a systematic review and meta-analysis. Soc Psychiatry Psychiatr Epidemiol 2013;48(12):1861-72. https://doi.org/10.1007/s00127-013-0753-4 DOI: https://doi.org/10.1007/s00127-013-0753-4

De Hert M, Detraux J, van Winkel R, Yu W, Correll CU. Metabolic and cardiovascular adverse effects associated with antipsychotic drugs. Nat Rev Endocrinol 2011;8(2):114-26. https://doi.org/10.1038/nrendo.2011.156 DOI: https://doi.org/10.1038/nrendo.2011.156

Froes Brandao D, Strasser-Weippl K, Goss PE. Prolactin and breast cancer: the need to avoid undertreatment of serious psychiatric illnesses in breast cancer patients: a review. Cancer 2016;122(2):184-8. https://doi.org/10.1002/cncr.29714 DOI: https://doi.org/10.1002/cncr.29714

Organização Panamericana da Saúde. Rede Pan-Americana de Harmonização da Regulamentação Farmaêutica Documento Técnico No 5. Washington: OPAS; 2011. 1-85 p.

Serretti A, Chiesa A. A meta-analysis of sexual dysfunction in psychiatric patients taking antipsychotics. Int Clin Psychopharmacol 2011;26(3):130-40. https://doi.org/10.1097/YIC.0b013e328341e434 DOI: https://doi.org/10.1097/YIC.0b013e328341e434

La Torre A, Conca A, Duffy D, Giupponi G, Pompili M, Grözinger M. Sexual dysfunction related to psychotropic drugs: a critical review part II: antipsychotics. Pharmacopsychiatry 2013;46(6):201-8. https://doi.org/10.1055/s-0033-1347177 DOI: https://doi.org/10.1055/s-0033-1347177

Gardner DM, Murphy AL, O'Donnell H, Centorrino F, Baldessarini RJ. International consensus study of antipsychotic dosing. Am J Psychiatry 2010;167(6):686-93. https://doi.org/10.1176/appi.ajp.2009.09060802 DOI: https://doi.org/10.1176/appi.ajp.2009.09060802

Salvo F, Pariente A, Shakir S, Robinson P, Arnaud M, Thomas SHL, et al. Sudden cardiac and sudden unexpected death related to antipsychotics: A meta-analysis of observational studies. Clin Pharmacol Ther 2016;99(3):306-14. https://doi.org/10.1002/cpt.250 DOI: https://doi.org/10.1002/cpt.250

Publicado

2023-04-30

Como Citar

1.
Cordeiro DM, Pereira GA, Borges RN. Revisão clínica: introdução de antipsicóticos na atenção primária à saúde. Rev Bras Med Fam Comunidade [Internet]. 30º de abril de 2023 [citado 29º de março de 2024];18(45):2930. Disponível em: https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/2930

Edição

Seção

Artigos de Revisão Clínica

Plaudit