A residência de Medicina de Família e Comunidade no Brasil: breve recorte histórico
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc13(40)1687Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde, Medicina de Família e Comunidade, Clínicos Gerais, Internato e ResidênciaResumo
Introdução: A saúde no Brasil se estabeleceu como direito universal a partir da promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil em 1988, o qual foi posteriormente ratificado e normatizado pela edição da Lei no 8080 de 1990, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, conhecida por Lei Orgânica do Sistema Único de Saúde (SUS). Tendo como base os princípios norteadores foi lançado, pelo Ministério da Saúde, o Programa de Saúde da Família, em 1994, o qual se tornou Estratégia Saúde da Família, 12 anos após. No momento em que o país começou priorizar a Atenção Primária à Saúde (APS) como eixo central do sistema de saúde, assim como ocorre nos principais sistemas nacionais de saúde no mundo, percebeu-se a escassez de profissionais médicos formados para atuação nesse nível de atenção. Emergiu, então, a necessidade de ampliar o acesso à residência em Medicina de Família e Comunidade (MFC) no Brasil. Objetivo: Apresentar aspectos da constituição histórica dos Programas de Residência em MFC (PRMFC) brasileiros. Resultados: Nos primeiros anos do século XX, em diversas unidades federativas, houve considerável aumento de vagas de RMFC – com destaque para o PRMFC da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro –, abrangendo cidades que antes não contavam com essa formação. Tal contexto pode ser compreendido à luz da significativa articulação construída no âmbito do SUS, para a formação de recursos humanos em saúde. Conclusão: A Residência em MFC mantém-se em expansão no país e já pode ser encontrada em algumas das principais cidades do Brasil.
Downloads
Métricas
Referências
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Projeto Promoção da Saúde. As Cartas da Promoção da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2002.
Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil [Acesso 2016 Abr 22]. Disponível em https://www.imprensaoficial.com.br/downloads/pdf/Constituicoes_declaracao.pdf
Brasil. Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990 [Acesso 2016 Jun 18]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm
Nunes A, Santos JRS, Barata RB, Vianna SM. Medindo as desigualdades em saúde no Brasil: uma proposta de monitoramento. Brasília: OPAS, IPEA; 2001.
Franco TB, Merhy EE. Programa Saúde da Família (PSF): contradições de um programa destinado à mudança do modelo tecnoassistencial. In: Merhy EE, Magalhães Júnior HM, Rimoli J, Franco TB, Bueno WS, orgs. O trabalho em saúde: olhando e experienciando o SUS no cotidiano. São Paulo: Hucitec; 2003.
Janudis MA, Blasco PG, Haq C, Freeman J. Formando médicos para a Medicina de Família e Comunidade. Rev Bioét. 2007;15(1):27-36.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Coordenação de Saúde da Comunidade. Saúde da Família: uma estratégia para a reorientação do modelo assistencial. Brasília. Ministério da Saúde; 1997. 36 p.
Starfield B. Primary Care: Concept, Evaluation and Policy. New York: Oxford University Press; 1992.
Mello GA, Mattos ATR, Souto BGA, Fontanella BJB, Demarzo MMP. Médico de família: ser ou não ser? Dilemas envolvidos na escolha desta carreira. Rev Bras Educ Med. 2009;33(3):475-82. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-55022009000300017 DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-55022009000300017
Campos CEA. Os Princípios da Medicina de Família e Comunidade. Rev APS. 2005;8(2):181-90.
Conil EM. Ensaio histórico-conceitual sobre a Atenção Primária à Saúde: desafios para a organização de serviços básicos e da Estratégia Saúde da Família em centros urbanos no Brasil. Cad Saúde Pública.
;24 Suppl 1:S7-S16.
Tanaka OY, Oliveira VE. Reforma(s) e Estruturação do Sistema de Saúde Britânico: lições para o SUS. Saúde Soc. 2007;16(1):7-17.
Gusso GDF, Bensenor IJM, Olmos RD. Terminologia da atenção primária à saúde. Rev Bras Educ Med. 2012;36(1)93-9. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-55022012000100013
Anderson MIP, Gusso G, Castro Filho ED. Medicina de Família e Comunidade: especialistas em integralidade. Rev APS. 2005;8(1):61-7.
Rodrigues RD, Aguilera CE, Anderson MIP. Formação e qualificação do Médico de Família e Comunidade através de Programas de Residência Médica no Brasil, hoje: Considerações, Princípios e Estratégias. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade; 2005.
Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. A Medicina de Família e Comunidade: O Que, Como, Quando, Onde, Por que. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade; 2004 [acesso 2016 Jul 29]. Disponível em: http://www.sbmfc.org.br/media/file/documentos/medicina_de_familia.pdf
Arias-Castillo L, Toro CB, Freifer S, Fernández MA. Perfil do médico de família e comunidade: definição ibero americana. Santiago de Cali, Colômbia: Wonca; 2000.
Anderson MIP, Demarzo MMP, Rodrigues RD. A Medicina de Família e Comunidade, a Atenção Primária à Saúde e o Ensino de Graduação: recomendações e potencialidades. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2007;3(11):157-72. http://dx.doi.org/10.5712/rbmfc3(11)334 DOI: https://doi.org/10.5712/rbmfc3(11)334
Soranz DR. Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade do município do Rio de Janeiro. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2015;30(9):67-71 [Acesso 2016 Mar 2]. Disponível em: http://www.rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/882 DOI: https://doi.org/10.5712/rbmfc9(30)882
Falk JW. A medicina de família e comunidade e sua entidade nacional: histórico e perspectivas. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2004;1(1):5-10 [Acesso 2015 Maio 21]. Disponível em: https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/2 DOI: https://doi.org/10.5712/rbmfc1(1)2
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.143/, de 7 de julho de 2005. Apoia programas de residência médica em Medicina de Família e Comunidade (PRM-MFC), por meio do Programa de Bolsas para a Educação pelo Trabalho, do Ministério da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde; [Acesso 2016 Jul 28]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2005/prt1143_07_07_2005.html
González Blasco P, Roncoletta AFT, Moreto G, de Benedetto MAC, Levites M, Janaudis MA. SOBRAMFA has promoted family medicine education in Brazil since 1992. Med Educ. 2008;42(1):115. http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2923.2007.02929.x DOI: https://doi.org/10.1111/j.1365-2923.2007.02929.x
Fernandes CLC, Lopes JMC, Curra LCD, Mattos LFC. Oficina para Capacitar Preceptores em Medicina de Família e Comunidade: uma estratégia para qualificar a formação em MFC e a assistência em APS. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2007;3(11):173-9. http://dx.doi.org/10.5712/rbmfc3(11)335 DOI: https://doi.org/10.5712/rbmfc3(11)335
SBMFC. Histórico da Medicina de Família e Comunidade [Acesso 2016 Jul 31]. Disponível em: http://www.sbmfc.org.br/default.asp?site_Acao=mostraPagina&paginaId=3
SBMFC. Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade [Acesso 2016 Jul 27]. Disponível em: http://www.sbmfc.org.br/
Brasil. Decreto Nº 80.281, de 5 de Setembro de 1977. Brasília: Presidência da República; 1977 [Acesso 2016 Jul 22]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1970-1979/D80281.htm
Brasil. Lei nº 12.871, de 22 de outubro de 2013. Programa Mais Médicos [Acesso 2016 Jul 13]. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/Lei/L12871.htm
Brasil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES nº4 de 7 de novembro de 2001. Institui diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em Medicina. Brasília: Ministério da Educação; 2001.
Prefeitura do Rio de Janeiro. Medicina de Família dará bônus de 10% para ingresso em outras áreas Rio de Janeiro: Residência de Medicina de Família e Comunidade do Município do Rio de Janeiro; 2015 [Acesso 2016 Jul 27]. Disponível em: http://www.rmfcrio.org/2015/03/medicina-de-familia-dara-bonus-de-10.html
Brasil. Ministério da Saúde. Editais de Residência de Medicina de Família e Comunidade. Brasília: Ministério da Saúde; 2016 [Acesso 2016 Mar 2016]. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br
Simas KBF, Simões PP, Gomes AP, Costa AAZ, Pereira CG, Siqueira-Batista R. (Bio)ética e Atenção Primária à Saúde: estudo preliminar nas Clínicas da Família no município do Rio de Janeiro, Brasil. Ciênc Saúde Coletiva. 2016;21(5):1481-90. http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232015215.00332015 DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232015215.00332015
Poli Neto P. O Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade do município de Curitiba. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2014;9(31):192-4. http://dx.doi.org/10.5712/rbmfc9(31)904 DOI: https://doi.org/10.5712/rbmfc9(31)904
Lermen Júnior N. O Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade do município de Florianópolis. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2014;9(32):300-3. http://dx.doi.org/10.5712/rbmfc9(32)992 DOI: https://doi.org/10.5712/rbmfc9(32)992
Castro VS, Nóbrega-Therrien SM. Residência de Medicina de Família e Comunidade: uma estratégia de qualificação. Rev Bras Educ Med. 2009;33(2):211-20. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-55022009000200008 DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-55022009000200008
Prado Júnior JC. Desafios para a expansão de programas de residência em Medicina de Família e Comunidade: a experiência carioca. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2015;10(34):1-9. http://dx.doi.org/10.5712/rbmfc10(34)1105 DOI: https://doi.org/10.5712/rbmfc10(34)1105
Andrade ALA, Oliver LL, Melo TP. Implantação do Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Ciênc Saúde Coletiva. 2016;21(5):1471-80. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232015215.04342016
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Ao submeterem um manuscrito à RBMFC, os autores mantêm a titularidade dos direitos autorais sobre o artigo, e autorizam a RBMFC a publicar esse manuscrito sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 e identificar-se como veículo de sua publicação original.