Do saber ao ser: reflexões sobre a formação do médico de família e comunidade em serviço territorial de base comunitária
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc14(41)1897Palavras-chave:
Medicina de Família e Comunidade, Educação Médica, Promoção da Saúde, Educação em Saúde, Atenção Primária à SaúdeResumo
Objetivos: O presente estudo buscou a partir das reflexões sobre o processo de execução e manutenção de um grupo para a promoção de saúde em uma unidade de atenção primária em saúde no município de Fortaleza, CE, sistematizar a experiência de organização, execução e manutenção de um grupo para a promoção da saúde em uma unidade de atenção primária em saúde no município de Fortaleza, CE correlacionando a experiência do processo grupal com os referenciais teóricos da Atenção Primária em Saúde (APS) e da Abordagem Sistêmica Comunitária (ASC), apontar desafios e potencialidades dessa abordagem no contexto da APS e seu potencial impacto sobre a saúde das comunidades e sobre a formação de especialistas em Medicina de Família e Comunidade. Métodos: Utilizou-se uma metodologia de sistematização de experiências em diálogo com as narrativas autobiográficas e o círculo de cultura. Resultados: A recuperação do processo vivido evidenciou o potencial da integração entre ferramentas da ASC, da Educação Popular e do Processo Grupal, ancorados no conhecimento e na aplicação dos princípios norteadores da Medicina de Família e Comunidade para a produção de mudanças no processo de trabalho do profissional médico e no seu contexto de atuação. Conclusão: Ao sistematizar o processo vivido e confrontá-lo com a teoria da implicação do sujeito vieram à tona aspectos do fazer médico na APS que de outra forma permaneceriam restritos e implícitos no modo de Ser Médico de Família e Comunidade. A narrativa propõe questionamentos quanto ao impacto do desse fazer médico sobre a saúde das populações, individual e coletivamente e sobre o próprio profissional enquanto ser humano passível de adoecimento e dotado de infinitas potencialidades. Caminhos possíveis e as possibilidades de mudança e superação do modelo médico-assistencialista hegemônico e vigente foram propostos a partir desta narrativa plena de signos e significados.
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Referências
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