A atenção Primária à Saúde na pandemia da COVID-19
uma análise dos planos de resposta à crise sanitária no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc17(44)3336Palavras-chave:
Pandemias, Infecções por Coronavírus, COVID-19, Atenção Primária à Saúde, Modelos de Assistência à Saúde, Políticas públicas de saúde.Resumo
Introdução: A pandemia da COVID-19 afetou o mundo desigualmente. Países com ausência de coordenação nacional e/ou que resistiram a implementar as ações não farmacológicas de saúde pública tiveram suas populações impactadas pelo alto número de casos e pelas mortes por COVID-19, além de grandes impactos socioeconômicos, como o Brasil e os EUA. No caso brasileiro, especial atenção deve ser dada ao papel da Atenção Primária à Saúde (APS), considerando sua função de coordenadora e ordenadora do Sistema Único de Saúde. Objetivo: Este artigo tem como objetivo discutir as ações da APS no primeiro ano da emergência sanitária no Brasil. Métodos: Para realizar a análise proposta, consideramos os planos propostos por diversas organizações: Organização Mundial da Saúde, Conselho Nacional de Secretários de Saúde e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, Associação Brasileira de Saúde Coletiva e Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. Os documentos foram contrapostos ao conjunto de documentos publicados pelo Ministério da Saúde relacionados à APS. Resultados: A estratégia de combate à pandemia do Brasil falhou em subestimar o papel da APS. Mesmo diante do apelo e dos parâmetros estabelecidos por entidades nacionais e internacionais, a ação foi descoordenada e pouco do previsto em notas técnicas foi implementado. Conclusões: Entendendo que a pandemia ainda está em curso no Brasil, há a necessidade de retomar a centralidade da APS.
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