Aplicações e confiabilidade da Escala de Vulnerabilidade Mental na Atenção Primária à Saúde

Autores

  • Rafael Medeiros Roriz SES-DF https://orcid.org/0000-0001-8574-1171
  • Thiago de Sousa Sasaki Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, Medicina de Família e Comunidade – Brasília (DF), Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.5712/rbmfc19(46)4196

Palavras-chave:

Psicometria, Vulnerabilidade em Saúde, Saúde Mental, Prevenção Primária, Avaliação dos transtornos mentais em atenção primária.

Resumo

A elevada demanda de sofrimento mental traz novos desafios para a Atenção Primária à Saúde, que é responsável por se adaptar às necessidades da população assistida de modo a otimizar a promoção de saúde, acolhimento e equidade. O estudo da vulnerabilidade mental permite identificar indivíduos com menor resiliência diante de estresse psicológico significativo, o que pode resultar em comportamento desadaptativo e prejuízo funcional. Tal análise permite direcionar estratégias de saúde para fortalecimento dos mecanismos de enfrentamento de pessoas ou comunidades diante de situações de risco. No entanto, o repertório de ferramentas para avaliação de risco e vulnerabilidade em português brasileiro carece de escalas adaptadas para a investigação no contexto da saúde mental. A Escala de Vulnerabilidade Mental apresenta um conjunto de sintomas cuja soma indica uma maior predisposição ao desenvolvimento de transtornos psiquiátricos, além de possuir correlações estabelecidas com diversas condições e desfechos clínicos. O presente estudo tem por objetivo traduzir a Escala de Vulnerabilidade Mental para o português brasileiro, avaliando suas propriedades psicométricas e possibilidades de aplicação no contexto da Atenção Primária à Saúde. Foi realizada uma pesquisa transversal quantitativa com tradução e retrotradução do questionário validado em inglês, seguido da aplicação em uma amostra não probabilística acidental composta por 180 usuários de uma Unidade Básica de Saúde sem segregação por sexo ou gênero. Os resultados das estatísticas de confiabilidade revelam alta consistência interna dos itens, indicando elevada correlação dos itens com a escala total, com pouco impacto individual das questões na confiabilidade global. A análise permite concluir que a ferramenta apresenta medidas consistentes e passíveis de análise para validação da escala adaptada em português. As aplicações do instrumento envolvem rastreio de sofrimento mental, método auxiliar para estudo de território e estudos de correlação com fatores sociodemográficos, aspectos clínicos e dados epidemiológicos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

‌1. Bertolozzi MR, Nichiata LYI, Takahashi RF, Ciosak SI, Hino P, Val LF, et al. Os conceitos de vulnerabilidade e adesão na Saúde Coletiva. Rev Esc Enferm USP. 2009;43:1326-30. https://doi.org/10.1590/S0080-62342009000600031 DOI: https://doi.org/10.1590/S0080-62342009000600031

Wenczeslau LD, Ortega F. Saúde mental na atenção primária e Saúde Mental Global: perspectivas internacionais e cenário brasileiro. Interface (Botucatu). 2015;19(55):1121-32. https://doi.org/10.1590/1807-57622014.1152 DOI: https://doi.org/10.1590/1807-57622014.1152

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Cadernos de atenção básica. Saúde mental. Brasília: Ministério da Saúde; 2013.

Integrating mental health into primary care: a global perspective. J Nerv Ment Dis. 2009;197(10):791. https://doi.org/10.1097/01.nmd.0000362204.63479.6b DOI: https://doi.org/10.1097/01.nmd.0000362204.63479.6b

Barbosa EN. Contributos para a validação da escala de vulnerabilidade mental para a população portuguesa [dissertação de mestrado]. Porto: Escola Superior de Enfermagem do Porto; 2013.

Cepoiu M, McCusker J, Cole MG, Sewitch M, Belzile E, Ciampi A. Recognition of depression by non-psychiatric physicians--a systematic literature review and meta-analysis. J Gen Intern Med. 2008;23(1):25-36. https://doi.org/10.1007/s11606-007-0428-5 DOI: https://doi.org/10.1007/s11606-007-0428-5

Williams R, Jenkins DA, Ashcroft DM, Brown B, Campbell S, Carr MJ, et al. Diagnosis of physical and mental health conditions in primary care during the COVID-19 pandemic: a retrospective cohort study. Lancet Public Health. 2020;5(10);e543-50. https://doi.org/10.1016/S2468-2667(20)30201-2 DOI: https://doi.org/10.1016/S2468-2667(20)30201-2

Mitchell AJ, Vaze A, Rao S. Clinical diagnosis of depression in primary care: a meta-analysis. Lancet. 2009;374(9690):609-19. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(09)60879-5 DOI: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(09)60879-5

Ribeiro JLP. Mental health inventory: um estudo de adaptação à população portuguesa. Psicologia, Saúde & Doenças. 2001;2(1):77-99.

Lluch Canut MT. Construcción de una escala para evaluar la salud mental positiva [dissertação de mestrado]. Barcelona: Universidad de Barcelona; 1999.

Ribeiro JLP, Rodrigues AP. Questões acerca do coping: a propósito do estudo de adaptação do Brief Cope. Psicologia, Saúde & Doenças. 2004;5(1):3-15.

Antoniazzi AS, Dell’Aglio DD, Bandeira DR. O conceito de coping: uma revisão teórica. Estud Psicol (Natal). 1998;3(2):273-94. https://doi.org/10.1590/S1413-294X1998000200006 DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-294X1998000200006

Kay L, Jørgensen T. Epidemiology of upper dyspepsia in a random population. Prevalence, incidence, natural history, and risk factors. Scand J Gastroenterol. 1994;29(1):2-6. PMID: 8128172. DOI: https://doi.org/10.3109/00365529409090428

Kay L, Jørgensen T, Jensen KH. The epidemiology of irritable bowel syndrome in a random population: prevalence, incidence, natural history and risk factors. J Intern Med. 1994;236(1):23-30. https://doi.org/10.1111/j.1365-2796.1994.tb01115.x DOI: https://doi.org/10.1111/j.1365-2796.1994.tb01115.x

Eplov LF, Jørgensen T, Birket-Smith M, Segel S, Johansen C, Mortensen EL. Mental vulnerability as a predictor of early mortality. Epidemiology. 2005;16(2):226-32. https://doi.org/10.1097/01.ede.0000152904.95284.0f DOI: https://doi.org/10.1097/01.ede.0000152904.95284.0f

Eplov LF, Jørgensen T, Birket-Smith M, Petersen J, Johansen C, Mortensen EL. Mental vulnerability--a risk factor for ischemic heart disease. J Psychosom Res. 2006;60(2):169-76. https://doi.org/10.1016/j.jpsychores.2005.05.013 DOI: https://doi.org/10.1016/j.jpsychores.2005.05.013

Østergaard D, Dalton SO, Bidstrup PE, Poulsen AH, Frederiksen K, Eplov LF, et al. Mental vulnerability as a risk factor for depression: a prospective cohort study in Denmark. Int J Soc Psychiatry. 2012;58(3):306-14. https://doi.org/10.1177/0020764010396409 DOI: https://doi.org/10.1177/0020764010396409

Fortin M, Côté J, Filion F. Fundamentos e etapas do processo de investigação. Loures: Lusodidacta; 2009.

Eplov LF, Petersen J, Jørgensen T, Johansen C, Birket‐Smith M, Lyngberg AC, et al. The mental vulnerability questionnaire: a psychometric evaluation. Scand J Psychol. 2010;51(6):548-54. https://doi.org/10.1111/j.1467-9450.2010.00834.x DOI: https://doi.org/10.1111/j.1467-9450.2010.00834.x

Sequeira CAC, Barbosa ENM, Nogueira MJC, Sampaio FMC. Evaluation of the psychometric properties of the mental vulnerability questionnaire in undergraduate students. Perspect Psychiatr Care. 2017;53(4):243-50. https://doi.org/10.1111/ppc.12164 DOI: https://doi.org/10.1111/ppc.12164

Freitas ALP, Rodrigues SG. A avaliação da confiabilidade de questionários: uma análise utilizando o coeficiente alfa de Cronbach. In: Anais do XII SIMPEP; 2005 nov 7-9; Bauru, São Paulo; 2005. https://doi.org/10.13140/2.1.3075.6808

Braga GC, Silveira EM, Coimbra VCC, Porto AR. Promoção em saúde mental: a enfermagem criando e intervindo com histórias infantis. Rev Gaúcha Enferm. 2011;32(1):121-8. https://doi.org/10.1590/S1983-14472011000100016 DOI: https://doi.org/10.1590/S1983-14472011000100016

Damásio BF, Borsa JC, Koller SH. Adaptation and psychometric properties of the Brazilian version of the Five-item Mental Health Index (MHI-5). Psicol Reflex Crit. 2014;27(2):323-30. https://doi.org/10.1590/1678-7153.201427213 DOI: https://doi.org/10.1590/1678-7153.201427213

Downloads

Publicado

2024-12-10

Como Citar

1.
Medeiros Roriz R, Sasaki T de S. Aplicações e confiabilidade da Escala de Vulnerabilidade Mental na Atenção Primária à Saúde. Rev Bras Med Fam Comunidade [Internet]. 10º de dezembro de 2024 [citado 18º de dezembro de 2024];19(46):4196. Disponível em: https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/4196

Edição

Seção

Especial Residência Médica

Plaudit