Prevenção quaternária e a redução do fluxo de encaminhamentos à angiologia e pedidos de ultrassonografia Doppler

Autores

  • Eduardo Simon Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa, PB, Brasil. https://orcid.org/0000-0001-7710-0219
  • Denise Mota Araripe Pereira Fernandes Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba / Secretaria de Saúde de João Pessoa - PB. https://orcid.org/0000-0001-7804-882X
  • Lana Muriely Borges de Assis Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba / Secretaria de Saúde de João Pessoa - PB. https://orcid.org/0000-0002-9460-9444
  • Melissa Maria Medeiros de Morais Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba / Secretaria de Saúde de João Pessoa - PB. https://orcid.org/0000-0003-2336-3907
  • Anne Thaísa Dantas Carvalho Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba / Secretaria de Saúde de João Pessoa - PB. https://orcid.org/0000-0001-6400-6725
  • Marina de Lima Pinheiro Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba / Secretaria de Saúde de João Pessoa - PB. https://orcid.org/0000-0001-9566-7366
  • Kerlonny Fopsy Universidade Federal da Paraíba (UFPB) - João Pessoa - PB.

DOI:

https://doi.org/10.5712/rbmfc16(43)2572

Palavras-chave:

Atenção Primária à Saúde, Ultrassonografia Doppler, Internato e Residência, Medicina de Família e Comunidade.

Resumo

Introdução: A iatrogenia é uma causa importante de morbimortalidade, logo, a prevenção quaternária (P4), ação que ceifa a cascata diagnóstica supérflua, foi incluída como exercício de boa prática. A medicina de família e comunidade (MFC) introjeta a P4 na vivência, sendo capaz de usar ciência aliada a habilidades de comunicação para conhecer as pessoas, resolvendo assim cerca de 85% das queixas, o que inclui as de origem vascular. Existe uma alta demanda no Sistema Único de Saúde (SUS) tanto na marcação de exames quanto no encaminhamento para especialistas focais no que tange às queixas circulatórias, mas nem sempre encaminhar é oportuno. Nesse cenário, a MFC funciona como um caminho para a P4. Objetivos: O objetivo do presente estudo foi avaliar as referências para cirurgia vascular e angiologia e as solicitações de ultrassonografia (USG) Doppler de vasos de unidades de saúde da família (USFs) de João Pessoa/PB, analisando as taxas de solicitações por população adulta (>18 anos) adscrita, nas unidades conveniadas ao programa de residência em medicina de família e comunidade (PRMFC) há mais de 1 ano, há menos de 1 ano e naquelas sem convênio com PRMFC, sob o olhar crítico da P4. Métodos: Trata-se de um estudo transversal a partir de dados fornecidos pela Central de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa (SMS/JP), entre janeiro de 2017 e agosto de 2018. Para realização dos cálculos de correlação entre as variáveis estudadas, utilizou-se o teste de Kruskall-Wallis através do software SPSS 21.0. Resultados: O número total de pedidos de exames em análise foi de 3.918, oriundos de 90 USF, que somam uma população adscrita maior de 18 anos de 332.819 pessoas. Solicitou-se 1 Doppler a cada 85 habitantes adultos. Os resultados do estudo sugerem que os médicos residentes solicitam mais exames que os médicos não residentes, mas por outro lado apresentam menor taxa de encaminhamento aos especialistas. Conclusões: Estes achados podem sugerir que os médicos residentes encaminham menos, o que pode estar relacionado ao aumento da resolubilidade da atenção primária à saúde (APS) e ao ensino da P4 sob orientação de um médico de família e comunidade preceptor. Entretanto, novos delineamentos de pesquisa são necessários para melhor elucidar esta hipótese.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Denise Mota Araripe Pereira Fernandes, Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba / Secretaria de Saúde de João Pessoa - PB.

Médica de Família e Comunidade, preceptora da residência de medicina de família e comunidade e do internato em saúde coletiva.

Lana Muriely Borges de Assis, Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba / Secretaria de Saúde de João Pessoa - PB.

Residente em Medicina de Família e Comunidade.

Anne Thaísa Dantas Carvalho, Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba / Secretaria de Saúde de João Pessoa - PB.

Residente em Medicina de Família e Comunidade/

Marina de Lima Pinheiro, Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba / Secretaria de Saúde de João Pessoa - PB.

Médica Residente em Medicina de Família e Comunidade.

Kerlonny Fopsy, Universidade Federal da Paraíba (UFPB) - João Pessoa - PB.

Discente do Curso de Especialização Multiprofissional na Atenção Básica na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Graduado em Medicina pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Referências

(1) Norman AH, Tesser CD. Prevenção quaternária na atenção primária à saúde: uma necessidade do Sistema Único de Saúde. Cad Saúde Pública. 2009;25(9):2012-20. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-311X2009000900015

(2) Oliveira CC, Reis A. Questões epistemológicas e bióticas da prevenção quaternária. Physis [Internet]. 2012; [citado 2020 Jun 10]; 22(4):1485-502. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/physis/v22n4/a12v22n4.pdf DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-73312012000400012

(3) Pizzanelli M, Almenas M, Quirós R, Pineda C, Cordero E, Taureaux N, et al. Quaternary prevention: medical ethics, evaluation and efficiency in the health systems. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2016;11(Supl 2):75-85. DOI: http://dx.doi.org/10.5712/rbmfc11(0)1388 DOI: https://doi.org/10.5712/rbmfc11(0)1388

(4) Almenas M, Cordero E, Andrés C, Muñoz E, Rojas ML, Salvatierra E, et al. Quaternary prevention: how to do, how to teach. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2018;13(Supl 1):69-83. DOI: https://doi.org/10.5712/rbmfc13(1)1853

(5) Pérez-Fernández M, Gérvas J. El efecto cascada: implicaciones clínicas, epidemiológicas y éticas. Med Clin (Barc). 2002;118(2):65-7. DOI: https://doi.org/10.1016/S0025-7753(02)72283-5

(6) Castro Filho ED. Telessaúde em apoio à atenção primária à saúde no Brasil. Rev Bras Med Fam Comunidade [Internet]. 2007; [citado 2020 Jun 08]; 11(3):210-5. Disponível em: https://www.rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/227/180 DOI: https://doi.org/10.5712/rbmfc3(11)227

(7) Janaudis MA. Princípios da medicina de família: quatro pilares que definem sua identidade. Mundo Saúde [Internet]. 2010; [citado 2020 Jun 07]; 34(3):300-10. Disponível em: http://www.saocamilo-sp.br/pdf/mundo_saude/77/300a310.pdf DOI: https://doi.org/10.15343/0104-7809.20103300310

(8) Costa IF, Burihan E. Manifestações clínicas das doenças vasculares periféricas. In: Nectoux JE, ed. Doença vascular periférica: métodos diagnósticos não invasivos. Rio de Janeiro: Revinter; 1994. p. 1-9.

(9) Pereira AH, Pereira AA. Doenças venosas dos membros inferiores. In: Duncan BB, Schmidt MI, Giugliani ERJ, eds. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 4a ed. Porto Alegre: Artmed; 2013.

(10) Norman PE, Eikelboom JW, Hankey GJ. Peripheral arterial disease: prognostic significance and prevention of atherothrombotic complications. Med J Aust [Internet]. 2004; [ citado 2020 Jun 08]; 181(3):150-4. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/15287833/ PMID: 15287833 DOI: https://doi.org/10.5694/j.1326-5377.2004.tb06206.x

(11) Castro VS, Nóbrega-Therrienll SM. Residência de medicina de família e comunidade: uma estratégia de qualificação. Rev Bras Educ Méd [Internet]. 2009; [citado 2020 Jun 10]; 33(2):211-20. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbem/v33n2/08.pdf DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-55022009000200008

(12) Bevilacqua RG, Sampaio SAP. As especializações: histórico e projeções. In: Negri B, Faria R, Viana ALD, orgs. Recursos humanos em saúde: política, desenvolvimento e mercado de trabalho. Campinas: Editora Unicamp; 2002. p. 33-90.

(13) Soares RS, Oliveira FP, Melo Neto AJ, Barreto DS, Carvalho ALB, Sampaio J, et al. Residência em medicina de família e comunidade: construindo redes de aprendizagens no SUS. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2018;13(40):1-8. DOI: https://doi.org/10.5712/rbmfc13(40)1629

(14) Elias E, Magajewski F. A atenção primária à saúde no sul de Santa Catarina: uma análise das internações por condições sensíveis à atenção ambulatorial, no período de 1999 a 2004. Rev Bras Epidemiol [Internet]. 2008; [citado 2020 Jun 08]; 11(4):633-47. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbepid/v11n4/10.pdf DOI: https://doi.org/10.1590/S1415-790X2008000400011

(15) Gross DMP, Camacho ACLF, Lage LR, Daher DV, Mota CP. Prevenção quaternária na gestão da atenção à saúde: revisão integrativa. Rev Enferm UFPE Online [Internet]. 2016; [citado 2020 Jun 11]; 10(4):3608-19. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/enfermeria/resource/pt/bde-29974

(16) Mangin D, Heath I. Multimorbidity and quaternary prevention (P4). Rev Bras Med Fam Comunidade [Internet]. 2015; [citado 2020 Jun 08]; 10(35):1-5. Disponível em: https://www.rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/1069 DOI: https://doi.org/10.5712/rbmfc10(35)1069

(17) Jamoulle M. Quaternary prevention, as answer of family doctors to overmedicalization. Int J Health Policy Manag [Internet]. 2015; [citado 2020 Jun 07]; 4(2):61-4. Disponível em: https://www.ijhpm.com/article_2950.html PMID: 25674569 DOI: https://doi.org/10.15171/ijhpm.2015.24

(18) Tesser CD. Prevenção quaternária para a humanização da Atenção Primária à Saúde. Mundo Saúde [Internet]. 2012 Jul/Set; [citado 2020 Jun 10]; 36(3):416-26. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/bvsms/resource/pt/mis-36725

(19) Moynihan R, Doust J, Henry D. Preventing overdiagnosis: how to stop harming the healthy. BMJ [Internet]. 2012; [citado 2020 Jun 11]; 344:e3502. Disponível em: https://www.bmj.com/content/344/bmj.e3502 PMID: 22645185 DOI: https://doi.org/10.1136/bmj.e3502

(20) Ribeiro MTAM, Fiuza TM, Barros HM, Montenegro Jr R. Doenças do sistema venoso. IN: Gusso G, Lopes JMC, Dias LC. Tratado de medicina de família e comunidade. 2a ed. Porto Alegre: Artmed; 2019, p. 1403-1412..

(21) Silva MC, Cabral ALS, Barros Junior N, Castro AA, Santos MERC. Diagnóstico e tratamento da doença venosa crônica. J Vasc Bras [Internet]. 2005; 4(3 Supl 2):185-93. Disponível em: http://www.saudedireta.com.br/docsupload/1340062323Arquivo_1.pdf

(22) Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Cadernos de Atenção Básica. Prevenção clínica de doença cardiovascular, cerebrovascular e renal crônica. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2006.

(23) Norman AH, Tesser CD. Prevenção quaternária: as bases para sua operacionalização na relação médico-paciente. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2015;10(35):1-10. DOI: http://dx.doi.org/10.5712/rbmfc10(35)1011

Downloads

Publicado

2021-09-26

Como Citar

1.
Simon E, Fernandes DMAP, Assis LMB de, Morais MMM de, Carvalho ATD, Pinheiro M de L, Fopsy K. Prevenção quaternária e a redução do fluxo de encaminhamentos à angiologia e pedidos de ultrassonografia Doppler. Rev Bras Med Fam Comunidade [Internet]. 26º de setembro de 2021 [citado 28º de março de 2024];16(43):2572. Disponível em: https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/2572

Edição

Seção

Artigos de Pesquisa

Plaudit