Dificuldades de adesão ao tratamento na hipertensão arterial sistêmica: considerações a partir de um estudo qualitativo em uma unidade de Atenção Primária à Saúde
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc2(7)52Palabras clave:
Hipertensão, Atenção Primária à Saúde, Pesquisa QualitativaResumen
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença crônica, cujo controle é essencial para a prevenção de complicações, em longo prazo, relacionadas à morbidade e à mortalidade cardiovascular e cerebral, dentre outras. O tratamento da HAS baseia-se em medidas não-farmacológicas e farmacológicas. Considerase adesão a um tratamento o grau de coincidência entre a orientação médica e o comportamento do paciente. Na Unidade de Saúde Parque dos Maias, observa-se a dificuldade na manutenção da pressão arterial dos hipertensos, de forma continuada, que pode estar relacionada à falta de adesão destes pacientes ao tratamento. O objetivo do estudo é avaliar os fatores envolvidos na dificuldade de adesão ao tratamento anti-hipertensivo sob o ponto de vista do paciente. Para isso, partimos da pesquisa qualitativa, com entrevistas abertas e semi-estruturadas, individuais, com 13 pacientes adultos hipertensos, inscritos no Programa de Hipertensos da Unidade de Saúde Parque dos Maias. Como resultado, verificamos questões que dificultam a adesão ao tratamento: a) fase inicial assintomática; b) uso de medicamento somente quando pensam que a pressão está elevada (relacionam o aumento a sintomas que crêem ser ligados à HAS, como cefaléia, náuseas, ou quando “ficam nervosos”); c) impressão de cura com conseqüente abandono dos fármacos, quando, na realidade, a pressão está controlada; d) desgosto de ter de tomar remédios continuamente, de ser “dependentes” deles; e) sintomas adversos dos fármacos como disfunção erétil e tosse; f) dieta hipossódica é difícil de ser seguida, principalmente pelo fato de os familiares terem de se habituar a ela; g) necessidade de consultas médicas mensais para fornecimento de prescrições para a retirada do medicamento na unidade de saúde; h) falta de medicamento gratuito na unidade de saúde, em algumas instâncias; i) alguns pacientes ficam “escravos” dos horários da ministração de medicamentos, o que dificulta sua rotina diária. A conclusão é que é muito importante a equipe de saúde conhecer as dificuldades dos pacientes em aderir ao tratamento anti-hipertensivo com o objetivo de tentar corrigilas, juntamente com o paciente, para melhor controle da HAS. Enfatiza-se, principalmente, a importância da comunicação no relacionamento médico/equipepaciente, o que envolve a confiança e, por conseguinte, possibilidades de maior adesão ao tratamento.
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