Percepção de residentes egressos sobre o desenvolvimento de competências essenciais em diferentes Programas de Medicina de Família e Comunidade
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc19(46)4179Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde, Residência médica, Medicina de Família e Comunidade, Educação baseada em competências.Resumo
Introdução: A formação em Medicina de Família e Comunidade (MFC) exige um conjunto amplo de competências em diferentes áreas. Para nortear esse processo, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade elaborou um Currículo Baseado em Competências, com o objetivo de auxiliar os programas de residência em MFC (PRMFC) no Brasil. Objetivo: Compreender a percepção dos residentes egressos de MFC sobre o próprio desenvolvimento de competências essenciais durante a formação. Métodos: Trata-se de um estudo quantitativo, observacional e transversal, desenvolvido com egressos de PRMFC das cinco regiões brasileiras que finalizaram a residência há menos de 5 anos. Utilizaram-se questionários virtuais nos quais os egressos se autoavaliaram quanto à segurança para exercer competências nas áreas de problemas gerais e inespecíficos, problemas metabólicos, cardiovasculares, saúde mental e procedimentos ambulatoriais. As respostas foram dadas em escala Likert e analisadas quanto à frequência. Resultados: Quarenta e três egressos responderam ao questionário, sendo que 3 foram excluídos pelos critérios de exclusão. Suas idades variaram entre 25 e 41 anos, com média de 30,27 anos e desvio-padrão de 3,32 anos. As áreas em que os egressos se avaliaram com maior segurança foram a abordagem de problemas gerais e inespecíficos, e de problemas metabólicos. Em contrapartida, apresentaram segurança insatisfatória no manejo de problemas mentais e na realização de procedimentos ambulatoriais, além de níveis críticos de segurança no exercício de várias competências cardiovasculares. Ademais, uma parcela importante deles teve dificuldades devido à escassez de preceptores capacitados durante a residência. Conclusões: Apesar de o crescimento do número de vagas de residência em MFC nos últimos anos ser benéfico, existem competências cujo desenvolvimento está limitado em diferentes PRMFC do Brasil.
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