Oficinas de intervenção psicossocial com agentes comunitários de saúde: reflexões e intervenções dialogadas
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc9(33)716Palavras-chave:
Sistema Único de Saúde, Agentes Comunitários de Saúde, Saúde da FamíliaResumo
Objetivo: trazer uma reflexão dos agentes comunitários de saúde (ACS) de um pequeno município da Região das Vertentes, no estado de Minas Gerais, sobre o próprio processo de trabalho. Métodos: pesquisa qualitativa, por meio de Oficinas de Intervenção Psicossocial (OIP) com 11 agentes comunitários de saúde ao longo de nove encontros. A análise de conteúdo, comparando a prática estabelecida e as diretrizes e determinações legais do Ministério da Saúde (MS) foi realizada a partir das seguintes categorias: a) Discrepância entre o que é determinado pelo MS e a prática dos ACS; b) Dilemas enfrentados pelos ACS; c) Qualidade do vínculo estabelecido entre ACS e usuários; e d) Vínculo dos ACS com os demais membros da equipe. Neste artigo são apresentados apenas os dados referentes à criação de vínculos com a comunidade e com a equipe, por se tratar de importante fator psicossocial para os trabalhadores da atenção primária. Resultados: a análise possibilitou o levantamento de algumas questões sobre o trabalho dos ACS: a sensação de desvalorização na equipe; a distância entre teoria e prática; a impossibilidade de se colocar em prática as determinações do MS; a necessidade de que a comunidade seja parceira do ACS; e a desinformação sobre o próprio trabalho. Conclusões: foi possível perceber que as principais modificações ocorridas no trabalho dos ACS dizem respeito a um maior detalhamento das atribuições determinadas pelo MS, à ênfase na contextualização de suas ações e ao aumento da burocratização que pode estar interferindo ou modificando sua prática.
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